Arkade Séries: Resident Evil No Escuro Absoluto começa tímido, promissor
Ontem estreou na Netflix a primeira temporada de Resident Evil: No Escuro Absoluto, nova série em animação da grande franquia de terror da Capcom. Vamos então discutir um pouco sobre como esse início de história acabou se saindo! Sem spoilers, é claro!
Primeiramente, vamos nos situar na história. No Escuro Absoluto acontece no ano de 2006, dois anos depois dos eventos de Resident Evil 4 e meses antes dos eventos iniciais de Resident Evil 5, em que Jill e Chris partem em sua caçada a Albert Wesker.
A série traz de volta a dupla de protagonistas de Resident Evil 2, Leon S. Kennedy e Claire Redfield. Leon segue seu trabalho como agente especial do presidente americano, o pai de Ashley Graham de Resident Evil 4, realizando diversas missões secretas e perigosas ao redor do mundo. Já Claire tornou-se ativista, fazendo trabalho comunitário em países vítimas de guerras.
Ambos se reencontram quando uma nova ameaça oculta surge, uma suposta nova epidemia do T-Vírus, que teria surgido no país fictício de Panamstan. Até que as coisas escalam de forma extrema quando a própria Casa Branca torna-se alvo de um ataque biológico de zumbis.
Com essa sinopse seguimos adiante, pois tudo daqui pra frente seria spoiler. Essa primeira temporada possui apenas quatro episódios de cerca de 25 minutos cada. Tendo uma duração total de mais ou menos 1 hora e 40 minutos, assim como um filme, sendo bem tranquilo de assistir tudo de uma vez só.
Essa primeira temporada é mais focada no desenvolvimento de seu enredo e na construção de um mistério, que é desvendado a cada novo episódio, já deixando alguns elementos para uma segunda temporada. E sendo uma história canônica no universo da série, os fãs conseguirão identificar bem o que pode estar vindo por aí no futuro.
Uma coisa importante a se mencionar é que essa primeira temporada é mais focada nos aspectos políticos das armas biológicas, além é claro de uma conspiração por trás dos eventos em Panamstan e na Casa Branca, sendo assim, as cenas de ação são poucas e mais contidas. O que, honestamente, ficou muito bem feito!
Nada dos tiroteios acrobáticos com armas de munição infinita como vistos em Resident Evil Degeneration e Damnation. Na verdade tem um pouquinho disso aqui, mas de forma bem menos absurda, o que é ótimo. E vale mencionar que essas cenas de ação são majoritariamente protagonizadas por Leon.
Claire, por outro lado, fica de fora da ação e infelizmente tem bem menos tempo de tela do que Leon. Sua participação na série está num lado mais investigativo, sendo separado das ações de Leon na maior parte do tempo.
Isso condiz com a direção que a personagem tomou após os eventos de Resident Evil 2 e Code Veronica X, pois apesar de ser experiente no uso de armas e combate contra armas biológicas, ela não é militar. Porém, a série faz de Claire uma personagem um tanto frágil. Não muito, pois ela não depende de outros para agir, a não ser em certos momentos. Ela é uma personagem independente e forte no âmbito intelectual, que é onde ela atua na série. Mas, pessoalmente, acredito que ela merecia mais destaque nessa primeira temporada.
Os outros personagens apresentados na história, em especial os agentes Jason e Shen May, são bem construídos apesar do pouco tempo para as devidas apresentações. E suas participações são bem importantes para o andamento da narrativa.
Visualmente a série é muito competente. A animação é de alta qualidade, apesar de ter algumas cenas com personagens se movendo de forma meio esquisita, principalmente os “figurantes digitais” que aparecem por poucos segundo. É bem nítido que o foco da animação não era neles e sim nos protagonistas, o que é compreensível.
As texturas e detalhes dos personagens são realmente incríveis, principalmente nas cenas de violência e gore. Apesar de não haver muito foco nessa parte visualmente chocante, a qualidade é realmente alta, com certas cenas que parecem até saídas de Resident Evil 2 Remake no nível de carnificina.
Na parte sonora, assistindo a série com dublagem em português brasileiro, temos muita qualidade. Os dubladores brasileiros fizeram um trabalho impecável, entregando bastante identidade e qualidade. Principalmente pois vemos um pouco mais de desenvolvimento dos personagens, com um Leon um pouquinho mais canastrão, tentando arrumar alguma companhia feminina para jantar. E Claire sendo mais séria, mas sem deixar de lado seu ar leve tão conhecido dos games.
Em minha opinião, essa primeira temporada foi bem sucedida. Um pouco tímida talvez, principalmente em se comparando com os outros filmes em CGi da série, mas isso não é um ponto negativo. Porem, creio que não houve um bom balanceamento nas histórias de Leon e Claire.
A temporada termina com uma conclusão fechada, apesar de meio óbvia para quem já conhece bem a série. Deixando apenas algumas pontas soltas para sua segunda temporada que deve vir no futuro. E será interessante ver que direção a história vai tomar agora, será que veremos mais de Jill e Chris?
A série tem um salto no tempo entre os anos de 2006, quando Jill e Chris encontram Oswell E. Spencer e Albert Wesker, até o ano de 2009, quando Chris e Sheva iniciam uma perigosa missão na África. Será que veremos os acontecimentos desse período? Teremos que esperar para saber!
Resident Evil: No Escuro Absoluto está disponível na Netflix.