Análise Arkade: Seja um hacker em pixel-art no interessante Mainlining
Existe, no mundo dos games, simuladores de várias coisas. De corridas, de esportes, fazendas e, mais recentemente, das mais absurdas coisas, como pão, gato, cabra e por aí vai… Mas que tal um “simulador hacker”? É isso que a Rebelphant quer oferecer com Mainlining. O game, que já saiu para os PCs, agora chega ao Switch.
O game te coloca na pele de um hacker que trabalha para o MI7, uma agência de inteligência das forças armadas do Reino Unido. E, como agente que é, precisará no game resolver casos de polícia, buscando pistas, analisando dados, e auxiliando na identificação e captura dos criminosos em questão.
Sua dinâmica é, basicamente, point and click. Com a diferença que, ao invés de interagir com cenários, você interage com um computador, “digitando” linhas de código e fazendo pesquisas sobre os mais variados assuntos. Um game que, embora diferente em muitos aspectos, oferece uma essência de gameplay semelhante, especialmente em investigações, é o primeiro This is the Police.
O visual é amigável, por unir pixel-art 8-bit com um OS fictício totalmente baseado no Windows XP, talvez o OS de maior sucesso da história dos computadores. Chamado de Rainbows MI7, a imitação é útil, não só pela nostalgia, como pela facilidade em dominar os primeiros comandos no game. Incluindo o “terminal”, no qual você fará o trabalho de hacker.
Além do terminal, você poderá acessar e-mails, e fazer pesquisa em navegadores. Acessando, assim, diversos sites pela Internet. Além de usar ferramentas de hackers. Tudo isso para te ajudar a colocar a cabeça pra funcionar e pesquisar as pistas necessárias, para achar os criminosos. Tudo isso esconde um quebra-cabeças bem curioso, no qual a sua atenção e capacidade de investigação será de grande valia.
O game também oferece aos jogadores um chat interno. Onde dicas e críticas chegam a todo o momento, com o intuito de trazer ajuda e pressão ao jogador. Tudo é bem interessante, curioso e, claro, destaca um game bem criativo, nas suas ideias.
O único porém aqui, é o próprio console em questão. O Nintendo Switch não recebeu uma adaptação de Mainlining, e sim um Port, o game, que foi desenvolvido para fluir bem em um PC, sofre um pouco no console da Nintendo. Primeiro por causa do teclado: o game, obviamente, usa o teclado no PC, e no console, um teclado virtual busca complementar, o que consome um bom espaço na já pequena tela.
Segundo que, exatamente por ser um teclado virtual, o jogo praticamente chega “obrigatório” como um portátil. Jogar com a Joy-Con é uma tarefa muito ingrata, obrigando os jogadores a aproveitarem o game apenas em seu modo portátil.
Mas, tirando este fator, que vai também desagradar a alguns, mas não fará diferença para quem acabar pegando o jeito, Mainlining é um game bem interessante, por seu conteúdo e criatividade. Sua história é interessante, com toda a carga de intrigas de um game de espionagem. O visual, nostálgico em vários aspectos, também agrada.
Mas, se puder escolher, vá na versão de PC. O game flui muito melhor, sem as limitações, neste caso, para o Switch. Mas, de qualquer forma, é uma ótima opção de jogatina para quem gosta de uma boa investigação, e da essência de games point and click. Ou “tecle e clique”, no caso dos computadores.