Análise Arkade: The Tarnishing of Juxtia é um bom Souls-like, mas com alguns poréns

28 de julho de 2022
Análise Arkade: The Tarnishing of Juxtia é um bom Souls-like, mas com alguns poréns

2022 já está em sua segunda metade e já tivemos muitos Souls-like sendo lançados até agora. E mais um novo que chegou às atuais plataformas é The Tarnishing of Juxtia, com mais uma aventura Souls-like 2D. Vamos então ver como o game acabou se saindo!

A luta entre os deuses e a mácula de Juxtia

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Em The Tarnishing of Juxtia você controla um guerreiro trazido de volta à vida pela deusa Juxtia, que criou o mundo em que você vive. E ela lhe incumbiu uma importantíssima missão: Destrua Drelium um outro deus que deseja controlar todo o mundo e destruir as criações de sua deusa. E, além disso, lute contra a “Mácula”, uma espécie de doença que corrompe tudo o que atinge, de seres vivos até mesmo o ambiente ao redor.

A mácula, ou “Tarnishing”, assim como no nome do game, é uma misteriosa corrupção que transformou os antigos soldados de Juxtia, terra onde a aventura começa, em monstros. A Mácula também afetou soldados de terras vizinhas, que por eras travavam guerras contra Juxtia. Tornando todo o mundo um lugar a beira de sua própria destruição.

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Porém, há alguns poucos que sobreviveram a essa infecção, que o jogador encontrará pelo caminho, tanto como aliados, como apenas oferecendo informações sobre o mundo ao redor. E assim, a aventura se segue, com o guerreiro explorando as terras de Juxtia e arredores, enquanto sua deusa o acompanha e o ajuda a encaixar as peças do mistério sobre o que realmente aconteceu.

Um Souls-like/Metroidvania mais simplificado

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The Tarnishing of Juxtia é mais um game que leva o estilo Souls-like para a perspectiva 2D em um mapa estilo Metroidvania. Mas aqui, as coisas são bem simplificadas, tanto para o bem, como para o mal.

A lista de comandos que o jogador tem a sua disposição são bem básicas: Um botão de ataque, um botão de pulo, esquiva, interagir com objetos e personagens, abrir o mapa, trocar arma/magia equipada, usar o item de cura, usar a magia e por fim, usar uma relíquia equipada.

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Note que não há um botão para defesa! Esse é um ponto controverso e negativo do game, que é não ser possível se defender de ataques inimigos. Por um lado, isso não seria um problema se a esquiva compensasse isso, como em Bloodborne, mas nesse game ela faz falta.

A movimentação do personagem não é tão rápida, e a esquiva, apesar de ser bastante funcional, não é tão rápida assim. Há inimigos, por exemplo, com sequências de ataques rápidas, e não é possível esquivar-se completamente de combos muito rápidos, o que é bastante frustrante.

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O combate de Tarnishing of Juxtia é baseado em dois fatores: stamina e armadura. Stamina, obviamente, é a barrinha que vai diminuindo conforme o jogador ataca ou se esquiva. Já a armadura é uma barrinha que fica abaixo da barra de vida dos inimigos. Enquanto um inimigo possuir armadura, ele receberá ataques sem que sua postura seja quebrada. E quando a barrinha se esgota, o inimigo tem a armadura quebrada e fica temporariamente atordoado.

Sendo assim, o combate é um tanto desbalanceado, pois coloca o jogador numa situação de fragilidade até que consiga abrir brechas nos ataques inimigos. É claro que suas armas influenciam muito nisso. Armas pesadas, por exemplo, causam muito dano e quebram armaduras mais facilmente. Porém, em todo combate você está sempre correndo risco de ser atacado.

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Isso aumenta o desafio do game, mas torna-o um tanto cansativo nas primeiras horas de jogo. Só depois que o jogador se acostuma a esse estilo e evolui seu personagem e suas armas que os combates ficam mais “naturais”. E uma característica do game é que, mesmo com essa fragilidade do protagonista, The Tarnishing of Juxtia recompensa o jogador por lutar de forma agressiva.

