CCXP23 – O Sequestro do Voo 375 apresenta making of e fala sobre a sua ação “hollywoodiana”
Em 1988, o Brasil viveu um episódio bem tenso, com o sequestro do voo 375 da Vasp, que foi frustrado, mas que entrou para a história da aviação no país, e rendeu um filme, que estreia no dia 7 de dezembro. O filme teve espaço na CCXP 2023, onde o diretor Marcus Baldini e a produtora Joana Henning falaram da produção nacional.
Eles comentaram sobre o tom “hollywoodiano” do filme. Apesar de contar uma história real, o trailer e o making of deram claros sinais de que a produção quis seguir os passos de grandes produções, a fim de trazer não apenas o conteúdo histórico, como também ação e tensão.
O que lembra muito Delta Force (ou Comando Delta para nós, na Sessão da Tarde), clássico com Chuck Norris que, apesar de ser um filme com toda a ação esperada com o lendário ator, era também inspirado em um sequestro de avião, neste caso o voo 847 da TWA em 1985, quando terroristas associados ao Hezbollah sequestraram o avião que ia de Atenas para Roma.
O diretor citou que o caso que ocorreu no Brasil em 1988 tem algumas semelhanças com o 11 de setembro, porém com um final um pouco mais feliz. Na ocasião, o sequestrador, identificado como Raimundo Nonato Alves da Conceição, invadiu o voo, em tempos os quais os aeroportos brasileiros não tinham muitos sistemas de segurança, como detectores de metal ou raio-x, e tinha como objetivo jogar o avião, que havia decolado de Confins, em Belo Horizonte, no Palácio do Planalto, em Brasília, para matar o então presidente José Sarney, por considerá-lo o culpado pela grave crise financeira que o país vivia naqueles dias.
No filme, o sequestrador é Nonato, um desempregado interpretado por Jorge Paz, que toma o avião com os mesmos objetivos. O piloto, Murilo, que representa o comandante do voo real, Fernando Murilo, acaba realizando manobras que não são comuns em aviões daquele porte (um Boeing 737-300) para tentar desequilibrar o sequestrador e salvar os passageiros.
Joana celebrou o resultado, afirmando que o Brasil pode sim propor filmes de ação, eletrizantes como este o qual ela participou, além de afirmar que, embora o filme se trate de um evento de 1988, ele será retratado com a ótica dos dias atuais, levando os temas deste evento para o debate com a nossa ótica, como o desemprego, os problemas sociais e as questões políticas, já que o comandante Murilo foi condecorado pela Força Aérea Brasileira, mas nunca recebeu um agradecimento oficial por parte da presidência.
O filme estreia em 7 de dezembro, nos cinemas, indo posteriormente para o Star+.