Campus Party 2013: Nolan Bushnell encanta falando de Atari, Steve Jobs e educação
Nolan Bushnell, o fundador da Atari, foi um dos grandes nomes a se apresentar na Campus Party 2013. Ele falou sobre o passado dos videogames, sobre seu funcionário mais ilustre – Steve Jobs – o poder dos videogames na educação, e deu muitos conselhos aos jovens em sua palestra na Campus Party nesta quarta-feira (30).
Bushnell contou sobre as dificuldades em se trabalhar com hardware e software nos anos 70, devido a baixa capacidade de todos os componentes. Ele falou ainda de como fundou a Atari e como conseguiu, com acertos e erros, transformar a marca em uma referência no mundo dos games.
Como foi ser patrão de Steve Jobs
Bushnell citou por várias vezes Steve Jobs, que foi seu funcionário na Atari antes de fundar a Apple. Para Bushnell, Jobs foi um exemplo de disposição e criatividade. Um fato curioso é que a Apple foi “amiga” da Atari no princípio, tendo inclusive componentes de Atari em seu primeiro modelo computador!
O veterano ainda contou alguns fatos curiosos de seu passado e de algumas escolhas “infelizes” que fez: “Jobs me ofereceu um terço da Apple por 50 mil dólares. E eu recusei”, diverte-se Bushnell com sua própria “falta de sorte”.
Bushnell aproveitou para lembrar que tanto Jobs como muitos outros integrantes do quadro de funcionários da Atari naquela época eram contratados pelo hobby ou intensidade, não pelo diploma. Até porque na época, muitos deles nem diploma tinham, e o que valia era a criatividade, a vontade de criar coisas novas.
O futuro da educação está nos videogames
Nolan também apresentou suas ideias para a educação. Segundo estudos apresentados, o ser humano aprende mais e melhor quando tem suas mentes ativada, o que vai contra o sistema “passivo” de educação nas salas de aula tradicionais, onde muitos alunos perdem facilmente o interesse e produzem menos.
Bushnell apresentou ideias interessantes, desde um óculos para se jogar até novas possibilidades de se curtir games multiplayer com smartphones e tablets. Para ele, as pessoas poderiam aprender o mesmo conteúdo de um curso em menos tempo, se recursos com games fossem aplicados: seria possível absorver o equivalente a quatro anos de informação em apenas seis meses, garante.
Bushnell embasou sua teoria com uma analogia gamer, afirmando que o prazer de se passar de fase após encarar um adversário é semelhante à sensação que sentimos quando superamos um desafio em nossa vida acadêmica ou profissional. Juntando estes dois mundos em prol da educação, teríamos uma revolução na forma como ensinamos e somos ensinados.
O “pai dos videogames” também deixou valiosos conselhos para os campuseiros. Destacamos algumas de suas frases abaixo:
“Nunca, nunca cresça. Crescer é o prego da morte para a criatividade.”
“Convença o mundo de que você é feliz, e você acabará sendo feliz mesmo.”
“Fazer algo fora da sua zona de conforto alimenta o cérebro.”
Bushnell terminou sua participação fazendo um emblemático pedido ao Brasil: “eu quero ver jogos brasileiros. Existem muitas coisas curiosas aqui que o mundo precisa saber. São conhecidos até hoje por uma mulher que usa umas frutas na cabeça e vocês são bem mais que isso.”
Alguém aí teria coragem de dizer não ao sujeito que praticamente criou o mundo dos games como o conhecemos?