Análise Arkade: Stitchy in Tooki Trouble, um jogo de plataforma 2.5D para iniciantes
Como alguém que cresceu nos anos 90, jogando muito Sonic, Mario e Donkey Kong Country, jogos de plataforma com mascotes têm um lugarzinho muito especial no meu coração.
Como fã do gênero, é ótimo acompanhar o “revival” deste nicho: recentemente vimos Kaze and the Wild Masks fazendo um excelente trabalho em revitalizar o gênero.
Stitchy in Tooki Trouble, por sua vez, tem um approach mais simples: seu nível de dificuldade é baixo na maior parte do tempo, o que pode fazer dele um bom primeiro contato com o gênero para a molecada mais nova — que hoje em dia só quer saber de Fortnite e Free Fire… ¬¬
Espantalho aventureiro
Não há bem uma história aqui, tudo é muito direto ao ponto: Stitchy é um espantalho que viu a plantação que ele deveria proteger ser literalmente levada embora por um bando de “índios” mascarados. Ele, então, decide recuperar cada espiga de milho que foi roubada… e é isso, basicamente.
Não espere por cutscenes mirabolantes, nem um grande desenvolvimento dos personagens: temos chefões que estão ali simplesmente para “serem malvados”, e um amálgama de inimigos que vai desde nativos mascarados até robôs que atiram explosivos.
Plataforma 2.5D for newbies
Stitchy in Tooki Trouble é um jogo de plataforma 2.5D muito simples e linear. Mecanicamente, temos 2 possibilidades de movimento principais: além de se mover pelo eixo 2D (aka andar para a esquerda e para a direita), o pulo e um pisão, que é essencialmente igual à “bundada” do Super Mario.
Não há power ups nem nada que torne a jogatina mais elaborada. Você vai simplesmente andar, pular e “pisar” ao longo das mais de 30 fases do jogo. Isso não é realmente um problema, pois, como eu já disse, torna o jogo amigável para quem é menos versado no gênero.
Isso vale até para o level design: Kaze and the Wild Masks, por exemplo, exige que o jogador tenha reflexos rápidos e agilidade nos botões para superar obstáculos. Demorou um milissegundo a mais, morreu.
Aqui, a coisa é muito mais tranquila: há plataformas que se dobram, piso que escorrega e respingos de lava, mas o jogo não demanda um tempo de resposta tão absurdo. Na prática, isso quer dizer que quem cresceu com jogos de plataforma talvez ache o jogo um pouco fácil demais (eu achei, na maior parte do tempo).
Ele também “empresta” alguns elementos bem típicos de Donkey Kong Country: cada mundo do jogo tem uma fase de “carrinho de mina” (a última delas foi a parte mais difícil do jogo), e, no lugar de barris que atiram o personagem, aqui temos canhões, mas a ideia é a mesma.
Em cada fase, temos 3 máscaras que formam um totem para coletarmos — e demandam basicamente um pouco de atenção para serem coletadas –, e as espigas de milho aqui são o colecionável padrão (como as argolas do Sony e as bananas do Donkey Kong). Ao juntarmos 100 espigas, ganhamos uma vida extra. Ao longo da campanha, nunca me faltaram vidas, e criar um “estoque” foi algo que ocorreu naturalmente.
Audiovisual
Stitchy in Tooki Trouble aposta em uma identidade visual cartunesca bastante simpática e colorida. Tanto os cenários quanto os personagens são muito vibrantes. Por falar nisso, os “temas” aqui são recorrentes no gênero plataforma: tem as fases no bosque, as fases no gelo, as fases com lava, a fase industrial… tudo é familiar.
A trilha sonora não necessariamente se destaca, mas está ali, tocando no fundo, embalando cada fase. Confesso que espero temas mais grudentos e “cantaroláveis” nesse tipo de jogo, o que, infelizmente, não é o que temos aqui: a trilha sonora cumpre seu papel, mas não é marcante.
O jogo recebeu localização para o nosso idioma, mas sendo sincero, nem faz muita diferença: sem diálogos ou cutscenes, a tradução basicamente ajuda a navegar pelos menus, e só.
Conclusão
Stitchy in Tooki Trouble é um jogo de plataforma 2.5D simples, mas bem executado. Ele não traz um nível de desafio muito alto, mas é aquele tipo de jogo bom para zerar em um final de semana, sem grandes expectativas.
Se for para indicar um jogo de plataforma recente, sem dúvida vou indicar Kaze and the Wild Masks para quem manja do assunto, afinal, ele é um jogo bem mais “cascudo”, capaz de ser até um pouco frustrante.
Já se a sugestão for para uma criança, ou alguém que não seja “gamer”, Stitchy in Tooki Trouble é uma indicação mais apropriada, pois ele exige menos do jogador e seu nível de desafio é super tranquilo.
Stitchy in Tooki Trouble foi lançado em 15 de abril, exclusivamente para o Nintendo Switch.