Assista ao emocionante discurso do desenvolvedor de That Dragon, Cancer no The Game Awards
Os prêmios entregues no The Game Awards são realmente disputados. Entre diversas categorias, os gamers aguardam pelos seus favoritos em apostas muito acirradas de categorias muito grandes como Jogo do Ano, Melhor Narrativa, Melhor Direção de Arte, entre vários outros.
Entretanto, existe uma categoria que não possui tanta atenção assim (e o seu nome é até irônico), chamada Maior Impacto Social, que premia jogos realmente fortes cuja proposta é atrair atenção a uma causa/grupo/situação social, geralmente culminando em obras muito mais íntimas e sensíveis, fugindo totalmente dos games AAA.
E That Dragon, Cancer, é um ótimo exemplo desses. E teve uma vitória mais que merecida nesse ano.
Pessoalmente, foi o game que mais me emocionou na vida até então. A jornada de Joel, filho do desenvolvedor, portador de um câncer cerebral raro e intratável é tocante, forte, íntima e muito, muito bela. O game mostra todo o sofrimento do diagnóstico, mas também a alegria de cada momento junto ao menino.
Vitorioso, Ryan Greene subiu ao palco para agradecer com lindas palavras, como você pode assistir no vídeo abaixo:
Como o vídeo é em inglês e não possui legendas, trazemos uma tradução do texto:
“That Dragon, Cancer exists because my wife, Amy, my children: Caleb, Isaac, Elijah, and Zoe. My business partner Josh. Our team: John, Brock, Ryan, Mike, and Chris. Our friends who are at Ouya: Kelly, Julie, Bob and Jared. Our over 3000 Kickstarter backers. Indie Fund and this entire industry [that] believed this should exist.
That Dragon, Cancer existe por causa de minha esposa, Amy, minhas crianças: Caleb, Isaac, Elijah, e Zoe. Meu parceiro de negócios Josh. Nosso time: John, Brock, Ryan, Mike, e Chris. Nossos amigos que estão na Ouya: Kelly, Julie, Bob e Jared. Nossos mais de 3000 apoiadores do Kickstarter. Financiamentos Indies e essa indústria inteira que acreditaram que isso deveria existir.
“Often in video games we get to choose how we’re seen. Our avatars, and our tweets, and the work that we do are all meant to portray the story that that we want to tell the world about why our lives matter. But sometimes a story is written onto us, or it’s told because of us, or in spite of us, and it reveals our weaknesses, our failures, our hopes, and our fears.
Frequentemente em video games nós podemos escolher como seremos. Nossos avatares, e nossos tweets, e o trabalho que fazemos são todos para mostrar a história que queremos contar ao mundo, sobre o porquê de nossas vidas importarem. Mas às vezes a história é escrita em nós mesmos, ou é contada por nossa causa, ou apesar de nós mesmos, e revela nossas fraquezas, nossas falhas, nossas esperanças e medos.
“You let us tell the story of my son Joel. And in the end, it was not the story that we wanted to tell. But you chose to love us through our grief, by being willing to stop, and to listen, and to not turn away. To let my son Joel’s life change you because you chose to see him, and to experience how we loved him.”
Vocês deixaram nós contarmos a história do meu filho Joel. E no final, não era a história que queríamos contar. Mas vocês escolheram nos amar através do nosso luto, tendo vontade de parar, e escutar, e não desviar a atenção. Foi de deixar a vida do meu filho Joel mudar você porque você escolheu vê-lo, e escolheu experienciar como nós o amávamos.
“And I have hope that when we are all willing to see each other, not for just who we want to be, but who we are, and who we’re meant to be – this act of love, and this act of grace, can change the world.”
“Thank You.”
E eu tenho esperança de que quando nós todos queremos ver uns aos outros, não apenas pelo que queremos ser, mas pelo que somos e pelo que devemos ser – esse ato de amo, esse ato de graça, pode mudar o mundo.
Obrigado.
(Via Eurogamer)