Análise Arkade: Shadow Complex Remastered mostra que certos jogos envelhecem muito bem
Certos jogos não envelhecem muito bem. Outros, felizmente, conseguem se manter bons com o passar do tempo, e os remasters estão aí para (re)apresentar estes jogos para novos players. É o caso de Shadow Complex Remastered, que continua bem legal!
Lançado originalmente para Xbox 360 em agosto de 2009, o game se manteve exclusivo do console da Microsoft até o final do ano passado, quando sua versão remasterizada chegou — de graça, por tempo limitado — aos PCs.
No mês passado o remaster chegou ao Xbox One — esta é a versão que nós testamos — e em maio ele deve chegar também ao Playstation 4. E se você não pode curtir a aventura de Jason Flemming, no Xbox 360, tem aí uma nova chance para curtir o game na plataforma de sua escolha.
Salvando sua garota
A história de Shadow Complex é super simples: Jason estava curtindo um passeio romântico com sua namorada Claire, quando ela inadvertidamente descobre uma base secreta subterrânea (?!) e acaba capturada pela facção militarizada que opera o local.
Preocupado com o sumiço de sua garota, Jason resolve investigar o complexo, e logo vai dar de cara com tropas fortemente armadas que claramente estão escondendo alguma coisa supersecreta lá embaixo. Deste modo, o passeio romântico acaba se tornando uma arriscada missão de resgate que envolve muitos tiroteios e aparatos tecnológicos.
Metroidvania Subterrâneo
Shadow Complex é um shooter de ação 2.5D bem direto ao ponto, que bebe muito na fonte de Metroid. O complexo subterrâneo é simplesmente enorme, e você sempre vai estar encontrando portas e passagens pelas quais não pode passar.
Como em todo bom MetroidVania, o que lhe resta é explorar outro canto do cenário até achar uma arma ou equipamento específica que poderá ser usado para lhe ajudar. Claro que, neste caminho você encontrará dezenas de inimigos, drones, turrets, robôs gigantes em forma de aranha e outros perigos.
Conforme explora a área, você invariavelmente salva sua namorada, mas como é meio óbvio que algo muito maior está rolando na base, Jason segue desbravando o complexo, e aos poucos vai coletando armas e equipamentos melhores e formando um estiloso exoesqueleto que lhe concede “superpoderes” tecnológicos.
Apesar disso, é a boa e velha lanterna que acaba se mostrando uma aliada e tanto: ao se depearar com uma porta/alçapão pelo qual não pode passar, ilumine-a com o facho da lanterna e ela vai brilhar de uma cor específica. Pela cor, você sabe que tipo de equipamento — granada, míssil, espuma, etc — será necessário para derrubar a barreira.
Use o facho da lanterna para descobrir qual arma você deve usar para destruir barreiras.
Ação na medida certa
Shadow Complex oferece níveis muito empolgantes de ação, pois mistura tiroteios intensos com chefes gigantes, breves momentos de stealth e uma dificuldade justa, que vai crescendo conforme o jogador vai ficando melhor equipado para encarar os desafios.
Aranhas-robôs gigantes? Tá tendo!
O game ainda se torna um third person shooter tradicional em alguns momentos, quando você assume o controle de turrets ou lança-mísseis para dar cabo de robôs, helicópteros, tanques e grandes grupos de inimigos. São momentos bem pontuais, mas que funcionam bem e agregam um pouquinho mais de variedade ao gameplay.
Além disso, a jogabilidade é rápida e responsiva, o que facilita bastante a exploração, pois mesmo sem ver o mapa (ele vai sendo atualizado conforme você interage com terminais de computador), sempre há um “GPS” que deixa claro para onde você deve ir. O que é deveras útil, afinal, estamos falando de um MetroidVania com um mapa bem grande.
Audiovisual
Shadow Complex Remastered roda em cima de uma versão atualizada da Unreal Engine. O jogo está sem dúvida mais bonito quando visto em sua perspectiva 2.5D — destaque para os efeitos de iluminação e água, que estão ótimos — e no geral só parece datado nas cutscenes, quando vemos os personagens mais de perto, o que entrega a idade avançada do game.
O gameplay está bem mais bonito…
Mas as cutscenes entregam a idade do jogo.
No áudio, o game infelizmente mantém algo que já era irritante no game original: ele puxa o áudio com base no idioma do seu console… porém, como o jogo não está dublado em português brasileiro, ele acaba ficando em português de Portugal!
Deste modo, para jogar em inglês você precisa alterar o idioma do seu console, e aí tudo fica em inglês (áudio, menus e legendas). Isso é chato e (acho eu) poderia ter sido resolvido sem grandes problemas, mas fazer o que, né? O jeito é jogar em português de portugal — ouvindo conjugações verbais estranhas e termos como “raios” — ou mudar tudo para o inglês.
Conclusão
Shadow Complex Remastered mostra que este foi um jogo que envelheceu muito bem, e prova também que a Chair Entertainment já fazia bons jogos muito antes de começar a trabalhar na série Infinity Blade.
Este remaster é especialmente recomendado por ser mais abrangente: na geração passada, só quem teve Xbox 360 pode curtir o jogo. Agora, ele já está disponível para PC e para Xbox One, e no mês que vem deve chegar também ao PS4.
Se você é familiarizado com o gênero MetroidVania e curte dar uns bons tiros em caras malvados para salvar sua garota (e o mundo), pode meter ficha sem medo, pois Shadow Complex Remastered vai lhe oferecer boas horas de diversão.
