Análise Arkade: Shaq Fu A Legend Reborn é beat ‘em up temperado com zoeira

19 de junho de 2018

Análise Arkade: Shaq Fu A Legend Reborn é beat 'em up temperado com zoeira

O “clássico” Shaq Fu de 1994 figura ao lado do E.T. de Atari em tudo que é lista de piores jogos já feitos. Apesar desta fama, em pleno 2018 alguém resolveu ressuscitar a franquia. Será que este Shaq Fu: A Legend Reborn consegue apagar a péssima imagem de seu antecessor? Descubra em nossa análise!

Abraçando a zoeira

Um ponto muito positivo deste Shaq Fu: A Legend Reborn é que ele definitivamente não se leva a sério. Se liga na trama: Shaq é um órfão que foi encontrado no mar dentro de uma bolsa e adotado por uma família chinesa. Depois de sofrer muito bullying durante a infância por ser um pouco… “diferente”, ele é treinado pelo mestre Ye-Ye, e acaba se tornando um grande guerreiro.

Análise Arkade: Shaq Fu A Legend Reborn é beat 'em up temperado com zoeira

Essa sua aptidão logo se tornará útil, uma vez que demônios estão assumindo o corpo de celebridades para iniciar uma lavagem cerebral de nível global. Assim, o nobre afro-chinês Shaq viaja pelo mundo surrando esses demônios para salvar a humanidade da influência demoníaca.

É uma história totalmente sem noção, contada de forma bem divertida, com muitas piadinhas, trocadilhos e ocasionais quebras da quarta parede. Se liga em uma das cutscenes do game só para sacar o nível da zoeira (spoilers leves da história):

Particularmente, gosto dessa pegada fanfarrona do game. Convenhamos: seria difícil fazer uma história “séria” em cima de uma premissa que transforma Shaquile O’Neal em um mestre das artes marciais, então os produtores sabiamente abraçaram a zoeira, transformando o jogo em uma aventura bem humorada e nonsense.

Pancadaria old school

Em termos de gameplay, este novo Shaq Fu lembra os bons e velhos beat ‘em ups de antigamente e parece até saído de um gabinete de fliperama: devemos seguir sempre para a direita, surrando uma grande variedade de capangas genéricos e quebrando caixotes e barris para conseguir itens de energia — que, infelizmente, não são sanduíches e frangos assados, mas orbes verdes.

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O pezão 56 do Shaq tem direito a efeito especial

Temos 3 botões principais de ataque: o X (com base no controle de Xbox) corresponde aos socos e chutes básicos, o Y dá um murro no chão com dano de área, e o B usa o “pezão 56” de Shaq para uns chutões mais caprichados… com direito a efeito especial e tudo!

Confira um pouco de gameplay e pancadaria no vídeo abaixo:

Além deste básico, vez ou outra (de forma aparentemente aleatória) Shaq pode dar um ataque mais estiloso, com direito a zoom e câmera lenta. E, claro, temos alguns dos power ups mais pitorescos dos últimos tempos, com destaque para o que transforma Shaq em cactus (sacou o trocadilho? ShaqTus?) e lhe permite atirar espinhos nos inimigos!

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Tipo assim

No geral, o gameplay não é nada de extraordinário, mas sua simplicidade está dentro do que se espera de um beat ‘em up. E, novamente, o jogo ganha pontos por seu bom humor e seus “efeitos especiais” nostálgicos, com direito a inimigos sendo atirados na tela, no melhor estilo Tartarugas Ninja!

Depois que surrar capangas o suficiente (e olha que esse jogo capricha no volume de inimigos), somos apresentados aos chefes, versões demoníacas de celebridades que também abusam de  humor nonsene, com destaque para uma garota que vira literalmente uma bunda gigante!

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Esse dragão com peitos de Madonna também é legal

Shaq Fu tem um total de 6 fases, e ainda que vez ou outra ele repita alguns conceitos mais do que deveria, ele é curto o bastante para ser agradável sem se tornar repetitivo. Em cerca de 3 horas pode-se ir do início ao fim do jogo, com garantia de boas risadas perante os diálogos e situações absurdas que vão sendo apresentados.

Audiovisual

Shaq Fu A Legend Reborn traz um visual cartunesco em 2.5D competente, com a história sendo desenvolvida em hilárias cutscenes animadas. O visual do game não chega a ser incrível, mas é simpático, e o fato de ser bem colorido e com cenários bem diferentes deixa uma boa impressão.

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O departamento sonoro entrega excelentes dublagens, tão cômicas e fanfarronas quanto a história demanda. O próprio Shaq dá voz ao seu personagem e até canta a música tema do game, e fica claro que ele também estava se divertindo enquanto fazia sua parte.

Vale ressaltar ainda que o game chega com menus e legendas em português brasileiro. Os diálogos são cheios de referências e boas sacadas, e o bom trabalho de localização permitirá que ninguém fique boiando nas piadas.

Conclusão

Quem diria que este novo Shaq Fu conseguiria ser um beat ‘em up bem decente, hein? Com irreverência e bom humor, os produtores criaram um jogo honesto e divertido, que emula o feeling de clássicos de fliperama dos anos 90, tipo Captain Commando e Cadillacs & Dinosaurs.

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Não peça explicações

Dificilmente ele irá se tornar um clássico do gênero, mas pelo menos desta vez não iremos lembrar de Shaq Fu como “um dos piores games já produzidos”. Shaq Fu A Legend Reborn é um renascimento digno da franquia, que traz um “feijão com arroz” bem feitinho e temperado com muita zoeira.

Se você jogou o Shaq Fu original dos anos 90, talvez queira jogar esse aqui para tirar o gosto amargo que o original deixou. Se não jogou o game de 1994, pode vir direto para o de 2018, que você não vai estar perdendo nada, e de quebra ainda vai dar boas risadas.

Shaq Fu A Legend Reborn foi lançado em 5 de junho, com versões para PC, Playstation 4, Xbox One (versão analisada) e Nintendo Switch.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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