Arkade Apresenta: A história de Warcraft Capítulo 4
Icecrown e o Trono de Gelo
O bloco de gelo que prendia Ner’Zhul foi enviado para Azeroth. Atravessando o céu como um meteoro, o caixão aterrissou na geleira de Icecrown, em Northrend, uma região gelada e praticamente desolada. O bloco, com a queda, assumiu o formato de um trono. Este Trono de Gelo servia então de morada para o espectro do Lich King, que com pouco esforço já havia escravizado alguns trolls de gelo e wendigos, humanos canibais que se tornaram monstros de incrível força e inteligência.
Pouco tempo depois, o Lich King descobriu um vilarejo humano próximo de Icecrown, e decidiu que testaria seus poderes com os habitantes do lugar. Ele guiou a praga diretamente para o vilarejo e, em três dias, todos os humanos do lugar estavam mortos e já começavam a renascer como mortos-vivos. Ner’Zhul podia sentir seus corpos e pensamentos e, eventualmente, descobriu que dar ordens para os zumbis era fácil. Com seu exército de zumbis crescendo diariamente, Ner’Zhul sabia que seu verdadeiro teste estava chegando.
A Batalha de Grim Batol
Enquando isto, ao sul, os orcs remanescentes lutavam pela sobrevivência. Enquanto Grom Hellscream e o clã de Warsong escaparam, Deadeye e o clã de Bleeding Hollow foram capturados e postos em cativeiro. Ao norte, em Khaz Modan, entretanto, o clã de Dragonmaw, liderado pelo infame Nekros, construía um exército dentro das ruínas da antiga – e, alguns dizem, amaldiçoada – Grim Batol. Graças a um artefato chamado Demon Soul, Nekros possuía o controle sobre Alexstrasza e seus dragões e planejava lançar seu novo exército e as criaturas contra a Aliança.
O que ele não suspeitava era um pequeno grupo de humanos, liderados pelo mago Rhonin, que conseguiu destruir o Demon Soul e libertar Alexstrasza e seus filhos. Furiosos, os dragões destruíram Grim Batol e incineraram boa parte do clã de Dragonmaw. Os orcs que sobreviveram foram capturados pela Aliança. A derrota de Nekros e Dragonmaw assinalou o fim da Horda e o término da sede de sangue dos orcs.
A Letargia dos Orcs
Meses se passaram e os cativeiros de orcs estavam superlotados. Novos cativeiros foram construídos, mas, para mantê-los, o Rei Terenas estipulou um novo imposto, o que causou desconforto por toda Azeroth. No meio da crise política, os gerentes dos cativeiros notaram uma diferença: pouco a pouco, os orcs foram perdendo a vontade de lutar e de querer fugir. A estranha letargia assustou os líderes da Aliança e enfraqueceu ainda mais os orcs.
O mago Antonidas de Dalaran buscou uma explicação para a letargia. Após intensa pesquisa, ele descobriu que os orcs estiveram sob influência demoníaca por muitos anos, desde antes da primeira invasão a Azeroth. Como esta influência estava se dissipando, ele acreditava que eram os demônios que davam grande força e agressividade para os orcs. Ele chegou a conclusão que não se tratava de uma doença e sim uma consequência da retirada da influência demoníaca. Ainda que os líderes da Aliança acreditavam ser imprudente achar uma cura para os orcs, Antonidas concluiu que a cura deles deveria ser espiritual.
A Nova Horda
O chefe dos cativeiros, Aedelas Blackmoore, tinha grande interesse em apenas um orc: um jovem que foi encontrado e escravizado por ele 18 anos atrás e que ganhou o nome de Thrall. A Thrall lhe ensinaram táticas, filosofia e técnica de combate. O jovem orc inclusive foi treinado para ser um gladiador. Thrall cresceu e se tornou um forte e inteligente orc. Após fugir de Blackmoore, ele começou a buscar mais sobre sua raça, visitando os cativeiros e, para sua surpresa, encontrava não os orgulhosos guerreiros de outrora e sim orcs tímidos e covardes. Assim, Thrall foi atrás do último chefe orc que não fora derrotado: Grom Hellscream.
Hellscream ainda mantinha os ideais da Horda e, tentava, sem sucesso, recuperar seus irmãos orcs dos cativeiros. Por isso, Hellscream e a Horda ganharam a profunda empatia de Thrall. Ainda buscando suas verdadeiras origens, o jovem encontrou o clã de Frostwolf, onde descobriu que era filho do nobre Durotan. Após estudar a cultura xamanística de seu povo, Thrall virou um poderoso xamã e assumiu seu posto como líder dos Frostwolves.
