Atari 2600 “aprende a falar” através de um software adaptado
Quem viveu os anos 80 conhece as famosas “vozes robotizadas”. Como forma de mostrar, de maneira bem particular daqueles dias, o futuro, iniciativas buscavam trazer voz a diversos equipamentos. E, como a qualidade sonora não era das melhores, tudo ficava com aquele som metalizado.
Computadores, sistemas telefônicos, projetos robóticos e muitos outros projetos ganharam voz. Que também chegaram aos videogames, mais especificamente, nos arcadas, com alguns poucos já contando com vozes digitalizadas. Tudo isso, até evoluir para os assistentes pessoais que temos hoje, como a Alexa e a Siri.
Mas o Atari 2600, lendário console que fez parte da vida de muitos, nunca havia “falado”. O sistema mal tinha capacidade de oferecer música, imagine voz. Mas um desenvolvedor denominado Rossum, publicou em seu blog um projeto que traz voz ao console.
Rossum usou o SAM (Software Automatic Mouth), um software lançado em 1982. E fez uma espécie de “port” para fazer o programa rodar por completo no Atari 2600. Apenas o console reproduz tudo, sem nenhuma necessidade de hardware adicional.
Ele conseguiu lidar com a baixa capacidade do console. O Atari 2600 conta com baixíssima memória RAM (128 bytes) e cartucho entre 8kB a 16kB. O que não cabe em uma fita nem uma foto ou música, nos padrões atuais. O console, inclusive, não consegue converter texto em fonemas. Mas a solução encontrada foi usar os alofones.
A alofonia constitui a relação de semelhança entre as variantes de um fonema. Assim, os alofones são fones cujo feixe de traços comum os permite associar a um fonema. O que foi o suficiente para gerar cerca de dois minutos de fala no cartucho, veja:
Em seu blog há um artigo completo sobre esta situação, e explica de maneira completa o processo de colocar o SAM no cartucho do Atari. A qualidade sonora não é das melhores, mas assusta por saber que, de alguma forma, um console tão limitado pode ter, com os ajustes necessários, voz.