Clássicos: Paperboy (arcade) a árdua missão de entregar jornais
Os jogos de videogame eram muito mais inocentes há algumas décadas. Não controlávamos espartanos musculosos em busca de vingança ou mercenários armados até os dentes. Ao invés disso, assumíamos o controle de um garotinho que entregava jornais para arrecadar pontos. Um tema simples, mas de qualidade inquestionável, afinal Paperboy se tornou um verdadeiro clássico, aclamado até hoje por milhões de gamers saudosistas.
Produzido pela Atari, Paperboy foi originalmente lançado em 1984 para arcades e recebeu conversões para diversas outras plataformas nos anos seguintes, sendo que uma das mais memoráveis é a conversão para o Nintendinho, que chegou em 1988.
O game colocava o jogador no papel de um moleque cuja missão era entregar jornais enquanto andava de bicicleta. Obviamente, as coisas não são assim tão simples, pois as ruas da cidade estão cheias de obstáculos como cachorros, bueiros, hidrantes, motoristas apressadinhos, operários realizando obras e muito mais.
Além de todos os perigos que uma rua movimentada lhe reservava, o jogador ainda devia se preocupar em entregar os jornais nas casas certas – de preferência acertando na caixa de correio para uma pontuação perfeita. Se você errasse a mira, podia acabar quebrando uma janela, o que geralmente deixava o proprietário um pouco nervoso.
Mesmo não sendo nenhum RPG, Paperboy apresentava 3 finais diferentes, podendo acabar em sucesso ou demissão, dependendo do seu desempenho. Cada fase do game correspondia a um dia da semana, com o trajeto ficando sempre mais difícil. Fazer boas entregas significava novos assinantes para o jornal (e consequentemente, mais pontos), mas se você deixasse algum leitor na mão, ele poderia não só cancelar a assinatura, como sair correndo atrás de você.
Paperboy é o tipo de jogo que poderia ser frustrante nas primeiras partidas, mas o sucesso de uma entrega perfeita era extremamente recompensador. O game ganhou algumas sequências (umas bem estranhas, como o Paperboy 64), mas clássica mesma é sua versão original nos arcades, desafiadora, divertida e viciante como um bom game dos anos 80 devia ser.
Este texto foi originalmente publicado na edição 28 da revista Arkade.