Arkade Series: Será que os Mayans MC terão o mesmo sucesso na TV que Sons of Anarchy?
Foi noticiado há alguns dias, sobre a encomenda de Mayans MC, série derivada de Sons of Anarchy que focará no moto clube dos latinos. Mas será que os mexicanos conseguirão causar o mesmo impacto do que seus rivais?
Sons of Anarchy marcou, conquistou uma geração de fãs e assim como Breaking Bad e projetos semelhantes, deixou um pouco de “quero mais”, mesmo com o criador Kurt Sutter colocando um ponto final nos eventos que envolvem o motoclube na sétima temporada. E o motoclube rival, frequentado pelos latinos que habitam na fictícia Charming, terão suas histórias contadas.
Mas será que o sucesso será o mesmo? O universo é o mesmo, mas os personagens, talvez não. Vamos então considerar alguns pontos que podem ajudar ou atrapalhar Mayans MC na construção de um projeto tão ambicioso quanto foi sua “série-mãe”.
Spin-off é tendência…
Saul Goodman (ou Jimmy McGill) que o diga. O “quero mais” dos fãs praticamente obrigam as produtoras a pressionarem criadores e roteiristas na continuidade de um projeto, mesmo quando o mesmo quer colocar um ponto final em uma história. Walter White teve seu final em Breaking Bad e nada faria Vince Gilligan, o criador da série, voltar atrás. Mas todos viram em Better Call Saul, a oportunidade de ampliar o universo, com uma prequela das atividades do advogado e melhor apresentação de personagens queridos.
Com os Sons, a situação é semelhante. Não se sabe muito quanto ao projeto, mas trazer o universo de Charming de volta, em outro ponto de vista, é uma decisão natural e sensata. Se vai dar certo ou não, vários fatores irão definir, mas continuar um universo sem necessariamente continuar uma história é a melhor forma de continuar uma produção, ao invés de “arrastar” algo por duzentas temporadas.
… mas precisam “chegar chegando”!
Se por um lado, spin-off são bacanas, por outro, existe um grande risco de acontecer rejeição do principal público: o fã. Better Call Saul, embora seja do universo de Breaking Bad, conta sua história e seus acontecimentos de uma maneira totalmente diferente do seriado original, salvo alguns lances aqui e ali. Claramente, o seriado agrada mais quem gostou da história de Walter White “e seus amigos” do que quem apreciava a ação do mesmo.
Os Mayans, embora estivessem sempre presentes no caminho dos Sons, sempre foram “secundários”, e tirando Marcus Alvarez, o chefão do clube, contam com membros naturalmente sem carisma nenhum. E no caso dos Sons of Anarchy, praticamente todos os membros do MC, incluindo os novatos, tinham personalidade suficiente para ganharem seus próprios fãs. Uma das mais difíceis tarefas de Mayans MC será a de conseguir apresentar personagens tão memoráveis quanto Jax, Clay, Chibs, Tig e os outros. Sons não é apenas sobre um clube, é sobre pessoas, e esta será a árdua tarefa dos latinos em seus primeioros episódios. Cada personagem sendo ele mesmo, sem usar sombras da SoA, já é um bom começo.
Tem que ter “insegurança”
Quem assistiu Sons of Anarchy, sabe que a história não tem nenhum ponto de segurança para o espectador. Com a intenção de apresentar um mundo cru como ele é, o roteiro não tem dó de matar personagem, muito menos em oferecer traumas e mais traumas para os mesmos. Moral da história: você não sabe o que vai acontecer mesmo. Outra importante tarefa que os mexicanos e latinos terão pela frente, pois salvo alguns “vacilos”, o público da SAMCRO não vai tolerar previsibilidade. De jeito nenhum!
Ah, e o seriado é bom por ser pesado e por nos fazer até se sentir mal, ás vezes. Continuem com o “bom trabalho”, por favor!
Liberdade que só motocicleta pode oferecer
Uma vantagem que os Mayans terão ao contar suas histórias, é a da total liberdade que provavelmente eles terão. Kurt Sutter, o criador de todo este universo, e Elgin James, roteirista do episódio piloto, estão muito mais à vontade do que estavam no começo de SoA e não precisam provar nada para ninguém. Claro que a pressão por audiência existe e não somos ingênuos a ponto de achar que um sucesso será suficiente para outro projeto, mas acredito que o novo seriado tem tudo para ter personalidade própria e ser outro marco na já rica história da “bandidagem” na TV.
Liberdade, inclusive para adicionar ou não personagens da SAMCRO — ou não. A surpresa, seja para o lado bom ou ruim, sempre foi um dos melhores ingredientes da história de Jax, então, a confiança está sim a mil para um novo e excelente trabalho.
