Análise Arkade – Yakuza Kiwami 2 traz as melhores evoluções para a franquia
Yakuza Kiwami 2 é reflexo da popularidade da série no ocidente. Um sucesso no Japão, com seus seis games canônicos, e diversos spin-offs, a série foi ganhando fãs no ocidente, ano após ano. Assim, o ocidente começou a receber os games da franquia, devidamente localizados, e pode acompanhar também a saga de Kazuma Kiryu.
Este game marca a série em vários aspectos. Além de resgatar o game de 2006, e dar a ele um novo visual, também há a missão de evoluir a Dragon Engine. A engine, famosa por oferecer visuais incríveis, e pancadaria de primeira, vem, jogo a jogo, melhorando. E este game, em questão, é quem melhor utiliza a série, demonstrando uma ótima evolução em relação a seus “anteriores”.
O melhor momento da Dragon Engine
YAKUZA KIWAMI 2_20180820214004
Para falar de visual e gameplay, temos que tratar Yakuza Kiwami 2 como um “novo game”, e não como um remake. Sei que a história já é conhecida, e que o gameplay é basicamente o mesmo. Porém, neste game, vemos importantes atualizações e adaptações, que o fazem uma experiência bem agradável.
O visual, impecável como sempre, deixa Kamurocho e Sotenburi incríveis! A vontade de fotografar e turistar pelos ambientes, inclusive, aumenta:
https://www.instagram.com/p/Bm0-pwLHpkm/?taken-by=revistaarkade
O game roda em uma taxa de quadros constante, que, somados a melhores efeitos de iluminação, deixa tudo mais bonito e agradável aos olhos. Também é possível entrar e sair de locais com um mínimo — ou nenhum — loading, além de brigas que começam cada vez mais instantaneamente. Yakuza 6 já havia sido elogiado pelo seu gameplay mais dinâmico. Porém, em Kiwami 2, todos estes elementos seguem ainda mais lapidados, e, se comparado a seu “antecessor”, está ainda melhor.
A alegria de trocar porrada em Kamurocho
https://www.facebook.com/RevistaArkade/videos/335165063724897/
Outro aspecto importante dos games Yakuza está na pancadaria. Portanto, Yakuza Kiwami 2 traz também um ótimo sistema de lutas. Temos aqui, várias armas a se utilizar, com quatro espaços para guardar e usar quando necessário. Também temos maior agilidade ao entrar e sair de combates, com direito a, quando estamos acompanhados, a ter interessantes ações em conjunto.
Os combates, apesar de serem repetitivos em sua maioria, seguem divertidos, nos remetendo aos bons e velhos tempos de beat’em ups. Inclusive, gostaria de saber a razão que faz a SEGA não usar esta engine para criar um Streets of Rage novo. Seria maravilhoso.
Mas, voltando ao game, tudo o que a série tem de interessante em seus últimos games, está em Kiwami 2, e melhor. O sistema de upgrades também segue mais prática, e é bem simples você acumular pontos, e adquirir melhorias. Há, para incentivar o jogador a procurar balancear mais seus atributos, um bloqueio por nível para melhorias de saúde e rage.
Tudo está bem balanceado, e consegue ser mais acessível a novos jogadores, e também seguir oferecendo algo consistente a jogadores que são mais exigentes. Assim, o jogo te incentiva mais a conquistar pontuações no game, e este sistema de melhorias te convida a explorar mais o game, incluindo a busca de missões extras e mini-games.
O que tem pra fazer em Kamurocho e Sotenburi?
Outra característica marcante de Yakuza são as atividades e missões extras. Elas seguem presentes em Yakuza Kiwami 2, e, apesar de serem mais do mesmo, ainda agradam. As missões secundárias, algumas ainda inconvenientes, pois aparecem de maneira intrometida, quando você não tem o interesse — conserta isso, SEGA! –, continuam oferecendo do cotidiano ao bizarro. É possível ajudar uma senhorinha a espancar uns valentões, ou a fazer sessões de fotos, no mínimo estranhas, com um “agente de arte”.