Em seguida, Thrall começou a buscar os outros clãs, com a intenção de recuperar a Horda. Em suas viagens, ele encontrou com Orgrim Doomhammer, o antigo Senhor de Guerra orc, que vivia como um eremita. Por ser antigo amigo de Durotan, Doomhammer resolveu seguir Thrall.
Para simbolizar o renascimento de seu povo, Thrall atacou a fortaleza de Durnholde, casa de Blackmoore. Ele teve sucesso em se vingar de seu antigo mestre, mas a um preço grande: Doomhammer faleceu em combate. Com a morte dele, Thrall assumiu seu martelo e a armadura negra de Doomhammer, se tornando o novo Senhor de Guerra da Nova Horda. Apoiado por Hellscream, seu amigo e mentor, Thrall nunca mais deixaria que seu povo se tornasse escravo novamente.
A Guerra da Aranha
Enquanto Thrall libertava os orcs em Lordaeron, Ner’Zhul continua sua dominação em Northrend. Um império que se pôs em seu caminho era o de Azjol-Nerub, fundado por uma estranha raça de aranhas humanóides. Muito para a frustração do Lich King, os nerubianos eram imunes à praga e aos poderes psíquicos dele.
A guerra foi ganha no cansaço, muito graças aos dreadlords e aos incontáveis zumbis do Lich King. Ainda que os nerubianos eram imunes à praga, os poderes necromânticos de Ner’Zhul foram mais do que suficiente para ele ressucitar os guerreiros aracnídeos e colocá-los sob seu comando. Ner’Zhul ainda adotou o estilo arquitetônico dos nerubianos como um testamento, uma homenagem à tenacidade e coragem deles. Desta forma, o Lich King se preparava para sua grande missão, entrando em contato com a única alma maligna que o escutaria…
Kel’Thuzad e a formação do Flagelo
Uma porção de pessoas havia escutado os chamados mentais do Lich King, entre eles Kel’Thuzad, um mago de Dalaran considerado rebelde, pois insistia em estudar a necromancia. Desapontado com os outros magos, Kel’Thuzad foi de encontro ao Lich King, interessado nos grandes poderes que uma parceria com Ner’Zhul traria.
Ao encontrar o Lich King, Kel’Thuzad foi bem recebido, pois teria uma missão importante: fundar uma religião que endeusasse o Lich King. Usando seu carisma e poder, Kel’Thuzad atraía os povos abandonados de Lordaeron, lhes oferecendo uma nova visão do mundo e uma nova figura para chamar de rei.
Durante três anos, ele reuniu um grupo de homens e mulheres que pensavam de maneira parecida, fundando o Culto dos Malditos, que lhes prometia imortalidade e igualdade social em troca da adoração a Ner’Zhul. Com o sucesso do plano de Kel’Thuzad, o Lich King preparava artefatos chamados caldeirões da praga, que serviriam depois como instiladores da praga. Guardados em vilas controladas pelo Culto, os artefatos esperariam até a hora certa de serem ativados.
O plano funcionou perfeitamente. Os cultistas queriam morrer, pois estavam atraídos pela oferta da imortalidade através da praga. Em pouco tempo, o número de zumbis cresceu rapidamente. Kel’Thuzad deu o nome de Flagelo (Scourge) para o novo exército, pois logo ele flagelaria Lordaeron inteira.
A Aliança se enfraquece
Desatentos à crescente ameaça dos mortos-vivos, os reinos humanos começaram a brigar por questões territoriais e de impostos. Muitos deles, principalmente Genn Greymane, de Gilneas, acreditavam que estariam melhor fora da Aliança. Para piorar a situação, os elfos de Silvermoon resolveram rescindir seu pacto com a Aliança, afirmando que Quel’Thalas e as suas florestas foram destruídas por culpa dos humanos. Juntamente com eles, Gilneas e Stromgarde se separaram da Aliança também.
No entanto, muitas facções permaneceram ao lado do Rei Terenas de Lordaeron. O Almirante Proudmoore, de Kul Tiras, e o jovem rei Varian Wrynn, de Azeroth, se mantiveram ao lado de Terenas. Os magos de Kirin Tor garantiram a lealdade de Dalaran também, mas o que mais dava segurança era o poderoso rei anão, Magni Bronzebeard, que jurou que os anões de Ironforge teriam uma dívida eterna com Lordaeron por terem retirado Khaz Modan do controle da Horda.
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