Análise Arkade – This is the Police 2 segue cruel em seu drama policial
A vida policial não é fácil em This is the Police 2. E muitas vezes, também incompreendida. Independente da nossa opinião sobre a Polícia e os policiais, é fato que muitos desses pontos de vista geram dramas interessantes. Filmes, livros e games trazem histórias com agentes da lei. E, assim, apresentam as mais variadas situações.
Em 2016, conhecemos This is the Police. O simulador policial, “escondia” em um game de gerenciador de atividades policiais, como atendimento de ocorrências, e investigações, um mundo cruel. Envolvimento com a máfia, políticos corruptos, e interesses levaram ao game uma trama difícil. Não importa qual a sua decisão, você sempre terá que lidar com questões morais.
Dois anos depois, Jack Boyd, o protagonista do game, está de volta. Após sofrer tudo o que tinha direito no primeiro game, o ex-chefe de polícia de Freeburg agora está em Sharpwood. Uma pequena cidade que conta com uma nova xerife, Lilly Reed, e com novidades. Desta vez, as ações policiais não ficarão apenas no gerenciamento. Você terá que colocar a cabeça pra funcionar, e administrar toda a ação dos agentes direcionados ao local.
Voltando para o trabalho policial
Novamente será preciso viver o dia a dia de uma delegacia de polícia. Mas, com as novas habilidades, o indivíduo exigirá ainda mais atenção. É que, desta vez, atributos como força, inteligência ou furtividade são fundamentais para saber qual policial mandar para a ocorrência, e como isso influenciará na resolução do problema. Obviamente, as ocorrências podem ter desfechos positivos ou negativos, que infuenciará no seu gameplay.
Os policiais, seguem exigindo atenção. Assim como no primeiro game, eles podem faltar no serviço, chegarem bêbados ao trabalho (dispense-os ou eles vão bater o carro — e morrer — na primeira ocorrência), ou pedirem para faltar pelos mais diversos motivos. Você terá que gerenciar tudo isso, com influências diretas em suas decisões. Seja bonzinho, ou um carrasco. E seus policiais responderão da maneira adequada a seu comportamento.
As investigações também estão de volta. Você terá que recolher provas, e assim, descobrir quem é o culpado, e efetuar a prisão. Diferente de Freeburg, as investigações envolvem típicas ocorrências de cidades pequenas. Isso exigirá uma atenção diferente, uma vez que estes locais são bem peculiares, nos crimes e nas investigações.
Mais e “piores” escolhas morais
Um elemento que já havia no primeiro game, e agora segue “pior” em This is the Police 2, é a moralidade. No primeiro game, você, ao encontrar drogas ou armas, podia escolher entre vender para a máfia, ou entregar para as autoridades. Semelhantemente ao primeiro jogo, você também pode lidar com situações como a de enviar oficiais para ver se um forno na casa de um colega está ligado. Ou mesmo usar a viatura como um “leva-e-traz”. Ou ainda como um táxi. O jogo joga mais este “peso” nas suas costas. Levar as coisas no jeitinho ou na rigidez também inflenciará o dia a dia na delegacia de Sharpwood.
Desta vez, o game chega com localização em português. Embora não seja das melhores localizações, é uma ótima adição, já que se trata de um game com forte necessidade de interpretação. Assim, mais jogadores poderão entender o que está acontecendo, e escolher a melhor opção. E, como no primeiro game, apenas as grandes escolhas que seguem ditando o rumo da história. As pequenas decisões ainda geram consequências, mas nada que atrapalhe de maneira gritante o andar da história.
Lembremos do primeiro game. Ao reprimir uma passeata, você precisava que responder um processo. Ou subornar para plantar provas contra pessoas-chave. Mas, ao mandar um agente bêbado para uma ocorrência, ele morria, e era só trocar por outro. O mesmo acontece no segundo game. situações cotidianas rendem consequências, mas mínimas. Enquanto escolhas que mexem no rumo da história tem um peso bem maior. Essa falta de balanceamento entre micro e macro ainda faz a experiência menos fiel da que poderia acontecer, nos levando a entender que para os produtores, a história é mais importante do que o gameplay.
Feito para fãs. E isso é uma má notícia
Outro ponto, complicado para um game “2”, está em sua estrutura de enredo. Acontece muito do segundo jogo de uma série ser a primeira experiência de um jogador. Assim, como o estúdio vendeu bem, a ponto de engatar uma sequência, o jogo acaba contando com melhores recursos, e mais propaganda. Pois bem, o problema, é que em This is the Police 2, não há nenhum resumo. Ou mesmo qualquer outro recurso que ajude o novato a entender quem é Jack Boyd, e as razões que o colocaram na pequena cidade.
Isso faz com que o game seja pouco acessível, para este público. E praticamente exige que o interessado compre o primeiro game, para conhecer melhor o universo. Acaba, ao final, sendo um título direcionado apenas para quem jogou o primeiro game, e gostou. E isso é um problema, pois a história, que é boa, e o gameplay, que é bem interessante, acaba sofrendo com possíveis falta de interesse de jogadores em potencial, mas que se sentem perdidos.
This is the Police 2 vale a pena?
This is the Police 2 é um game muito interessante. Gerenciar o dia da polícia, e ganhar cargas de estresse por causa disso, seguem elementos bem diferentes, em comparação com os games disponíveis. Ter uma história construída baseado em escolhas morais, também é algo que segue bacana. Mas sua dificuldade para ser acessível a novos jogadores, e um enredo que obriga os novatos a buscarem o primeiro game, seja comprando-o ou buscando pela internet, faz com que um game excelente, acabe sendo preterido.
Mesmo assim, nada impede que a Weappy Studio siga em frente com um terceiro game, um spin-off, ou seja lá o que eles tiverem em mente. Pois estamos falando de uma série bastante competente, e que merece toda atenção, crítica, elogio ou considerações. Para que possam seguir desenvolvendo a vida de Jack Boyd, ou de qualquer outro policial que queiram explorar.
This is the Police 2 já está disponível para PC. E você pode comprar o game por R$39,90 com nossos parceiros da Nuuvem. Entretanto, versões para Playstation 4, Xbox One e Nintendo Switch chegam em breve.