Análise Arkade: Souldiers traz um visual incrível e muito desafio

29 de junho de 2022
Análise Arkade: Souldiers traz um visual incrível e muito desafio

Souldiers é um game que já chamou muita a atenção durante seu anúncio, que nos apresentava a um mundo mágico, com uma visual incrível e um estilo Souls-like 2D bem único. E chegou a hora de conferir nossa análise completa do game e saber como ele acabou se saindo!

Uma guerra em dois mundos

Análise Arkade: Souldiers traz um visual incrível e muito desafio

Souldiers acompanha a história dos guerreiros de Zarga, um país que estava prestes a entrar em uma guerra contra uma nação rival. Porém, enganados pelo próprio mago do reino, todo o exército do país foi guiado para um desfiladeiro, sendo soterrados de baixo de terra e pedras.

Todos eles sobreviveram, mas algo estranho aconteceu. Eles foram misteriosamente separados do mundo dos vivos, o que fez com que uma Valquíria aparecesse para guiá-los ao outro mundo, mesmo com eles não estando mortos.

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Com isso, seguindo o grande General Brigard do exército de Zarga, você e todo o seu exército seguem para esse novo mundo, em busca de uma forma de conseguirem voltar ao mundo dos vivos e salvar Zarga de uma iminente conquista.

E agora, no mundo mágico de Terragaya, os soldados de Zarga recebem uma missão da chefe das Valquírias: Eles devem encontrar o Guardião, o deus do planeta, que está desaparecido. E sem mais outro rumo a seguir, você inicia sua jornada em busca desse Guardião, enfrentando diversos perigos diferentes por esse novo mundo.

Um imenso Metroidvania com uma cruel dificuldade de Souls-like

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Souldiers não possui esse nome à toa, pois deixa sempre claro qual é sua maior inspiração: Dark Souls. Além disso, o game é ambientado num gigantesco mundo ao estilo Metroidvania, uma mistura que já foi explorada várias vezes, como em Salt and Sacrifice, no excelentíssimo Hollow Knight, Ender Lillies, Tails of Iron e muitos outros. Mas Souldiers nos entrega essa mistura de uma forma muito “clássica” e nostálgica.

Parte desse estilo clássico está é claro atrelado a seu magnífico visual, mas falaremos disso mais adiante. O que realmente faz Souldiers parecer um game clássico é como seu mundo nos é estregue, como se fosse não somente um Metroidvania, mas sim um game de plataforma que se estende por um imenso mundo.

Seu gameplay é simples e intuitivo, contando é claro com backtracking após você liberar poderes novos (mas aqui, o backtracking não é algo que trava o avanço da história), diversas regiões imensas cheias de caminhos e segredos, e muitos desafios. Além disso, há a velocidade de gameplay, que possui uma cadência mais tranquila.

Em outros games do mesmo estilo, normalmente temos uma cadência “padrão”, em que mesmo que você leve bastante tempo explorando uma área, ainda assim está progredindo numa velocidade “rápida”. Já Souldiers tem uma cadência mais devagar, ou seja, cada região que você explorar terá uma enorme quantidade de caminhos e obstáculos para você superar, te “prendendo” por mais tempo na área em que estiver (em parte também por culpa da velocidade de movimento ser um tanto devagar).

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E então temos a dificuldade. Souldiers não parece, mas é bem difícil! Os inimigos batem forte e encontrar poções de cura é bem raro. E puxando de seu lado plataforma, ao destruir objetos e derrotar inimigos comuns, recebemos orbes de vida e munição, que apesar de abundantes, não fazem milagre para recuperar sua vida.

Alie isso ao gigantesco mapa e você tem ainda mais dificuldade para seguir vivo de um checkpoint até o próximo. Ah, Souldiers possui save manual, então você precisa salvar o game sempre que puder, e a distância entre um ponto de salvamento e outro normalmente é bem grande. Felizmente, há um recurso chamado “Ponto seguro”, que é ativado quando você realiza alguma ação importante, como abrir uma porta ou resolver um puzzle, após assistir uma cutscene e coisas do tipo.

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Porém, os pontos seguros são temporários. Se você sair do game sem salvar seu progresso, o ponto seguro atual será apagado. Ou seja, os pontos seguros são checkpoints que ficam ativos até você encontrar outro ponto seguro ou salvar o game, mas não servem como autosave.

