Brasil no Mundial 2019 de League of Legends

12 de outubro de 2019
Brasil no Mundial 2019 de League of Legends

A maior competição de League of Legends do mundo já começou. Como comentamos anteriormente, o evento inicia com a Fase de Entrada, em sequência há a Fase de Grupos, e enfim, as Eliminatórias. A equipe representante brasileira (Flamengo eSports) esteve presente durante a primeira Fase, mas não conseguiu ir muito longe e foi eliminada da competição – novamente pelos turcos. Dado o nosso histórico, a dificuldade em avançar dessa Fase no Mundial é algo, de certa forma, não tão surpreendente. Vamos conversar melhor sobre isto abaixo.

Fase de Entrada

Os confrontos da Fase de Entrada definiram as 4 equipes que irão à Fase de Grupos do Mundial (DAMWON Gaming, Clutch Gaming, Hong Kong Attitude e Splyce). Os embates nos grupos de 3 participantes foram bem disputados. No Grupo A, Clutch Gaming teve dificuldades com o poderio dos Unicórnios, e estes tiveram complicações com a Mammoth, chegando a disputarem o desempate para definir o segundo lugar. No Grupo B, a Splice dominou, sofrendo somente uma derrota para a DFM, a qual não quis sair 0-4 desta etapa. O Terceiro grupo, nomeado de Grupo C, foi o mais indefinido; as partidas foram cansativas e as 3 equipes não demonstraram um bom desempenho. As 8 equipes do pote 1 e 2 conseguiram demonstrar sua dominância e se encaminharam aos confrontos Md5.

Confira como foram os jogos do Flamengo:

Brasil no Mundial 2019 de League of Legends
DAMWON Gaming vs. Flamengo eSports

Jogo 1 – Vitória da Damwon

O jogo começou muito melhor para a equipe coreana. Canyon (Taliyah) acabou com a rota de Robo (Aartrox) nos primeiros minutos – coletou um First Blood – e o Flamengo teve que jogar, basicamente o resto da partida, com um jogador desfalcado. O jogo começou bem disputado, apesar da tragédia na rota superior.

A dupla da bot lane Rubro-Negra aplicou belas jogadas de contra-ataque ao avanço da DWG e conseguiu uma boa vantagem. Goku (Neeko) conseguiu ficar forte, assim como Shrimp, mas, o destino da equipe brasileira estava selado à vantagem que os coreanos obtiveram no início do jogo, no topo. Mesmo com tantos abates para ambos os lados, o controle de mapa da Damwon foi impressionante.

O ouro coletado pelos Rubro-Negros nunca chegou perto ao de seus adversários, e também nem ao menos conseguiram avançar as suas rotas à frente da primeira linha de torres da DWG. Aos poucos, com o domínio de mapa adversário, os Urubus ficaram cada vez mais acuados em sua base, até não terem mais para onde ir.

Jogo 2 – Vitória da Damwon

O sonho ainda era real. O Flamengo começou muito bem nesta partida. Justamente quem tinha ficado atrás na partida anterior, foi quem começou na frente nesta. Shrimp (Rek’Sai) conseguiu executar um belo gank cedo em Nuguri (Ryze) e garantiu o First Blood. Na sequência, aos 6 minutos, o caçador Rubro-Negro encaixou outra investida na rota inferior e garantiu o seu segundo abate na partida. Toda essa vantagem inicial deixou os Urubus mais confortáveis, abrindo espaço para Luci (Pyke) rodar o mapa junto com seus companheiros e tentar abates isolados.

O primeiro erro – talvez o maior deles –, foi a jogada na rota superior, na qual Luci, brTT (Kai’Sa) e Goku (Neeko) forçaram uma jogada em Canyon (Lee Sin), Nuclear (Xayah) e Beryl (Yummi), enquanto Shrimp e Robo (Irelia) estavam levando a primeira torre da rota inferior com o Arauto; a jogada na top lane deu muito errado para a equipe Rubro-Negra – a DWG conseguiu responder muito bem e parou um pouco com o ritmo agressivo de seus adversários. A partir dessa jogada, o jogo começou a desandar para o Flamengo. Os coreanos começaram a conseguir melhor responder às jogadas dos Urubus, e sabiam muito bem como abusar dos erros. A estratégia de split push com Robo permitiu que ShowMaker (Le Blanc) conseguisse, juntamente de Canyon, alguns abates isolados. Estes foram suficientes para a Damwon pegar o primeiro Barão Nashor e tomar o domínio da partida para a sua equipe. Com o Nashor, a DWG conseguiu controlar todas as rotas de maneira muito eficiente, abriu a base adversária, e não regrediu até finalizar a partida.

Brasil no Mundial 2019 de League of Legends
Royal Youth vs. Flamengo eSports

Jogo 1 – Vitória do Flamengo

O pick de Draven, feito por brTT, foi para deixar os torcedores com um sorriso de orelha a orelha. O atirador, famoso por rodar os machados eficientemente com o campeão, optou por essa escolha pois ela é muito forte contra a Kai’Sa, campeã a qual Pilot escolheu jogar.

Os turcos começaram a partida decidindo por trocar as rotas entre Cyeol (Azir) e Armut (Renekton). Desta forma, Goku (Zoe) conseguiu abusar muito da vantagem em cima do Renekton e Robo (Neeko) sofreu um pouco nas mãos do meio da Royal Youth. O jogo demorou a esquentar, e isto aconteceu aos 10 minutos, quando o Flamengo encontrou uma boa oportunidade de luta no rio, e após garantir duas eliminações, conquistou o Dragão Infernal.

