China estuda liberar a venda oficial de consoles no país
Depois de mais de dez anos proibindo a venda oficial de consoles em território chinês, o governo do país mais populoso do mundo está considerando a hipótese de suspender a medida que (em tese) impede a comercialização de videogames por lá.
Segundo uma fonte do governo, as autoridades do país têm realizado pesquisas e debates entre alguns ministérios, e estão estudando a possibilidade de abrir o mercado aos consoles de videogame, que não são vendidos de forma oficial na China desde 2000.
Naquela época, o governo justificou esta decisão dizendo que temia os efeitos físicos e mentais que os games poderiam ter no desenvolvimento dos jovens (?!). Sim, é um pensamento atrasado mesmo para 13 anos atrás, mas estamos falando de um país que vive há décadas sob o domínio de um regime político controverso e radical.
No entanto, apesar da proibição oficial, a lei em grande parte, parece ter ficado somente no papel: na última década as grandes fabricantes têm conseguido entrar no mercado chinês, seja licenciando seus produtos para empresas locais, seja pela venda feita por contrabandistas, que adquirem os produtos do Japão e da Coreia do Sul.
O Nintendo DS, por exemplo, está disponível no país desde 2005, sob o nome de “iQue DS”, já que a Big N passou os direitos para uma empresa parceira local. Já o Kinect foi lançado pela Microsoft por lá no ano passado, mesmo que com uso controlado e voltado principalmente para pesquisas médicas, científicas e com o Windows.
A Sony também conseguiu lançar o Playstation 2 por lá em 2004, depois de convencer o governo chinês de que o chip do console não poderia ser usado para sistemas de orientação de mísseis (?!), como especulado alguns anos antes. Neste caso porém, a empresa acabou tirando o videogame do mercado por conta da pirataria.
Porém, a Sony não desistiu, e recebeu em julho do ano passado, uma autorização para comercializar o Playstation 3 por lá até 2016.
Vale lembrar que apesar da proibição oficial dos consoles na China, os games de PC são muito populares por lá, o que não passou despercebido pelas autoridades do país.
Desde 2007 o governo passou a exigir que os gamers que jogam online se identificassem usando nomes reais, na tentativa de limitar o número de horas que cada jogador fica conectado, para combater uma possível dependência e a temida escravidão do farming virtual, que é mais comum do que deveria por lá.
Certamente a entrada oficial e total das grandes empresas fabricantes de consoles no mercado chinês poderá ter um grande impacto na economia e na indústria local, afinal, estamos falando do país mais populoso do mundo.
Porém, talvez esta entrada não seja tão fácil pois, apesar da legislação do país estar dando sinais de mudança, as gigantes do entretenimento ainda teriam que enfrentar o grande mercado consolidado de produtos “alternativos” e baratos.
Isso para não mencionar o fato de a China ser o país com a segunda maior população de pobres do mundo, onde metade da população ainda vive no campo. Sem dúvida há muito potencial a ser explorado por lá, mas mudanças significativas ainda devem demorar um bocado.
(Via The Verge, China Daily)