Análise Arkade: Serial Cleaner nos coloca na pele do “faxineiro” da máfia!

13 de julho de 2017

Análise Arkade: Serial Cleaner nos coloca na pele do "faxineiro" da máfia!

Quando você vê um filme de máfia no qual rola aquele “acerto de contas” sangrento, já parou para pensar em quem limpa a bagunça que fica? Pois em Serial Cleaner assumimos o papel do “faxineiro” da máfia, e nosso trabalho é sumir com corpos e evidências das cenas de crimes!

Um trabalho sujo

Nosso protagonista — chamado apenas de “limpador” durante o jogo — mora com a mãe e recebe todos os seus contratos por telefone. Em uma pegada meio Hotline Miami, cada missão começa com o telefone tocando na casa do personagem: alguma chacina aconteceu em algum lugar, e sua missão é limpar a bagunça.

Ainda que não haja necessariamente uma grande narrativa se desenvolvendo, há uma rotina interessante: por mais sujo que seja o trabalho do protagonista, ele mantém uma boa relação com sua mãe (que não sabe de nada, claro) e gosta de fazer apostas em jogos de azar e lutas de boxe. Por se passar nas décadas de 70 e 80, temos ainda um vislumbre dos acontecimentos da época, com notícias de serial killers e crise do petróleo espocando nos rádios e TVs.

Análise Arkade: Serial Cleaner nos coloca na pele do "faxineiro" da máfia!

Você pode conversar com sua mãe e interagir com alguns objetos em sua casa (rádio, TV, etc.), mas o escopo é bem limitado. Assim que receber o telefonema, você está livre para estrar em seu carro, que irá levá-lo automaticamente ao local da missão.

Hora da faxina

Na prática, Serial Cleaner é um jogo stealth, pois a polícia sempre chega antes aos locais que você deve limpar, então você precisa agir com cautela para não ser pego. Geralmente há 3 objetivos que devem ser cumpridos: se livrar dos corpos, coletar evidências e limpar uma certa quantidade de sangue usando um aspirador. Também existem itens que desbloqueiam novas roupas e fases extras (já falo mais sobre isso).

Análise Arkade: Serial Cleaner nos coloca na pele do "faxineiro" da máfia!

 

Para te ajudar nesta missão, há o “sentido do faxineiro“, meio que um superpoder que mostra o layout da fase toda destacando pontos de interesse. Podemos ver o cone de visão dos guardas, mas eles podem ouvir caso o jogador faça muito barulho próximo (mesmo que esteja fora do cone). Vez ou outra podemos usar elementos do cenário (caixotes, carros ou contêineres, por exemplo) para limitar a visão de alguns guardas. Fazer isso é arriscado, mas em caso de sucesso facilita um bocado a sua vida. Se não der, fique de olho em possíveis esconderijos, tipo armários, caixas e caçambas: eles quebram um galho, mas nem sempre vão estar tão próximos quanto a gente gostaria.

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O “sentido de faxineiro” destaca todos os pontos de interesse do cenário.

Confira abaixo meu gameplay de uma fase completa:

Nesta fase o único jeito de sumir com os corpos era colocando-os no carro, mas dependendo do ambiente da missão, opções mais criativas podem surgir: em um pântano, por exemplo, você pode atirar os corpos para os crocodilos comerem! Tem jeito mais mafioso de desovar um corpo do que esse?

Ainda que a inteligência artificial seja meio burrinha (você pode se esconder na cara de um guarda que ele vai ter perder de vista), a variedade de tipos de inimigos ajuda a balancear a dificuldade: logo pintam guardas com apitos que atraem todos os outros caso te vejam e cães farejadores que são bem implacáveis!

As fases bônus

Serial Cleaner é um jogo antenado com a cultura pop, e demonstra isso de diversas formas: há anúncios de produtos e videogames na TV e um tom de humor negro carregado de referências. Mas não é só isso: sempre que você encontra um rolo de filme, desbloqueia uma fase extra, e estas fases são inspiradas em alguns dos maiores clássicos do cinema!

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Sangue branco de androide e peitos abertos marcam a “paisagem” da fase inspirada em Alien.

Temos missões temáticas de filmes de diversos gêneros: obviamente há fases inspiradas em filmes violentos como Laranja Mecânica e Taxi Driver, mas há também uma fase inspirada em Alien ambientada na Nostromo, e até uma fase estilo western baseada em um dos clássicos filmes de faroeste do Clint Eastwood. Caramba, temos Star Wars e até Monty Python homenageados aqui!

Confira abaixo um pouco do gameplay da fase inspirada em Alien:

É um bônus tão legal que eu não sei porque o jogo inteiro não foi feito baseado nisso… quer dizer, na verdade eu sei: questões de direitos autorais, afinal nenhuma das referências é “oficial”, e adquirir direitos de tantos filmes sem dúvida custaria milhões de dólares. Mas não deixa de ser uma ideia bacana, e um ótimo adendo! São 10 fases extras, mas fique avisado que encontrar os rolos de filme não é fácil!

Audiovisual

Apesar do visual simples, Serial Cleaner é um jogo estiloso. Seu traço caricato sem contornos é suave, e de alguma forma parecem adequados para retratar os anos 70 e 80. O visual do protagonista — bigode, mullets e óculos escuros — lembra um pouco Charles Bronson e outros ícones do cinema de ação de décadas passadas.

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Aspirar todo o sangue do chão é parte do trabalho.

A trilha sonora também é coerente com a proposta, rocks instrumentais com uma levada meio funk — o funk gringo, não o brasileiro! — que se encaixam bem no tema. Não há diálogos falados (apenas alguns grunhidos e resmungos), mas felizmente o jogo está 100% em português brasileiro; menus e legendas muito bem localizados.

Conclusão

Serial Cleaner é um joguinho simples, mas carismático e com uma proposta muito interessante, que mostra um poco “dos bastidores” dos filmes e games de ação e matança que tanto gostamos, e ele acerta o tom ao apresentar este submundo do crime de forma leve e bem humorada.

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Com um nível de desafio digno e uma boa variedade de missões, Serial Cleaner é uma boa mistura de stealth e ação, e suas fases curtas fazem dele uma boa pedida para partidas rápidas. Na real só suas fases bônus já fazem ele valer a pena, especialmente para os cinéfilos de plantão!

Serial Cleaner está sendo lançado esta semana para PC, Playstation 4 e Xbox One.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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