Os Rubro-Negros conseguiram controlar os objetivos neutros e obtiveram o domínio da partida. A RYL optou por uma composição de late game, e teve que se contentar com o domínio inicial da equipe brasileira. O Flamengo sabia de seu momento de força e abusou disto ao máximo para finalizar a partida o mais cedo possível. Shrimp (Lee Sin) foi o destaque desta partida; ele foi a engrenagem da composição de sua equipe e deu ritmo de jogo para os brasileiros conquistarem a sua primeira vitória no campeonato internacional.

Jogo 2 – Vitória da Royal Youth

A equipe turca trouxe uma estratégia de split push para esta partida, enquanto o Flamengo optou por uma composição de teamfight. O pick mais inusitado foi o de Tolerant, que trouxe o seu Blitzcrank para ser o suporte da equipe.

Esta partida não foi nem um pouco semelhante à primeira. Robo estava tendo trabalho com a maestria de Armut com a sua Fiora. Shrimp (Rek’Sai) não conseguiu impor o seu ritmo e a dupla brasileira da rota inferior sofreu muito com as rotações da Royal Youth, abrindo espaço para Armut (Fiora) conquistar o First Blood em uma jogada no rio, aos 15 minutos. Se antes estava complicado para Robo, neste momento, a situação tinha se complicado muito mais.

A partida se manteve “morna” por algum tempo no mid game, mas a equipe brasileira teve muitas dificuldades em alcançar a vantagem de ouro de seus adversários, o que não foi possível desde os primeiros minutos de partida – mesmo com a vantagem em abates no placar.

O split push de Armut foi o que mais dificultou as jogadas do Flamengo. A Royal fez bons desengages durante as iniciações dos Rubro-Negros e não permitiu que eles tomassem as rédeas da partida. Diante dessa dificuldade, os brasileiros optaram por anular a Fiora do jogo para parar com a estratégia adversária, e isto acabou dando errado da mesma maneira. Aos poucos, o domínio de mapa ficou cada vez melhor para os turcos: eles conquistaram o Barão e finalmente conseguiram abrir espaço na base do Flamengo. O segundo Nashor e o Dragão Ancião em sintonia de bônus duplo para a equipe turca foram suficientes para acabar com o jogo, pois o Flamengo já se encontrava em muita desvantagem de força, e o seu Nexus se encontrava, também, sem defesas. A partir desta vitória, as duas equipes empataram seu placar no grupo e se encaminharam para um desempate disputando o segundo lugar.

Jogo 3 – Vitória da Royal Youth

Não foi desta vez. A equipe brasileira optou por um pick diferente nas mãos de Shrimp, um Nocturne, e trouxe uma composição com foco no 1-3-1. Os turcos, por sua vez, também tinham forças nas rotas laterais, porém, estavam munidos somente de dano físico em seus campeões.

Robo (Camille) tinha vantagem em sua rota e não conseguiu abusá-la. A escolha de Nocturne não se pagou, Closer (Lee Sin) conseguiu rodar melhor o mapa e aproveitou a vantagem para roubar os campos da selva do Flamengo. Na rota inferior, a vantagem no early game era para os turcos, e eles conseguiram abusar também desta força.

O controle de objetivo foi totalmente da Royal, e com isso, conseguiram dominar melhor o mapa. Aos poucos, a sua vantagem em ouro se transformou em vantagem de dano, e os Rubro-Negros mal conseguiram se defender, só viam suas estruturas de defesa se tornarem ruínas. O Flamengo tentou boas respostas – principalmente com eliminações isoladas –, mas não foi suficiente para parar o avanço turco. E desta forma, mais uma vez o Brasil foi eliminado na Fase de Entrada do Mundial.

Brasil no Mundial 2019 de League of Legends

Brasil no Mundial

“Por que o Brasil nunca vai bem no Mundial? ” Essa é a pergunta que permeia a internet, principalmente após a eliminação de uma equipe brasileira da maior competição do cenário internacional de League of Legends.

Nossa primeira participação no evento foi no ano de 2014, com a representante KaBuM. A equipe não conseguiu fazer bons jogos na época, mas conseguiu uma vitória histórica contra a Alliance. Na sequência, em 2015, foi a vez da paiN mostrar as suas forças – talvez esta tenha sido a melhor campanha brasileira no Mundial; a equipe venceu o Wildcard sem perder nenhuma partida, e na Fase de Grupos do Mundial, conseguiu 2 vitórias em 6 jogos.

Em 2016, a representação nacional estava nas mãos da INTZ; a equipe conseguiu vencer o Wildcard e, na Fase de Grupos, só conseguiu sair com uma vitória em cima da grande EDG. No próximo ano, em 2017, o Wildcard foi substituído pela presença da Fase de Entrada do Mundial. Isso fez com que fosse mais difícil ter acesso à Fase de Grupos do grande evento. Nesse ano, a Team oNe representou o Brasi; conseguiram chegar às eliminatórias da etapa, mas foram eliminados pelos turcos.

Em 2018, era a vez da KaBuM mostrar a renovação de seu desempenho internacional após 4 anos de sua primeira aparição, mas, não conseguiram nem ao menos chegar nas eliminatórias da Fase de Entrada, foram eliminados no desempate contra a DetonatioN FocusMe.

Muitos acusam que a grande fraqueza do Brasil seja a competitividade, a qual é alegada como fraca. Há também quem diga que a fila ranqueada brasileira deixa muito a desejar. Ou também, que estamos muito distantes de outras regiões, e assim, consequentemente não conseguimos treinar com as melhores equipes para nos tornarmos melhores.

Há diversos argumentos conflitivos, mas a esperança de que alguma equipe consiga nos representar da melhor maneira nos próximos anos se mantém. E você, o que acha que o cenário competitivo brasileiro de League of Legends precisa para melhorar?

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