Jogamos Assassin’s Creed: Identity, a aventura dos assassinos para iOS e Android
Em um ano sem Assassin’s Creed para consoles, o pessoal que curte uma jogatina no Smartphone pode sentir um pouco o gosto de ser um assassino com Identity, que agora está disponível para Android e iOS. Misturando RPG, gameplay “de celular” e a clássica jogabilidade da franquia, construa o seu assassino ao seu gosto e vamos viajar de volta para a Itália Renascentista.
A Ubisoft oferece para os jogadores móveis um pouco do que é ser um assassino de console, mas não fica longe das “celularices” dos jogos móveis ao trazer conexão obrigatória com a Internet, compras dentro do game e missões adaptadas para um menu, além de não trazer bem um enredo, e sim, um jogo de tarefas a ser executadas com um assassino genérico construído por você e que evolui com o passar das missões cumpridas.
Não é a estreia da série para os dispositivos móveis. Na era dos jogos em Java, já existiam versões dos jogos da série, funcionando como games de plataforma e, após sair para o 3DS, os smartphones mais recentes receberam Altaïr’s Chronicles. Mas é em Identity, que a Ubisoft oferece algo exclusivamente feito para os dispositivos móveis, procurando oferecer o melhor da franquia adaptado para as telinhas.
Voltando para a Itália
Sim, gostamos muito da era “pirata” de Assassin’s Creed, mas não podemos negar que a fase favorita da série para a maioria esmagadora dos fãs da franquia está na trilogia de Ezio Auditore. A história da Itália é muito interessante, a ponto da Ubisoft “atrasar” o terceiro jogo da série para completar a saga de vingança do amigo de Leonardo da Vinci.
Não é por menos que a Itália foi escolhida como campo de ação para Identity. E salvo as diferenças entre um Playstation 3/Xbox 360 para um smartphone atual, as construções, ambientação e detalhes estão muito caprichados. Inclusive, serve para mostrar o potencial dos smartphones atuais para receber melhor atenção das desenvolvedoras, que podem oferecer games com maior qualidade gráfica e com mais ambição.
Disponível para iPhones no mínimo do 5S e para Androids com 2GB de RAM, o que inclui o Xperia Z3, por exemplo, o potencial gráfico fica mais evidente ao oferecer um visual bem acabado em aparelhos que não são tão novos assim. Mas obviamente, a melhor experiência está reservada a donos de aparelhos mais poderosos.
Deveria vir com um controle junto
Um dos problemas do jogo, nem é culpa do game em si, pois há uma boa vontade de se colocar o gameplay complexo de um jogo de console para as telas dos smartphones. Temos, por exemplo, um recurso no qual, semelhante a um point and click, você pode “mandar” seu assassino para um local em específico, sem precisar guiá-lo. O sistema de escalar paredes também é bem prático e direto ao ponto.
Mas o jogo é complexo demais para lidar com várias opções na tela. Existe um botão para atacar, outro para andar/correr, outro para ativar os esconderijos, e, para usar a visão de águia, é preciso primeiro acessar um menu para aí então poder escolher o “item”. É tanta coisa, que um controle é praticamente obrigatório para jogar sem muitas frustrações.
Os menus também mostram as boas intenções dos desenvolvedores, por serem simples e práticos. É escolher a missão, acessar se desejado as opções de customização e ir para a aventura. Missões estas que é tudo o que Assassin’s Creed já oferece: proteja alguém li, invada locais sem ser visto aqui e roube algum item acolá. É mais AC para quem gosta deste tipo de gameplay.
Outro problema afeta a nós, brasileiros, diretamente: a obrigatoriedade da conexão à internet para jogar. Não dá pra criticar apenas a Ubisoft pela falta de visão global, já que os maiores responsáveis por este problema são as nossas operadoras de celular/internet, por cobrar tão caro por serviços tão ruins. Dito isto, Identity, para a maioria dos jogadores, será um jogo “móvel” para jogar dentro de casa, pois em um ônibus, por exemplo, será apenas uns 2GB “inúteis” a mais ocupando espaço no seu aparelho.
Mas um item positivo está na sincronização. Conectando o jogo na sua conta Uplay no Facebook, é possível contar com o save do jogo, mesmo após uma formatação ou exclusão do aparelho. E também dá pra progredir em dispositivos iOS e Android ao mesmo tempo. Você pode, por exemplo, jogar um pouco em um iPad e mais tarde em seu celular Android, e continuar a progredir.
Otimismo para um bom futuro móvel
Falamos há poucos meses, sobre nossas apostas para uma nova era para os jogos móveis. Apple, LG, Samsung e outras fabricantes investem em hardware e tecnologias para um mercado que só cresce. Realidade Virtual é uma das armas que veremos muito, no futuro.
Os estúdios também tem se dedicado. Sim, ainda vemos em massa jogos casuais e até toneladas de jogos meia-boca, porém Horizon Chase, Asphalt 8 e adaptações de jogos retrô, como GTA San Andreas, mostram o potencial dos aparelhos para esta nova fase, já que não dá pra viver na sombra de Angry Birds para sempre.
E Assassin’s Creed mostra isso. Se na questão do gameplay em si, o jogo ainda sofre por oferecer tantos comandos para uma jogatina na tela, por outro, seu trabalho visual prova que é possível fazer jogos bonitos para os smartphones. Com os atuais recursos, como a Apple TV ou o Chromecast, que permitem levar os jogos para a TV, a qualidade é mais visível ainda.
Que outros estúdios observem o trabalho da Ubisoft e possam somar com seus games. O trabalho é duro, sabemos, e não é fácil você simplesmente levar uma franquia para um smartphone. Mas com boa vontade, podemos ter muita coisa boa para jogar.