Análise Arkade: Wells é ação e tiro steampunk 100% brasileiro

3 de dezembro de 2016

Análise Arkade: Wells é ação e tiro steampunk 100% brasileiro

Wells é um jogo 100% brasileiro que chegou recentemente ao Xbox One. Se você está a fim de dar uns tiros em caras malvados em um universo steampunk, vem conferir nossa análise do game!

Run n’ Gun 100% Brasileiro

Quem cresceu nos anos 90 certamente lembra de alguns bons jogos do gênero Run n’ Gun. Geralmente 2D, estes jogos se caracterizam por seus tiroteios frenéticos e por você estar sempre correndo para a direita (ou ocasionalmente para a esquerda). O desafio destes jogos costuma ser alto, e os chefões gigantes e apelões também são bem comuns. Mega Man, Metal Slug, Gunstar Heroes, Vectorman e o clássico Sunset Riders são bons exemplos deste gênero.

Pois bem, o pessoal do estúdio brasileiro Tower Up sem dúvida cresceu curtindo alguns destes jogos, pois Wells é um Run n’ Gun muito competente e old school, que coloca o jogador na pele de Wells, um famoso contrabandista que foi passado para trás por um de seus ex-clientes, e agora quer se vingar. O problema é que esse ex-cliente é um magnata da cidade de Percepolis, e vai colocar um verdadeiro exército de soldados, robôs e veículos no seu encalço.

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Sua missão é basicamente seguir em frente, destruindo tudo o que aparecer em seu caminho usando um arsenal relativamente variado de armas e acionando algumas alavancas e elevadores. Tudo isso em ambientes 2.5D com temática steampunk e visual bacana.

Atirando e correndo

A jogabilidade de Wells é simples, e o jogo vai direto ao ponto o tempo todo. Você controla o personagem com uma alavanca direcional e a mira com a outra, podendo pular, deslizar e interagir com mecanismos. O protagonista até tem um ataque melee, mas ele é quase inútil, visto que a animação é demorada e até chegar perto o bastante de um inimigo para usá-lo, você já virou peneira.

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No geral o jogo é bem linear, ainda que tirolesas, trechos de plataforma e até uma fase toda sobre rodas — onde Wells pilota uma estilosa moto enquanto atira em seus inimigos — alteram um pouco a dinâmica básica e mostram que houve um cuidado em não deixar o jogo repetitivo demais.

Confira abaixo um pouco do gameplay da fase da motoca:

Essa simplicidade é inerente ao gênero Run n’ Gun e se encaixa bem com a proposta do game, que busca antes de mais nada entregar fases que entretenham e entreguem um desafio digno. A curva de dificuldade é crescente, mas felizmente, você vai ficando melhor equipado conforme progride.

Wells começa o jogo apenas com uma pistola, mas no decorrer da aventura encontra mais algumas armas, tais como uma que atira explosivos que rolam pelo chão, outra cujas bombas grudam em paredes (e inimigos) para serem acionadas remotamente. Conforme o herói ganha novas armas, novos tipos de inimigos e obstáculos vão surgindo, obrigando o jogador a fazer um bom uso de seu arsenal.

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Um detalhe interessante é que você não precisa ficar catando munição para suas armas, porém, todas elas possuem um número máximo de tiros, necessitando de um tempinho de cooldown para recarregar automaticamente. Use-as com sabedoria para não ficar na mão nos momentos mais tensos.

Audiovisual

Ainda que a temática steampunk não seja necessariamente uma novidade no mundo dos games, em se tratando de games produzidos no Brasil ela não é muito comum, e fica claro que o pessoal da Tower Up se esmerou na criação do universo do game, que é caprichado e com um design bem estiloso.

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Cada fase se passa em uma região diferente da cidade, sob diferentes condições de clima e iluminação. De túneis escuros e enormes usinas ao topo dos prédios, você vai conhecer muitos lugares diferentes de Percepolis durante sua aventura.

Essa vibe steampunk também foi muito bem utilizada na concepção dos inimigos que Wells enfrenta: máquinas voadoras bizarras, enormes zepelins armados com canhões e bobinas de tesla, e, claro, insetos robôs gigantes, como você pode conferir na boss battle abaixo:

Por ser um jogo 2.5D, você se movimenta basicamente para a esquerda e a direita, mas a câmera ocasionalmente muda de lugar e brinca com a perspectiva para lhe dar uma ideia melhor das dimensões dos ambientes. Salvo algumas animações meio desajeitadas, o visual do game como um todo é bem interessante.

Análise Arkade: Wells é ação e tiro steampunk 100% brasileiro

A trilha sonora não deixa a peteca cair, e casa muito bem com a ação que o game entrega. Toda as músicas são assinadas pelo mineiros da The Radical Dreamers, banda especialista em trabalhar com arranjos e composições de trilhas para games.

Conclusão

Wells é um game brasileiro divertido e sem firulas, que claramente foi produzido com carinho e atenção aos detalhes. Não é um jogo revolucionário nem nada do tipo, mas cumpre seu papel e oferece boas horas de desafio e diversão. E é jogo 100% brasileiro chegando antes para um console, então bora dar aquela força!

Wells foi lançado no mês passado, e está disponível na loja online da Microsoft por um precinho bem camarada. Em breve o game também deve chegar ao Steam e à PSN.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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