Análise Arkade: Mad Rat Dead traz uma jornada de vingança pautada pelo ritmo

12 de novembro de 2020
Análise Arkade: Mad Rat Dead traz uma jornada de vingança pautada pelo ritmo

O que você faria se fosse um rato que passou a vida toda preso em um laboratório, e de repente tem a chance de realizar um sonho antes de morrer. Essa é a proposta de Mad Rat Dead, um jogo de ritmo estiloso e diferente!

Uma vingança musical

Antes do jogo em si começar, somos defrontados por algumas perguntas um tanto filosóficas, que ditam o tom da aventura que vem por aí. Não sei dizer até que ponto essas perguntas influenciam no jogo, mas, na dúvida, fui sincero ao respondê-las.

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Tipo assim

Perguntas respondidas, o jogo começa para valer… com nosso protagonista, o rato de laboratório, já morto. Porém, o defunto é visitado por uma divindade dos ratos, que não só lhe ressuscita, como também lhe oferece a chance de realizar um sonho antes de morrer em definitivo.

Ao invés de ansiar por liberdade e alegria, nosso rato maluco quer vingança! Seu último desejo é vingar-se do humano que o matou, e ele vai utilizar este tempo extra de (pós)vida para tentar cumprir essa missão.

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As animações de movimentação são ótimas

A questão é que, bem, você está tecnicamente morto. Se quiser continuar vivo por tempo suficiente para concluir sua vingança, você terá que “ouvir seu coração” e entrar no ritmo dele — e digo isso literalmente, pois quem dita a batida da música é o coração do personagem. Seu coração, inclusive, é um ótimo personagem, e participa de ótimos diálogos com o protagonista!

Não perca o ritmo

Mad Rat Dead pode parecer um jogo 2D de plataforma tradicional, mas seu aspecto mais importante é o ritmo. Repare no rodapé das imagens: o coração do protagonista responde ao ritmo da música, e se quiser que ele continue bombeando sangue em seu corpo reanimado, você precisa respeitar a batida na hora de fazer qualquer coisa.

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O coração no rodapé da tela dita o ritmo do jogo

São três comandos principais que temos: o dash (que também pode ser feito no ar), o pulo (que pode ser duplo ou entre paredes) e o drop, que é a famosa “bundada” feita no ar para descer mais rápido. Cada ação está atrelada a um botão do controle, e você deve apertar os botões correspondentes sempre respeitando o timing da música.

Vou deixar um vídeo de gameplay aqui para ficar claro como tudo funciona na prática:

É uma mecânica relativamente simples — que tender a ficar repetitiva depois das primeiras fases –, mas que demanda que o jogo tenha a sensibilidade de fazer as coisas no ritmo certo para funcionar.

Sendo bem honesto com você, eu fiquei um pouco de saco cheio de Mad Rat Dead após as primeiras horas. Ele tenta ser inovador e traz até batalhas contra chefes gigantes pautadas pelo ritmo… mas a mesmice de seu gameplay não ajuda.

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Um exemplo de chefe gigante bizarro

Para piorar, há fases que podem durar quase 10 minutos, e o fator tentativa e erro dos trechos mais cabeludos acaba pesando.

Tempo & Timing

Como eu já comentei algumas vezes aqui, eu toco bateria desde os 12 anos, então acompanhar a batida de uma música não é um problema para mim: eu consigo respeitar o tempo da música com muita facilidade. Talvez isso não seja tão natural para quem não manja um pouco de música, melodia e ritmo (ou é simplesmente muito descordenado), mas creio que, com um pouco de prática, todo mundo consegue se virar.

Para deixar as coisas mais acessíveis, o jogo tem um “elemento facilitador” que é uma mão na roda: se você perder o timing e acabar encostando em um inimigo ou cair num buraco, pode rebobinar o tempo para refazer a ação. Este recurso permite retroceder praticamente a fase toda se você quiser (ou só alguns segundos), então você pode repensar suas ações caso esteja enroscado em algum trecho particularmente difícil.

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O coração lhe permite retroceder o tempo

Porém, também não abuse deste recurso, pois a questão mais importante é o tempo: cada fase tem um número de segundos para ser terminada, mas retroceder o tempo não retrocede o relógio. Então, tente não errar muito, ou vai acabar não conseguindo terminar a fase por falta de tempo.

Audiovisual

Mad Rat Dead é um jogo muito bem resolvido visualmente. Seu visual cartunesco é muito charmoso, e os personagens esbanjam carisma através de gestos e expressões faciais exageradas. Os diálogos no geral são muito bem humorados, mas como infelizmente o jogo não recebeu localização para o nosso idioma, saber inglês é fundamental.

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Os diálogos do rato com seu coração são ótimos

Por ser um jogo de ritmo, espere por uma trilha sonora que realmente se destaca. Ela no geral é bem animada e passeia por diversos ritmos com muita propriedade, sem ser “só techno” ou “só rock”. Há muita variedade, e tudo combina com o universo do game.

Não acho que é uma trilha memorável o bastante para ser ouvida “fora” do jogo, mas ali dentro ela consegue fazer o seu papel, que é te manter focado no ritmo. Não há vozes aqui, os diálogos são todos por meio de balões de texto.

Conclusão

Mad Rat Dead é um jogo musical diferente. Eu gosto muito de jogos musicais e adoro ver eles se reinventando e flertando com outros gêneros. Jogos como Double Kick Heroes e Lost in Harmony foram excelentes surpresas nos últimos anos, agregando carisma e narrativa para suas jornadas musicais.

Análise Arkade: Mad Rat Dead traz uma jornada de vingança pautada pelo ritmo

Aqui temos um jogo que tem carisma para dar e vender, mas peca na mecânica. O gameplay ser todo pautado por apenas 3 ações básicas torna a experiência repetitiva muito rapidamente, e as fases mais longas do que precisavam ser ajudam a deixar o jogo enfadonho.

Eu gosto do estilo e da personalidade de Mad Rat Dead, mas não gosto muito da simplicidade de suas mecânicas. É o tipo de jogo que não dá para maratonar, o ideal é jogar umas 2 ou 3 fases de cada vez, para não enjoar.

Análise Arkade: Mad Rat Dead traz uma jornada de vingança pautada pelo ritmo

Se você curte jogos de ritmo, e está disposto a contornar estes probleminhas, pode ser que se divirta com a história de vingança de um rato muito louco.

Mad Rat Dead foi lançado em 30 de outubro para PS4 (versão analisada) e Nintendo Switch.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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