Já os mini-games, seguem oferecendo mais conteúdo para quem quer mais do game. Assim como o Club Sega, que oferece Virtua Fighter 2 e Virtual On, temos as lanchonetes, que enchem sua vida e lhe dão pontos extras, as brigas nas ruas, tarefas específicas em missões, e duas aventuras diferentes: um gerenciador de cabará, na qual você assume o papel de um controlador da casa, tendo que lidar com suas garotas e os frequentadores do local.
Onde eu queria estar
E o outro jogo, é um sistema de lutas de clãs, semelhante ao de Yakuza 6. Mas a diferença aqui, é que as brigas nos são apresentadas através dos funcionários de Goro Majima, aqui, dono de uma empresa de construção (falarei melhor dele mais tarde), e o sistema de combate está bem mais simplificado, lembrando até MOBAs como League of Legends e Dota 2. Você terá que ter a agilidade de levar os caras certos nos lugares certos, ao passo que precisa escolher e evoluir os lutadores no meio da ação, enquanto defendem seu Nexus… quer dizer, suas propriedades.
Majima Construction e uma história mais completa
Semelhantemente a 2006, o enredo de Yakuza Kiwami 2 segue o mesmo. Tratando-se de um game que é igualmente legal pra assistir quanto pra jogar, temos de cara, uma série de vídeos, opcional, que relembram os eventos do primeiro game, para quem esqueceu ou não jogou (tanto o game original, quanto o remake, tanto faz). Kazuma Kiryu precisa lidar com o futuro da Tojo Clan, lidar com novas traições, e mistérios, envolvendo outras organizações criminosas.
Yakuza 2 já era conhecido por sua ótima história, e Kiwami 2 apenas faz o “trabalho” de melhorar. Como Kaoru Sayama, a policial de Osaka que faz parte importante da história. Aos poucos, vai se apresentando como uma incrível personagem. E consegue, através dos novos recursos, ser ainda mais interessante ao jogo. Sua presença ajuda a manter um enredo consistente, além de, pouco a pouco, permitir ao jogador acompanhar sua evolução na trama. Lembrando também que ela é ótima parceira em brigas pela rua.
Os elementos na viva Kamurocho ajudam também para uma boa trama. Muitos elementos acontecem de maneira aparentemente aleatória. Mas, avançando mais na história, vamos entendendo melhor a profundidade da situação. Tudo em Kiwami 2 prende o jogador. Por isso, é justo afirmar que o enredo é um dos melhores da série. O game fica mais dinâmico, e não há a impressão de “jogar tempo fora”, mesmo quando o jogo te convida a isso.
A ascenção de Goro Majima
https://www.facebook.com/RevistaArkade/videos/269017063714391/
E, para somar, Goro Maijima. O carismático personagem ganhou um mini-game só dele, com capítulos desbloqueados ao passo que a história principal evolui. Assim sendo, sua história acontece dois meses depois dos eventos do primeiro game (Yakuza 2 acontece um ano depois). E inicia-se com a reforma da Tojo Clan, após os incidentes dos dez bilhões de ienes.
O foco aqui, é valorizar o personagem e expandir a história, mas, em caráter de DLC, é tudo bem simplório. São apenas três capítulos com pouco a se fazer. Mas que são úteis para mostrar a ascenção do divertido Majima no mundo dos negócios.
Yakuza Kiwami 2: Um ótimo futuro para a série Yakuza
As adaptações da Dragon Engine são o melhor em Yakuza Kiwami 2. A história está, de fato, melhor, e há muito a se fazer pelo mundo do game. Mas, o ritmo do jogo, está mais agradável. Desde Shenmue (que pode ser considerado o início deste gênero dentro da SEGA), que vemos esforços buscando melhorias. Tudo a favor de um game que ofereça bastante conteúdo. Mas que não deixe o jogador “sem nada para fazer”.
Suas missões secundárias e mini-games conseguem agradar os fãs do game. Oferecem, assim, o dobro de vida útil da história principal, para quem gosta da exploração. O visual, nunca esteve tão incrível. E melhores efeitos de iluminação praticamente te obrigam a andar pelas ruas. Ainda que você queira sair correndo por aí, parar e apreciar é um dever.
Yakuza Kiwami 2, já foi lançado no Japão em dezembro de 2017. Agora chega ao ocidente, exclusivamente para Playstation 4, no dia 28 de agosto.
