Campus Party 2013: palestra discute o desenvolvimento de games no Brasil
A paixão pelos games e a vontade de participar deste mercado é o que motiva o nascimento de muitas novas produtoras. Porém, como o Brasil ainda engatinha neste cenário, é comum que os novatos errem a mão, e várias iniciativas sejam canceladas muito antes de ter produzido algo. Nada melhor que a opinião de alguns especialistas para evitar este problema!
Para ajudar a esclarecer este cenário, a Campus Party trouxe Mauricio Tadeu Alegretti, diretor da Smyowl Desenvolvimento de Softwares e Juliano Alves, gerente de marketing da Intel, consultor da Abragames e antigo CEO da Oniria. Com experiência no ramo, ambos ajudaram os campuseiros a lidar com a difícil missão de se desenvolver games no Brasil.
A falta de planejamento é citada como o primeiro e maior erro dos novos desenvolvedores: geralmente eles se preocuparem apenas em montar uma equipe e não cuidam de todo o resto. O valor do projeto também merece atenção, baseado no tamanho do game, que também vai envolver o tamanho de sua equipe e a atenção dedicada ao game, seja ele grande ou pequeno.
Outro ponto analisado é a necessidade de saber vender o jogo. Saber se vale a pena colocar em uma caixinha ou usar as já muitas lojas online para download direto.
O mercado de games no Brasil e no mundo: temos muito o que fazer
Foi apresentado o tamanho do mercado de games no mundo e a nossa posição dentro dele. Somos apenas o 15oº mercado do mundo. Apenas 2% das casas brasileiras têm um console (nos EUA esta porcentagem vai para 45%) e temos apenas 2% de fatia do mercado mundial de games.
Mas isto não é motivo para desânimo, segundo os palestrantes: para melhorarmos nossa posição, temos que encarar nossos problemas, que são a alta carga tributária sobre os jogos, a pirataria, a burocracia e a falta de uma classificação etária decente.
Temos ainda um problema de mão de obra: existem muitos profissionais qualificados no Brasil, mas a falta de oportunidades por aqui faz com que este povo seja levado por empresas estrangeiras.
Claro que nossa situação está melhorando, pois hoje já existem alguns incentivos do Governo Federal (poucos, é verdade, mas pelo menos existem) que andam atraindo algumas empresas para o Brasil, temos também a possibilidade do diálogo, além de mercados que estão aí sem muita atenção e são bons investidores, como os árabes e os chineses.
O mercado nacional de games tem caminhado a bons passos, mas ainda precisa amadurecer muito e se estabelecer.
Para isso, um trabalho conjunto entre empreendedores, desenvolvedores, a comunidade gamer e o governo federal poderá fazer do nosso videogame um produto tão – ou até mais – competente do que os concorrentes globais, pois talento nós já temos. Falta apenas o incentivo.