Cine Arkade Review – Círculo de Fogo: A Revolta
Quem não gosta de ver robôs gigantes e aliens gigantes caindo na porrada, não é mesmo? Se você também curte isso, aproveite que Círculo de Fogo: A Revolta acabou de chegar aos cinemas!
Círculo de Fogo: A Revolta se passa 10 anos após o filme original de 2013. O protagonista da vez é Jake Pentecost (John Boyega, o Finn da nova trilogia Star Wars), e ele é filho do agora famoso Stacker Pentecost — Idris Elba, o marechal do primeiro filme que ajuda a “fechar” a brecha que trazia os monstros para o nosso planeta, lembra?
Ainda que a ameaça dos Kaijus tenha sido vencida, a humanidade se mantém na defensiva, com Jaegers patrulhando a Terra e cadetes se preparando para se tornarem pilotos. Porém, ao contrário de seu pai, Jake prefere curtir a vida pós-Kaijus longe do “quartel”, e vive como um “scavenger” de peças de Jaegers e restos de Kaijus para ganhar dinheiro.
Claro que a vida (e o roteiro) irão levá-lo de volta aos Jaegers: quando ele acaba esbarrando numa jovem scavenger, e depois deles se encrencarem, sua irmã adotiva — Mako Mori, a japinha do primeiro filme — traz os dois para o front justamente quando uma nova ameaça surge no horizonte.
E desta vez os Kaijus não serão a única ameaça: há “Jaegers piratas” tocando o horror pelo mundo, e descobrir quem está por trás destes robôs ilegais corresponde a uma parte importante da trama, que vai colocar a resistência diante de uma nova ameaça.
É legal notar como o filme é feliz em retratar um mundo que seguiu adiante: há museus com esqueletos de Kaijus, brinquedos dos monstrengos e”crianças” que idolatram robôs e pilotos que foram heróis no passado. Nada disso é crucial para a trama, são detalhes de background que ilustram que a humanidade conseguiu se reerguer e tocar a vida.
Pancadaria colossal
Uma coisa interessante de Círculo de Fogo: A Revolta é que ele se leva bem menos a sério que o primeiro filme. No original, tínhamos todo um background militar envolvido, e a figura do marechal Pentecost deixava tudo mais grave, mais sisudo.
Nesta sequência, todo o elenco principal é composto por jovens, então, ainda que o lado militar continue presente, as coisas tem uma pegada mais leve. Não há o peso de uma hierarquia militar envolvida, são basicamente jovens treinando uns aos outros para manter a força dos Jaegers na ativa.
Isso aproxima perigosamente o filme dessa modinha de “filmes de ação teen” que anda rolando nos últimos tempos, como Maze Runner e Jogos Vorazes. Porém, felizmente o núcleo humano é só uma parcela do filme, o que importa mesmo é a pancadaria entre robôs e aliens gigantes!
E isso, meu caro, está mais legal do que nunca: enquanto no primeiro filme a pancadaria geralmente rolava durante a noite, ou na chuva, aqui quase tudo rola em plena luz do dia, no meio da cidade, com prédios sendo pisoteados e destruídos sem a menor cerimônia.
E, embora tenhamos robôs equipados com mísseis, lasers e tudo mais, a maior parte das cenas de ação envolve a robozada saindo no soco, mesmo, praticamente um UFC entre gigantes destruindo tudo que até lembra um pouco os super sentais de antigamente e suas cidades de isopor!
Aliás, esse lado “super sentai” do filme faz ele parecer uma grande homenagem aos clássicos do gênero: o clímax do filme envolve uma batalha titânica em Tóquio, com direito a Monte Fuji e até uma breve aparição da estátua de quase 20 metros de altura do Gundam que existe de verdade lá… e olha que, comparativamente aos novos Jaegers e Kaijus fazem uma estátua de 20 metros parecer pequena!
Conclusão
Ainda acho o primeiro Círculo de Fogo mais legal por várias razões, mas este aqui não sofre daquele mal de ser uma sequência pouco inspirada, ou ser só “mais do mesmo”: a história segue por um novo caminho, temos bons conceitos sendo desenvolvidos, novos personagens, e um punhado de novos robôs — um mais legal do que o outro — que com certeza vão render action figures incríveis!
E, como hoje em dia Hollywood não faz apenas filmes — faz franquias — o final deixa um gancho bem claro de que já há planos para um terceiro filme. Não sei se a Terra é capaz de aguentar Jaegers e Kaijus cada vez maiores caindo na porrada em cima dela, mas as telas do cinema com certeza aguentam!
Círculo de Fogo: A Revolta é o famoso “filme pipoca”, ideal para ver na maior tela e com o melhor sistema de som possível (eu vi no IMAX e recomendo). Se você curte ver robôs e aliens gigantes saindo no braço (e quem não curte?), já tem programa para o final de semana. 😉
Círculo de Fogo: A Revolta chegou aos cinemas em 22 de março.