BGS 2019 – Nintendo segue de olho no Brasil, mas “a sua maneira”

14 de outubro de 2019
BGS 2019 - Nintendo segue de olho no Brasil, mas "a sua maneira"

A Nintendo esteve, enfim, na Brasil Game Show. Após uma ausência de sete anos, quando apresentou por aqui o Wii U, e um “ensaio” com demonstrações fechadas para a imprensa no ano passado, a Big N chegou com um estande grande, estações de games queridos como Mario Kart 8 Deluxe, novidades como The Legend of Zelda: Link’s Awakening, e games que ainda estão no forno, como Luigi’s Mansion 3.

Mas será que isso significa que, como muita gente espera, a Nintendo finalmente chegará ao país? Já adianto, antes de apresentar nossa conversa: não. Como já falei em um artigo publicado há algum tempo, a Nintendo funciona de maneira diferente, se comparado à Sony ou Xbox. Ou ela autoriza empresas a fabricarem, divulgarem e venderem seus produtos (como a Playtronic/Gradiente fizeram na época do Super Nintendo/Nintendo 64), ou trabalha com importações, através de parceiros que colocam os games nas prateleiras.

Mas isso não significa que a Nintendo não tem interesse no gamer brasileiro. Muito pelo contrário. Mesmo com seu modelo peculiar de negócios, a Big N sabe que o brasileiro ama sua marca, e fez o Switch, mesmo com seus preços absurdos, praticados pelo comércio em geral (cerca de 180 dólares mais caro do que o preço do console nos EUA), ser um sucesso por aqui.

Assim, conversamos com a Big N na Brasil Game Show 2019. Representada na pessoa de Pilar Pueblita, a simpática responsável pela Nintendo na América Latina respondeu a algumas questões envolvendo a relação da Casa do Mario com o gamer brasileiro.

BGS 2019 - Nintendo segue de olho no Brasil, mas "a sua maneira"

Ela disse que estava muito feliz por estar no Brasil, trazendo novidades, como Luigi’s Mansion 3. A executiva também conferiu, e agradeceu, o imenso suporte dos fãs brasileiros. Estes, mesmo sem uma presença oficial da Big N no país, mantém acesa a chama da companhia, valorizando seus jogos, e produtos.

Sobre a aceitação brasileira no estande, tanto novidades como Link’s Awakening, quanto o já mencionado Luigi’s Mansion 3, contavam com estandes sempre ocupados, e com filas consideráveis. Quando questionada sobre o fato de a Nintendo ter alguma ideia sobre como agir com o público brasileiro, como uma espécie de sugestão de games focadas em nosso público, a resposta foi simples: “A Nintendo tem a missão de colocar sorrisos em todas as pessoas, para todos os jogadores”.

Foi explicado que o brasileiro, de uma maneira geral, já está conectado ao “mundo Nintendo” atual, tendo como seu game preferido o Mario Kart 8 Deluxe, além de gostar também de Super Smash Bros. Ultimate. Assim, o line-up principal da Nintendo, funciona em qualquer canto do mundo, incluindo o Brasil. Apenas com uma pequena diferença de preferência com determinado jogo, em um país ou outro.

Também perguntamos se a Nintendo tem interesse de investir em eSports no Brasil. Splatoon 2 e Super Smash Bros. Ultimate são games competitivos que poderiam contar com etapas interessantes em seus circuitos em um país que ama os games Nintendo. Porém, não há ainda direção da Big N para trazer este tipo de evento para cá. Uma pena, uma vez que os games são extremamente populares, e contaria, com certeza, com a atenção de jogadores e organizações.

Também perguntamos sobre a visão da Nintendo entre os seus fãs de longa estrada, que a acompanham desde a era 8 e 16 bits, e os fãs mais novos, que conhecem a empresa apenas na época do Nintendo Switch. Para Pueblita, a missão da empresa, novamente, é a de “colocar sorrisos nos rostos das pessoas”. E, para ela, os mesmos princípios existentes nos tempos de NES, Super NES e Game Boy, seguem ativos hoje, com o Switch, ou mesmo o 3DS.

Pueblita terminou a conversa explicando sobre as investidas da Nintendo no Brasil. Ela lembrou sobre a loja digital da Nintendo no Brasil, que aceita cartões nacionais e boleto bancário. Também lembrou sobre a parceria com a Lojas Americanas, que vende cartões com créditos ou games para o Switch. E também falou sobre a parceria com a Magazine Luiza, na BGS 2019, que significa um projeto de expansão da marca.

Como já falamos, a Nintendo tem um jeito muito peculiar de trabalhar. Diferente de marcas com forte presença no Brasil, como a Microsoft, com o Xbox, ou a Ubisoft, a Big N demonstra ainda não ter interesse em uma “Nintendo do Brasil“. Entretanto, o gamer brasileiro, sempre fiel à sua marca (desde os tempos dos Famiclones, nos quais os jogadores curtiam Super Mario Bros. 3 sem nem jogar em um NES legítimo, está sim no radar da Big N. Por isso, mesmo que devagar, e mesmo sem nada bombástico, o fã de Mario, Link e companhia podem sim ficar de olho nos próximos passos da empresa no Brasil.

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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