Arkade Art – Viajando pela arte de Keiji Inafune, com Megaman, Onimusha e muito mais
Hoje vamos falar do ilustrador responsável pelo design do conhecido azulzinho robótico favorito de todos Megaman e dono de muitas outras obras, Keiji Inafune!
Nascido em Osaka, Inafune entrou para a Capcom logo após sair da universidade. Com apenas 22 anos, foi contratado para fazer parte do time do primeiríssimo Street Fighter, e o design do personagem Adon foi de sua autoria. No caso, esse cara aí embaixo:
Logo depois Inafune foi selecionado para integrar a equipe do primeiro Megaman (Rockman, originalmente), em 87, onde foi o responsável por refinar os sprites originais criados por Akira Kitamura, tornando-se assim o co-autor do robô. O artista foi inspirado por animações que acompanhava durante sua infância, assim como games lançados na época (como Mario).
A escolha do azul predominante para os designs (e para o próprio Megaman) tem motivo: O nintendinho possuíma uma limitação que permitia que apenas 56 cores fossem exibidas em tela, sendo a maioria em tons de azul.
Com uma quantidade reduzida de profissionais na equipe, o artista acabou sendo responsável pelas versões pixeladas dos personagens, logotipo, design da embalagem e até mesmo do manual de instruções do game.
Em 1988 foi lançada a segunda versão do game, vendendo muitas cópias e consagrando a franquia como uma ótima fonte de renda para a empresa, culminando na não tão surpreendente criação de uma terceira versão do game, em 1990, considerada por Inafune como sua favorita, por motivos que ele mesmo explica: “…o que está dentro do jogo e o que aconteceu por trás do lançamento dele”.
Com o final do Nes e o surgimento de uma nova geração de consoles, desta vez com 16 bits, Inafune continuou a saga com Megaman X (na minha opinião, um dos melhores games já criados), sendo o criador dos designs de X e Zero. Uma curiosidade: Zero era para ser o protagonista da série ‘X’, mas foi mudado por decisões da própria Capcom.
Os trabalhos de Inafune acompanharam a série até o Megaman X5, pois o sexto game não contou com sua participação.
Mais uma geração, mais um novo projeto: Desta vez o artista envolveu-se com o icônico Megaman Legends (1997), requisitado pela Sony para o Playstation (e posteriormente criado para a Nintendo, no N64). Nele, vimos um Megaman sem capacete, e pela primeira vez em 3D. O resultado é um dos games mais queridos pelos fãs do personagem.
Em seguida, participou da série de RPGs Megaman Battle Network (2001) para o Game Boy Advance da Nintendo. A série caracteriza-se por ser menos focadas na ação, com batalhas em um tabuleiro de movimentos limitados, utilizando cartas que dão acesso a diferentes poderes e itens.
Com o crescimento na empresa, Keiji Inafune acabou responsável por uma equipe inteira (Capcom Production Studio 2), onde decidiu sair um pouco do tema futurista na nova geração de consoles 128 bits, com a criação da série de samurais Onimusha, de 2001 (o primeiro game de Ps2 a vender um milhão de cópias).
Entretanto, sua paixão robótica não demorou muito para ganhar um novo game contando com sua participação, e em 2006 foi criado o Megaman ZX para o novo portátil Nintendo DS.
Também em 2006 foi criada a nova franquia de Inafune, desta vez focada em um dos monstros mais queridos da cultura pop: Zumbis, com o muito bem-humorado Dead Rising, criado para Xbox 360 (posteriormente portado para o Nintendo Wii). Aliás, essa roupa me lembra algo:
Em 2010 o artista decidiu sair da companhia, após 23 anos de parceria, criando suas próprias empresas: Comcept e Intercept.
Logo depois, em 2013 foi a vez de Mighty number 9, seu novo projeto, anunciado na Penny Arcade Expo, recebendo o aplauso do público e tendo uma campanha incrivelmente vitoriosa no Kickstarter, plataforma mundialmente famosa de crowdfunding (Acabou obtendo $900 mil em apenas 2 dias. Sim, DOIS dias).
Inafune também participou como designer gráfico de alguns projetos bem interessantes, como Duck Tales e o primeiro Breath of Fire.
Inafune é um gênio como produtor, mas como ilustrador possui traços simples e com um estilo mais infantil, gerando personagens super carismáticos e divertidos. Veja mais trabalhos do artista: