Análise Arkade – Trine 4: The Nightmare Prince retorna às origens para ser o melhor jogo da série

9 de outubro de 2019
Análise Arkade - Trine 4: The Nightmare Prince retorna às origens para ser o melhor jogo da série

Já se passaram 4 anos desde o lançamento de Trine 3, um capítulo um tanto controverso de uma série que cativou muitos jogadores. Trine 4 “ignora” totalmente as inovações do jogo anterior, e ao apostar no que a série tem de melhor, torna-se o melhor capítulo da franquia! Confira agora nossa análise completa!

O príncipe dos pesadelos

Trine 4 reúne mais uma vez os três protagonistas da série — Amadeus, o Mago, Pontius, o Cavaleiro e Zoya, a Ladra — para uma nova missão: resgatar o o Príncipe Selius, aprendiz de feiticeiro cujos poderes mágicos estão fora de controle, e acabam trazendo os monstros dos pesadelos do rapaz para o mundo real.

Análise Arkade - Trine 4: The Nightmare Prince retorna às origens para ser o melhor jogo da série

O trio de heróis estava dividido, com cada um em seu canto, cuidando de sua própria vida. Porém, todos recebem cartas convocando-os para a missão de levar o príncipe de volta à segurança de sua escola de magia, antes que ele acabe sendo devorado pelos seus próprios sonhos. Desta forma, eles unirão forças novamente.

A história em si é simples, mas serve como ponto de partida para o reencontro dos heróis, que continuam conversando e soltando piadas (nem todas boas) enquanto viajam juntos, resolvendo puzzles e enfrentando criaturas (literalmente) saídas de pesadelos.

Trabalho em Equipe

A sinergia entre os três heróis continua sendo o ponto alto da experiência: cada protagonista possui habilidades distintas, que serão úteis na exploração, na resolução de puzzles e no combate.

Como de praxe, Amadeus pode conjurar caixas e pranchas e fazer levitar coisas. Pontius é a força bruta do time, sendo o melhor personagem em combate e podendo defletir/redirecionar coisas com seu escudo. Por fim, Zoya pode usar seu gancho para se dependurar e amarrar coisas, além de disparar flechas comuns e elementais.

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Isso é uma descrição básica das habilidades de cada herói, mas eles evoluem no decorrer da aventura. Inclusive, agora temos até árvores de habilidade individuais para cada um, com upgrades que aprimoram seus talentos, fortalecem o time e até inserem novas mecânicas ao core do jogo.

Trine segue sendo um jogo que pode muito bem ser jogado sozinho — com um jogador alternando entre o trio de protagonistas conforme a necessidade –, mas que mostra sua verdadeira força no coop, que pode ser tanto online quanto “de sofá”. Jogar com mais dois amigos aumenta a diversão, expande as possibilidades de exploração e é sem dúvida a melhor maneira de se curtir o game.

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As flechas elementais de Zoya são ótimas contra esses insetos

Sendo honesto, é possível chegar ao fim da campanha sozinho, mas certos puzzles (opcionais) demandam trabalho em equipe para serem superados, e o troca-troca de personagens não é lá a maneira mais fluida de prosseguir. O jogo sabe disso, e estimula a cooperação com puzzles variados, que sofrem pequenas alterações conforme o número de jogadores, para deixar a experiência “justa” para todo tipo de player.

No mais, Trine 4 não sofreu nenhuma mudança drástica em termos de gameplay, mantendo um saudável mix de plataforma e puzzle por cenários de cair o queixo. Vez ou outra iremos ajudar algum animal da floresta, que posteriormente irá nos ajudar também. Este é um jogo que integra “missões secundárias” à campanha com muita naturalidade, conectando tudo com esmero e criando situações extremamente bonitinhas no processo.

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Ajudar animaizinhos da floresta é parte da aventura <3

Entre um puzzle e outro, temos os trechos de combate — que seguem sendo o elo mais fraco da corrente. Trine é o tipo de jogo que não precisaria de inimigos e chefes para ser bom, mas eles (ainda) estão aqui. Felizmente, são momentos pontuais, no estilo arena, que correspondem a uma parcela pequena do jogo, e não tiram o brilho do que ele traz de melhor (mas há um ou dois chefes que são bem chatinhos).

Audiovisual

Trine é uma série que deve boa parte de seu sucesso a seu visual “de contos de fada”, e é com satisfação que afirmo que o novo jogo mantém esse nível de qualidade. Trine 4 sem dúvida é um dos jogos mais bonitos do ano — quiçá da geração –, e a grande variedade de cenários pelos quais passamos no decorrer da campanha evidencia que os produtores deixaram a criatividade fluir livremente.

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Olha esse visual! 😮

Vejamos: Trine 4 começa em um ambiente gelado, e logo depois nos coloca diante de uma grande cidade com aspecto medieval, enquanto saltamos por telhados com Zoya. Daí para frente teremos florestas exuberantes, belos jardins abandonados, masmorras obscuras e imponentes castelos. A direção de arte primorosa transforma cada frame do jogo em uma pintura, daquelas que dá vontade de emoldurar e pendurar na parede.

Mais do que beleza, os cenários de Trine 4 escondem muitos segredos e mistérios. O level design caprichado arruma brechas para inserir segredos em todos os cantos, e puzzles engenhosos vão exigir que o jogador esteja sempre ligado e disposto a “pensar fora da caixa”.

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Refletir fachos de luz: tarefa básica em Trine 4

A trilha sonora combina perfeitamente com o visual deslumbrante, e traz uma boa variedade de músicas orquestradas com aquele clima alegre e épico digno das melhores obras de fantasia. Fecha o pacote um competente trabalho de localização, que nos permite curtir a aventura com menus e legendas em português brasileiro.

Conclusão

Se as inovações do terceiro Trine não agradaram a todos e deixaram dúvidas sobre o futuro da franquia, Trine 4 chega com os dois pés no peito do ceticismo, e firma-se como o melhor, mais bonito e mais completo jogo da série até o momento.

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Ainda que possa ser aproveitado por apenas um jogador, é no cooperativo que o game brilha, e seu excelente level design coloca o trabalho em equipe em evidência o tempo todo, sempre de formas criativas e bem integradas aos ambientes.

Verdade seja dita, Trine 4 não soa lá muito inovador quando comparado aos dois primeiros jogos, mas isso não necessariamente é um ponto negativo. Depois de uma equivocada incursão pelo mundo 3D, é um prazer ver que a fórmula que deu origem a série está de volta, maior e melhor do que nunca. Trine 4 é divertido, criativo e cativante, e ainda arruma espaço para ser uma obra de arte em termos de audiovisual.

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cada tela de trine 4 merecia uma moldura! <3

Em resumo, Trine 4 é um jogo imperdível não só para fãs da série, mas também para quem curte plataforma e puzzle… ou para quem quer simplesmente um jogo de encher os olhos e seja perfeito para jogar no bom e velho coop de sofá.

Trine 4: The Nightmare Prince foi lançado ontem (08/10), com versões para PC, Playstation 4, Xbox One e Nintendo Switch. Uma coletânea com os quatro jogos da série também acaba de chegar às prateleiras.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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