Análise Arkade: matando zumbis nazistas em Zombie Army 4: Dead War
Os nazistas voltaram… do túmulo! Zombie Army 4 traz um exército de mortos-vivos alemães querendo conquistar o planeta, e nós somos a resistência para impedir o avanço destas tropas infernais! Aqui está nossa análise do recém-lançado Zombie Army 4: Dead War!
Matança de Zumbis
A história de Zombie Army 4 é tão absurda quanto conveniente para fazer esta maluquice funcionar. Basicamente, Adolf Hitler, antevendo sua derrota, decidiu trazer suas tropas de volta do mundo dos mortos para uma última ofensiva.
O ritual deu certo até demais: mesmo após a derrota, as tropas de zumbis nazistas continuam surgindo, e o volume de desmortos segue sendo um risco para a humanidade. Por conta disso, uma força-tarefa é criada, com o intuito de impedir o avanço dos comedores de cérebro.
E é isso: temos um punhado de soldados para escolher — incluindo o veterano Karl Fairburne, protagonista da série Sniper Elite (da qual Zombie Army é um spin off) — cada um trazendo algumas leves peculiaridades que nem chegam a ser classes, apenas atributos de resistência e velocidade –, uma legião de zumbis para matar… e um monte de missões genéricas para cumprir.
Ação frenética… mas genérica
Zombie Army 4 é o tipo de jogo cooperativo que a gente já viu diversas vezes por aí. Até 4 jogadores se reúnem online para trucidar hordas de zumbis utilizando uma boa variedade de armas de fogo, bombas e ataques melee.
Só para ficar no nicho “jogos de zumbi”, já vimos isso antes em Left 4 Dead, World War Z, Dead Island, State of Decay e até nos conteúdos extras de Call of Duty — e isso só para mencionar os mais famosos. Temos level ups e uns perks de armas aqui que dão um gostinho extra, mas no geral a receita é a mesma.
Confira um pouco de gameplay abaixo para ter uma noção do que te espera:
Sejamos sinceros: todo mundo meio que já sabe o que esperar deste jogo, não é? A campanha é dividida em capítulos, e cada um deles subdivide-se em partes menores, que começam e terminam em safehouses. Nosso objetivo é chegar ao próximo lugar seguro, eliminando incontáveis zumbis no processo e cumprindo missões bem pouco criativas através de paisagens europeias destruídas.
Na parte das “missões pouco criativas” entram coisas tipo “conserte um gerador”, “recupere um equipamento” ou “restabeleça a energia”. E, como um bom jogo de zumbis, aqui há muitos momentos de horda, naquele esquema “sobreviva até algo importante acontecer”.
Ainda que eu não ache esse tipo de missão particularmente interessante, eu costumo relevar quando um jogo faz isso uma vez ou outra. Mas aqui repetição é a palavra-chave, e a longa duração da campanha só evidencia o quão repetitivos são estes objetivos.
Então, ainda que mecanicamente o jogo funcione bem — atirar é agradável, e a balística herdada de Sniper Elite permite uns tiros de sniper bem bonitos, com direito a kill cams e tudo –, o quanto de diversão você vai extrair do jogo depende de quanta paciência você tem para cumprir objetivos genéricos de novo e de novo, aniquilando mais e mais zumbis no caminho (que incluem diferente classes, como o zumbi que cospe gosma verde, o zumbi de armadura, o zumbi com lança-chamas, etc.)
Como em outros jogos do tipo, a melhor forma de cumprir estas missões genéricas é ao lado dos amigos. Recebemos um par de códigos, mas um time completo é feito de 4 players, e reunir os amigos online para pipocar uns zumbis batendo papo sem dúvida é bem mais legal do que fazer isso sozinho (ou com desconhecidos).
Então, que fique claro: jogar Zombie Army 4: Dead War é bem legal. O jogo funciona, diverte, entretém. Porém, ele cai na mesmice bem rápido. Eu gostaria de um pouco mais de variedade de missões e objetivos para deixar a campanha mais variada e dinâmica. A fórmula dele nunca muda, e ainda que tenha alguns bons momentos (especialmente batalhas contra chefes), no geral a campanha é uma reciclagem de situações em diferentes cenários.
Audiovisual
Em termos de visual, Zombie Army 4: Dead War entrega o esperado para um shooter contemporâneo. Rodando na mesma engine da série Sniper Elite (a Unreal Engine), o game traz bons modelos de personagens, e o jogo enche a tela de zumbis sem sofrer muito com o desempenho (rodei no PS4 Pro).
Falta um pouco de variedade nos modelos dos zumbis, e a paleta de cores é um tanto limitada — mas né, estamos falando de um jogo que, por mais que viaje, trata de um mundo devastado pela Segunda Guerra. Curiosamente, a própria Rebellion já entregou um jogo semelhante (tiroteio cooperativo) que é bem mais interessante em termos de direção de arte: Strange Brigade.
Para não ser injusto, é louvável o trabalho da Rebellion em povoar o mundo do game com easter eggs e homenagens a algumas obras célebres de terror e suspense. Do balão do Pennywise à uma versão zumbi da Monalisa, o jogo capricha nas referências, e os cartazes estilo filme B que iniciam cada capítulo sem dúvida são bem legais.
No departamento sonoro, o jogo também cumpre seu papel, sem necessariamente se destacar: temos bons sons de tiros, explosões e gritos, com pouca música aqui e ali. O jogo foi parcialmente localizado: não temos dublagens em português — nem pérolas como o “mamãe galinha” de Sniper Elite 4 — , mas todos os menus e legendas estão em PT-BR.
Conclusão
Pelo tom desta análise, pode parecer que eu não gostei de Zombie Army 4: Dead War, mas isso não é bem verdade. Eu gostei do jogo… nas primeiras horas. Aí ele acabou se alongando por tempo demais, com missões genéricas demais e repetição demais. O que era divertido logo se tornou entediante.
Apesar disso, eu sei que meter tiros em zumbis (nazistas!) é algo que sempre tem seu apelo, então, se você está busca de um bom jogo para reunir os amigos online e curtir batendo papo (enquanto estoura uns miolos podres), sem dúvida tem material de sobra por aqui. Só não espere que o jogo vá muito além do básico.
Zombie Army 4: Dead War foi lançado em 4 de fevereiro, e está disponível para PC, Playstation 4 e Xbox One.