Análise Arkade: Steel Assault, um jogo de 2021 que traz ação 2D estilo anos 90
Steel Assault é um jogo de ação 2D que presta homenagem aos bons tempos dos fliperamas, com uma campanha curta, mas intensa, confira nossa análise!
Steel Assault é um trabalho do estúdio indie Zenovia Interactive que foi parcialmente financiado pelo Kickstarter e levou muuuito tempo para ficar pronto. O que rolou é que inicialmente ele teria um visual estilo NES 8-bit, mas durante o desenvolvimento, o projeto evoluiu, e acabou tendo uma estética mais elaborada, estilo SNES 16-bits e arcade.
A mudança, afinal, foi acertada: Steel Assault honra os clássicos da ação e pancadaria 2D e tem uma vibe que lembra bastante jogos como Captain Commando, com uma pitada de Mega Man e fortes influências da série Contra.
O jogo se passa em um futuro catastrófico, no qual os Estados Unidos foram bombardeados e quem assumiu o poder foi o ditador Magnus Pierce, que governa com punho de ferro. Para tirá-lo do poder, controlamos o líder da resistência, Taro Takahashi, sujeito que o típico brucutu badass que estrela esse tipo de produção.
Vão rolar umas conversas pelo comunicador, mas na prática o que a gente precisa saber é isso: tem um tirano megalomaníaco tocando o terror no mundo, e nosso trabalho é tirar ele de lá. Como faremos isso? Na base da porrada, é claro!
Chicote elétrico & tirolesa
Para cumprir esta missão, nosso protagonista tem um conjunto de habilidades bem… peculiares. Sua principal arma (única, na verdade) é um chicote elétrico, com o qual podemos desferir ataques multidirecionais. Quando coletamos power ups, o chicote passa a disparar orbes de energia em cada ataque, o que é bem útil.
A outra habilidade de Taro não é focada no combate, mas na locomoção: ele é capaz de disparar (também em várias direções) uma corda com garrinhas de ambos os lados. Se essas garrinhas tiverem onde se agarrar (chão, piso, parede, uma beirada), a corda vira uma espécie de tirolesa, na qual o herói pode se dependurar, ou utilizar para alcançar lugares mais altos.
Essa não seria uma habilidade particularmente útil em outros jogos, mas o gameplay de Steel Assault cria maneiras de utilizá-la: em determinada fase, os prédios ficam distantes um do outro, exigindo que você use sua corda como “ponte”. Em outro caso, um chefe vai atacar todas as plataformas do cenário simultaneamente — você só escapa se estiver dependurado entre elas.
Ou seja, ainda que este não seja um recurso lá muito convencional, o jogo dá um jeito de encaixar as tirolesas de Taro de forma engenhosa no level design. De resto, é “tiro, chicote e bomba” o tempo todo: os inimigos são implacáveis e chegam aos montes. Ao final de cada fase, sempre temos que encarar um chefe — geralmente um robô gigante.
Sem armas secundárias, nem nenhum tipo de evolução do personagem, este é um daqueles jogos que focam-se na ação imediata, no momento a momento. E o jogo faz isso tudo muito bem: a jogabilidade é simples, mas responsiva, de modo que quando falhamos, é por “incompetência” nossa, não um problema do jogo.
Confira um pouquinho de gameplay para entender como o jogo funciona na prática:
E por falar em falhar, fique avisado que o nível de desafio aqui é bem alto: com poucos itens de cura e muitos inimigos surgindo de todas as direções, Steel Assault demanda reflexos rápidos e muita perícia nos controles.
A experiência do jogo é curta, mas intensa: se você souber o que está fazendo, consegue superar os 5 capítulos da campanha em menos de 45 minutos. Porém, fazer isso de primeira é praticamente impossível: você vai morrer muito no processo, e são as tentativas e recomeços que acabam prolongando a vida útil do jogo.
Audiovisual
Steel Assault não tenta esconder sua vontade de ser um jogo dos anos 90: com uma pixel art belíssima e cenários super coloridos e detalhados, o jogo se apresenta em formato letterbox “quadrado”, e já traz como padrão scanlines e outros efeitos que dão um aspecto old school para o jogo.
A trilha sonora é frenética em alguns momentos, mais atmosférica em outros e, no geral, combina perfeitamente com a proposta do jogo. Não há vozes, mas os efeitos sonoros, tiros e explosões, são ótimos, e ajudam o jogador a se sentir realmente diante de um novo jogo “antigo”.
Para quem pretende jogar no Switch, atenção para um bug curioso: o jogo simplesmente não inicia se o seu console estiver configurado para o idioma português brasileiro. Você vai ter que ir até o menu (do console) e mudar o idioma para inglês. Os desenvolvedores estão cientes do problema e trabalhando em uma solução, mas até o momento em que eu escrevia este texto, o bug ainda estava rolando.
Felizmente, isso não afeta a escolha de idioma do jogo em si: pelo menu do jogo, você pode deixá-lo com menus e legendas totalmente em português brasileiro, e o trabalho de localização, no geral, é de primeira qualidade.
Conclusão
Steel Assault é um jogo de 2021 que tem a cara e o feeling dos anos 90. Seu visual incrivelmente colorido e seu alto nível de desafio se misturam para oferecer uma experiência que é extremamente nostálgica, sem parecer datada.
Tirando o bug do idioma no Switch (que logo deve ser resolvido por meio de patches) e sua curta duração, Steel Assault é um jogo que tem tudo para agradar aos retrogamers de plantão, e também aos novatos que não tem medo de encarar um jogo que é novo, mas reverbera na frequência dos clássicos.
Steel Assault está disponível para PC e Nintendo Switch (versão analisada).