Análise Arkade: SNK Gals Fighters, dos tempos do Neo Geo Pocket Color para o Nintendo Switch

9 de maio de 2020
Análise Arkade: SNK Gals Fighters, dos tempos do Neo Geo Pocket Color para o Nintendo Switch

Se tem uma coisa pela qual essa geração vai ser lembrada, é o grande volume de relançamentos, remakes e remasters que foram lançados.

Enquanto alguns são meio desnecessários, outros servem para manter vivo o legado de jogos que, se não conseguiram se tornar clássicos, pelo menos possuem sua importância na história dos videogames.

Quem aí jogou Neo Geo Pocket Color?

É o caso deste SNK Gals Fighters, por exemplo: lançado há 20 anos para o Neo Geo Pocket Color (um portátil que eu nunca sequer pus a mão), ele traz personagens famosas de algumas franquias da SNK para lutas 1 x 1 em um visual cabeçudinho, que lembra um pouco o que vimos em Pocket Fighters.

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A SNK é uma das maiores produtoras de fighting games do mundo — e, diga-se de passagem, nos últimos ressurgiu das cinzas e conseguiu revitalizar suas principais franquias. No ano 2000, ela já estava há anos lançando seus The King of Fighters anuais, que eram sempre sucesso nos fliperamas.

Embora este SNK Gals Fighters seja bem mais simples que um The King of Fighters, é notável a qualidade do jogo que a SNK conseguiu “espremer” em uma plataforma tão pequena e limitada.

Gameplay simples, mas eficiente

O Neo Geo Pocket Color tinha pouquíssimos botões: eram apenas dois botões principais (A e B), um direcional — que já era praticamente um analógico –, e o pause/option, além do botão power para ligar/desligar o aparelho. Hoje em dia é quase impossível conceber algo com tamanha simplicidade, mas a SNK realmente fez um pequeno milagre ao produzir um jogo de luta exclusivo para a plataforma.

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Com apenas dois botões utilizáveis, os produtores se focaram no básico: temos um botão de soco, outro de chute. Ao combinarmos ataques com comandos direcionais (como a boa e velha meia lua, por exemplo), aplicamos golpes especiais e magias.

Felizmente, o jogo é bastante responsivo. Com poucos botões de ataque, não temos os muitas opções de combos, mas dá para improvisar algumas coisas misturando ataques comuns e golpes especiais. Acho que, com exceção de Divekick, este deve ser um dos fighting games mais mecanicamente simples já feitos — e, vale ressaltar, ele é muito mais denso do que Divekick.

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Terminar a luta com golpe especial rende até uns “efeitos especiais”

Para dar uma diversificada, as lutas podem render itens equipáveis que concedem vantagens variadas: pode ser começar a luta com a barra de super cheia, o inimigo começar com menos vida, e por aí vai. Não é uma baita novidade, mas traz um gostinho novo à receita.

Audiovisual

Não dá para exigir muito do Neo Geo Pocket Color, mas o que temos aqui é um joguinho de visual chibi bastante simpático. Mesmo sem muitas cores e detalhes, as personagens são facilmente reconhecíveis, e é legal ver que a SNK não se limitou à lutadoras de The King of Fighters: ao lado de rostos conhecidos como Mai Shiranui e Leona , temos, por exemplo, a Nakoruru, de Samurai Shodown e a Yuri, de Art of Fighting.

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Há 8 lutadoras iniciais + 3 extras

Aliás, há alguns anos vimos a empresa transformar o Terry Bogard em mulher, e isso causou algum burburinho. Mas olha só, quase 20 anos antes, ela já estava transformando o todo poderoso Iori na misteriosa Miss X, chefona que não engana ninguém. XD

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Um detalhe interessante é que podemos trocar a “moldura” da tela por diversas versões do Neo Geo Pocket Color. Eu não sei quantas versões do portátil foram lançadas, mas aqui há uma boa variedade delas, e muitas são bem bonitas.

O áudio é condizente com o hardware bastante simples da plataforma original, mas também consegue surpreender por sua qualidade e variedade. Novamente, tudo é simples, mas bem executado.

Conclusão

E aqui resgato o que falei lá no início do texto: há relançamentos que mantém vivo o legado de certos jogos e franquias, e este SNK Gals Fighters faz parte desse grupo. O Neo Geo Pocket Color está longe de ser um console super popular, e muita gente — eu, inclusive — nunca botou as mãos nele.

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Sem a plataforma original, eu provavelmente acabaria nunca jogando SNK Gals Fighters (sem que tivesse que apelar para a pirataria). Mas com a chegada do jogo ao Switch, eu pude jogá-lo, e foi uma experiência bacana. Simples, mas bacana.

E, vale destacar que ele sem dúvida foi a semente que deu origem ao recente SNK Heroines: Tag Team Frenzy, jogo que parte de uma premissa bastante similar, e pode ser considerado um “sucessor espiritual” deste simpático joguinho.

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Então, se você é um entusiasta dos retrô games das plataformas menos populares, aproveite que agora da para tirar o atraso de SNK Gals Fighters sem precisar apelar para a pirataria nem arrumar um Neo Geo Pocket Color.

SNK Gals Fighters chegou ao Nintendo Switch em 29 de abril. O jogo está disponível em inglês.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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