CCXP 2020 – Edgar Vivar fala de Chaves e do Sr. Barriga
Edgar Vivar tem uma história e uma relação de amor com o Brasil. Presença garantida no país pelos últimos dez anos, o eterno Sr. Barriga ama o nosso país e reconhece, sempre que pode, o carinho do público brasileiro, com os seus personagens e a obra de Chespirito. Desta vez, não presencialmente, Edgar participou de maneira remota na CCXP Worlds, para comentar sobre Chaves e seus personagens.
Edgar começou falando sobre a saída do Chaves da televisão. Ele explicou, conforme já sabemos, que os direitos de Chaves e Chapolin agora são do filho de Roberto Gomez Bolaños, mas acrescentou que as negociações para novas transmissões estão suspensas. E diz acreditar que em 2021, de alguma forma, os episódios voltarão.
Questionado sobre seu episódio favorito, Vivar disse que tem boas recordações de seu primeiro episódio, onde muito do que o Seu Barriga viveu durante os anos de seriado ficou estabelecido: o calote do Seu Madruga, as pancadas ao entrar na vila e tudo o mais. Entretanto, deixou claro que seu episódio preferido é a saga de Acapulco, no qual a vila toda se hospeda em um hotel luxuoso, na cidade litorânea do México.
Também disse como conheceu Roberto Bolaños. Disse que Chespirito ligou para ele, o convidando para trabalhar na televisão, no canal 8, onde era transmitido, inicialmente, os episódios. Vivar nunca havia trabalhado na televisão, apenas no teatro. Mas Chespirito explicou que o seu novo programa não usaria ponto, e o contratou para fazer programas do Chapolin e Chaves.
Vivar comentou também sobre como foi ser Seu Barriga e Nhonho, em uma época a qual a tecnologia era muito mais limitada. Disse que era muito difícil fazer a aparição simultânea dos personagens, com o uso de chroma-key. Mas, que o resultado era satisfatório. “Era complicado, mas era muito divertido. Acho que muitas pessoas têm inveja de poder conversar consigo mesmas”
Falou também sobre seu pior inquilino, o Seu Madruga. Disse que Ramón Valdez era exatamente o próprio Madruga, e comentou sobre a relação entre eles, que era transparente e muito próxima. “Ele vinha aqui nesta minha casa, éramos vizinhos. Minha mãe o adorava e ele era um cara muito engraçado e muito transparente”, disse. Sabe-se que Ramón, perto de morrer, conversou com Edgar e disse “lamentava, pois não poderia pagar o aluguel”.
Falando em pagar o aluguel, o ator comentou como é ser abordado na rua, para “receber o aluguel”, ou “desculpas para não pagar”. A relação com o público é muito curiosa, porque algumas pessoas chegam e dizem ‘eu não vou poder pagar o aluguel’ ou outro dizem, ‘vou pagar o aluguel do Seu Madruga, assim você não precisa cobrar mais’. E disse que os fãs vão longe, por saber que já fizeram os cálculos para saber quanto custaria 14 meses de aluguel nos dias de hoje.
Carmen Ochoa, produtora, e Ricardo de Pascual, que viveu diversos outros personagens, como o “carequinha” que queria comprar a vila e o Sr. Furtado, também participaram da atividade. Falaram sobre o clima nas gravações, que, de acordo com todos, não era muito parecido com um trabalho, mesmo com a já conhecida exigência de Chespirito em seus trabalhos. “Era muito feliz trabalhar num seriado em que todos eram amigos, não era uma equipe de trabalho e sim um grupo de amigos que estava trabalhando junto”.