Analista aposta em Playstation 5 a US$ 400, e fala do futuro de Sony e Microsoft
O Playstation 5 foi anunciado, com algumas especificações, na última semana. Entretanto, muita coisa ainda não foi explicada, como detalhes específicos em relação a seu hardware, os planos da Sony para a próxima geração, e claro, o preço. Mesmo com Mark Cerny afirmando que o preço será “atraente”, nada concreto foi explicado.
Mas vamos aos dados que ainda não foram anunciados. O console nem tem um nome definido, embora, há gente que aposte que ele se chamará Playstation V, com o numeral romano também indicando que ele seria “compatível com a Realidade Virtual”. Uma vez que a Sony tem apostado nesse tema.
Mark Cerny, por sua vez, falou de especificações, mas, tirando o fato de apresentar o loading mais rápido, graças ao uso de SSD e tecnologias próprias da Sony ainda não reveladas, não deu melhores explicações sobre o videogame. O que deixa a tarefa de descobrir seu preço ainda mais difícil. O que sabemos é que sua CPU, ocra-core Zenn de 7nm, é baseado no Ryzen, da AMD. Enquanto a GPU será uma variante da linha Navi da Radeon, com o devido suporte ao 8K e Ray-Tracing.
O SSD que acompanhará o console garantirá maior velocidade em loadings. E a Realidade Virtual será extremamente importante no videogame, uma vez que o atual PSVR será compatível, mas uma nova versão, também possa ser anunciado. Quem sabe até junto com o novo console.
Mesmo preço do Playstation 4 em seu lançamento?
Para o Wired, Pelham Smithers, da empresa de pesquisa de mercado Pelham Smithers Associates, que é especializada em trabalhos no Japão, fez suas apostas em relação a CPU e ao preço do console. Para Smithers, a CPU que Cerny apresentou sugere que a Sony esteja usando o AMD Ryzen 3600G, que foi anunciado na CES 2019. Este processador será vendido no segundo semestre deste ano, por preços entre US$ 180, e US$ 220. O que faz o analista garantir o preço de US$ 399 para o Playstation 5, o mesmo preço de estreia do Playstation 4.
Smithers também explica que este processador precisará “conversar” muito bem com o software que a Sony desenvolve para o novo console, pois segundo ele, os jogadores de PC geralmente desligam o Ray-Tracing e não usam o 8K, por perceberem que os jogos “sofrem” demais com seus setups. “Isso é importante, pois quanto mais a Sony puder usar seu próprio IP para impulsionar o desempenho do hardware, mais clareza entre o Playstation 5 e o “Xbox Dois” teremos”, explica.
Streaming, um elemento importante
O analista também comentou sobre as posições da Sony no que diz respeito ao streaming. A Sony já afirmou que o seu console terá mídia física, diferente da aposta da Microsoft, que já anunciou seu console exclusivamente digital. E justamente o streaming pode ser um problema para a Sony. Mas não pela competitividade em si, mas sim por razões financeiras. “Os editores de games precisam pagar royalties de 30% para a Sony“, explica Smithers. “E isso, claro, se aplica também a Microsoft e a Steam. Mas pode ser que o Google apareça e diga: ‘Bem, que tal pagar apenas dez por cento?'”
Além disso, há o fato de que a Microsoft tem demonstrado muito mais competência e experiência no que diz respeito a criar redes. O que dá a eles uma vantagem considerável no uso de games em nuvem, e em novas estratégias. O CEO e fundador da Kantan Games aposta em uma novidade exclusiva para a nuvem. “Eu acredito que a Microsoft terá um console apenas para jogos na nuvem, ao lado de um console tradicional”. Ele não deixa isso muito claro, mas podemos imaginar, por exemplo, em dispositivos como o Chromecast, ou o Amazon Fire TV Stick, feito apenas para conexão à rede do xCloud, com o gameplay imediato.
Playstation 5: Foco no hardware
Por isso, a aposta do analista é de que a Sony deve se concentrar em seus games em 8K, uma vez que eles exigem muitos dados, para o consumidor médio conseguir utilizá-los, seja com o game em si, ou com tamanhos de games e atualizações. A Microsoft já deu sua resposta, garantindo que na E3 2019 trará anúncios de “coisas novas que ninguém viu antes”. Pelo o que ela tem demonstrado nos últimos dias, a aposta está em novos jogos multiplayer, novidades de seus novos estúdios, e ênfase em uma rede online mais completa e robusta.
Assim, resta a Sony focar mesmo no hardware, além, é claro, de suas franquias exclusivas, que são sucesso entre seus jogadores. “Estamos convencidos de que a Sony quer se distanciar do resto do mundo dos videogames, e virar o IMAX da indústria”, explica Smithers. “Embora a Microsoft possa oferecer um hardware igual ao da Sony, o PS5 terá vantagem, uma vez que a Sony tem acesso a componentes comercialmente disponíveis”.
O analista ainda acredita que, com tudo isso, a Sony não está preocupada em atrair novos públicos para o seu console. O Playstation 5, para ele, segue os mesmos passos do Playstation 4: o do jogador de console, que não é hardcore o suficiente para os extremos gráficos de PCs, mas interessados em jogos mais completos e envolventes, do que os casuais.
E ele finaliza apostando que, mesmo se a Sony apostar apenas no mercado de alta qualidade, usando de estratégias diferentes para seus consoles anteriores (há quem aposte que o Playstation 4 seguirá recebendo games, em qualidade inferior, fazendo do PS5 uma espécie de “PS4 Pro Pro”), há projeções positivas junto ao mercado.
“O mercado de software para videogames está em cerca de US$ 140 bilhões e, nos próximos cinco anos, talvez aumente para US$ 180 bilhões. Francamente, se a Sony conseguir de quatro a cinco por cento deste mercado, eles estarão indo tão bem quanto estão agora”. Conclui.