Cada arma possui uma quantidade de ícones que aparecem na parte inferior da tela. A cada hit feito com a atual arma equipada, um ícone se preenche. E quando todos são preenchidos, o jogador entra no modo Ímpeto de Energia. Nesse modo, a barra de stamina e de mana se recarregam de forma bem rápida, permitindo que o jogador ataque de forma ainda mais agressiva e possa usar magias com mais liberdade.

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Além disso, o ímpeto de Energia habilita o uso das relíquias, que são itens adquiridos ao derrotar chefões, que dão ao jogador um de seus poderes, como por exemplo gerar um escudo que explode em tentáculos, invocar chefões para lutar por você, disparar raios e etc. O uso das relíquias muda drasticamente os rumos de qualquer batalha!

Em resumo, The Tarnishing of Juxtia começa como um Souls-like decente, mas “estranho”. Mas conforme o jogador avança pelo mapa e desbloqueia novas áreas é que ele se torna melhor, mesmo sem necessariamente alterar ou evoluir sua própria fórmula, mas sim por oferecer novas armas e magias que realmente mudam o ritmo dos combates.

Audiovisual

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The Tarnishing of Juxtia possui um visual bem bonito em pixel art. Porém, suas animações são independentes, parecendo até que alguns elementos dos cenários são construídos por modelos 3D com uma roupagem de pixel art 2D.

Esse contraste faz o visual ser bem interessante, ainda que as animações de personagens sejam mais simples, com os personagens sendo montados em “esqueletos”. Os braços e pernas movem-se via pontos de ligação com o corpo de cada NPC, com animações é bem simples, mas inimigos com visuais mais monstruosos possuem excelente animações.

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O game possui uma trilha sonora sempre presente, apesar de não ser marcante. As batalhas contra chefões possuem, como é de se esperar, músicas melhor trabalhadas e mais belas, mas ainda assim, a trilha sonora não é o forte do game, o que não é um problema.

The Tarnishing of Juxtia conta com localização em português brasileiro! Há alguns erros que aparecem bem raramente durante diálogos ou descrição de itens, fazendo com que o resultado geral da localização seja muito bom.

Conclusão

Análise Arkade: The Tarnishing of Juxtia é um bom Souls-like, mas com alguns poréns

Quando falamos de games de alguns gêneros de nicho, como o Souls-like, é inevitável fazer dois tipos de comparação: Se o game é atrativo para quem gosta desses gêneros, e se seria atrativo como uma porta de entrada para quem não gosta. The Tarnishing of Juxtia definitivamente é um bom game, mas fica um pouco perdido nessa “escala”.

O game é sim bem divertido e desafiador, além de oferecer horas de conteúdo e batalhas intensas e satisfatórias. Sendo assim, quem gosta de Souls-like muito provavelmente gostará do game, porém, ele possui algumas características, como a falta de defesa, que serão vistas como pontos negativos.

E para quem quer experimentar o gênero mas não tem muita experiência, o game pode não ser a melhor recomendação. Ele não é tão difícil e é bastante amigável com o jogador, mas as mesmas características que afastariam um fã de Souls-like podem afastar quem é marinheiro de primeira viagem.

No fim, como mencionado ao longo desta análise, o game realmente desabrocha após algumas horas, não porque “agora o game realmente começou”, mas sim devido à curva de aprendizado, com o jogador finalmente tendo acesso a armas e magias melhores que aí sim realmente fazem o game mostrar toda a sua qualidade e potencial.

The Tarnishing of Juxtia foi lançado no dia 26 de julho, exclusivamente para PC.

Renan do Prado

Amante de Metal Gear, platinador de Soulsborne e exímio jogador online (quando o lag não atrapalha).

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