O game oferece três classes distintas para o jogador escolher: Patrulheiro, que é focado na porradaria com espada e escudo. Arqueiro, com maior mobilidade e ataques à distância. E conjurador, que ataca usando magias, mas exigem maior foco do jogador para serem utilizados.

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Mas não importa qual classe o jogador escolher, a dificuldade ainda será alta. Para melhor se adaptar a isso, o jogador pode fazer upgrade de seu equipamento na cidade de Hafin, o hub central de Terragaya, onde estão os ferreiros, vendedores e principais personagens do game.

Há ainda uma característica que contribui para a dificuldade, de uma forma um tanto “injusta”, que é através da barra de estamina. Em Souldiers, você não gasta energia para atacar ou realizar ações básicas, mas sim pra se defender e usar habilidades especiais. Jogando com patrulheiro, por exemplo, se sua defesa for quebrada, você não poderá se defender novamente até que sua estamina se regenere por completo.

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Nesse ponto, o game deixa as coisas mais punitivas, obrigando o jogador a ser criativo e não depender apenas de um recurso apenas, como a defesa. A esquiva, por exemplo, aqui também possui um “porém”: ela tem cooldown. Após você se esquivar, levará alguns poucos segundos até que você possa se esquivar novamente. E isso pode e vai causar muitas mortes para o jogador, seja por estar cercado de inimigos e não poder esquivar, ou seja por ficar preso em algum combo inimigo.

Mas, como em outros games do estilo, conforme você avança e desbloqueia poderes novos, como poder alternar entre poderes elementais, as coisas ficam, mais dinâmicas e balanceadas.

Audiovisual

Análise Arkade: Souldiers traz um visual incrível e muito desafio

Basta dar uma olhada rápida em qualquer imagem de Souldiers ao longo dessa análise para ver como o game é uma verdadeira obra de arte. Sua pixel art é simplesmente perfeita. Cada mínimo elemento visual é totalmente rico em detalhes, além de contar com uma beleza de altíssimo nível.

Tudo no game foi desenhado com imensa dedicação e propósito, em cada personagem, inimigo e item destrutível de cenário. E até mesmo os próprios cenários em si, com muitos elementos que os tornam vivos e únicos. Desde fileiras de formigas minúsculas passeando por campos, areia escorrendo de estruturas de pedra no deserto, o vento na vegetação, pequenas criaturas dentro de cavernas e etc.

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E todo esse belo visual não estaria completo se não fosse por sua trilha sonora, que é igualmente espetacular. Ela é ao mesmo tempo nova e nostálgica, casando perfeitamente com cada situação e cenário que o jogador estiver explorando. Os sons ainda são importantes para os combates, pois é possível guiar-se pelos ruídos e gritos produzidos por inimigos para explorar brechas em seus ataques e defesas. E aqui toda ajuda, mesmo sutil, é bem vinda.

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Um defeito, pelo menos em sua versão de Playstation 4, é o enorme tempo que o game leva para dar load. Seja ao iniciar o seu save do menu principal, ou mesmo ao entrar em áreas novas, Souldiers leva muito tempo para carregar. Dado o gigantesco tamanho de cada mapa, imagino que a razão para isso seja pelo game carregar todo o cenário de uma única vez, pois assim que entramos numa área, não há qualquer load durante sua exploração, nem mesmo quando uma cutscene acaba rolando.

Souldiers ainda conta com localização completa em português brasileiro em seus menus e legendas, com um excelente trabalho de localização.

Conclusão

Análise Arkade: Souldiers traz um visual incrível e muito desafio

Souldiers é um daqueles games que impressionam ainda mais quando os conhecemos a fundo. Ele já nos atrai por seu visual altamente artístico, e surpreende ainda mais quando vemos o seu escopo, que é muito maior do que a “embalagem” faz parecer que é.

Esse é um game que vai te sugar dezenas de horas, seja para fazer 100% ou até mesmo só pra chegar até o final ignorando conteúdos opcionais. Sua mistura de Metroidvania e Souls-like, algo já feito e refeito várias vezes, aqui parece ter um “efeito” diferente, que é até difícil de explicar, mas sua sensação é de ser um casamento perfeito de elementos distintos.

Souldiers foi lançado no dia 2 de junho com versões para PC, Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series X e Nintendo Switch.

Renan do Prado

Amante de Metal Gear, platinador de Soulsborne e exímio jogador online (quando o lag não atrapalha).

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