Começou Assim: Dragonstomper, o primeiro RPG para videogames
Final Fantasy, Phantasy Star e Dragon Quest. Esta trinca trouxe para milhares de jogadores, em todos os cantos do mundo, o prazer de jogar RPG nos videogames. Foram estes games, junto com mais outros jogos como a série Ultima ou Wizardry, que amplificaram o gênero, abrindo espaço para uma década que nos traria mais clássicos.
Mas antes destes games, e de Chrono Trigger, Xenogears e tantos outros, houve Dragonstomper. O primeiro RPG para consoles de todos os tempos, lançado para o eterno Atari 2600. E feito por uma pessoa só: Stephen H. Landrum. Em tempos nos quais videogames eram sinônimos de games de ação, reflexo e pontos, foi este o game que trouxe a aura dos RPGs para um console, seguindo uma tendência que já havia começado nos computadores.
Assim, como em um bom RPG, era possível jogar, em um videogame, como um caçador de dragões, que precisa derrotar um destes monstros, e recuperar um amuleto roubado, atendendo a um pedido de seu rei. Mesmo em meio a tantas limitações da época, que tentaram ser superadas com o add-on Super Charger, o Atari 2600 receberia, um game que proporcionaria melhorias nunca antes vistas no console.
O Super Charger funcionava como um dispositivo que adicionava uma nova mídia, que estava em computadores da época: as fitas cassete. Exatamente essa que você ouvia música antigamente, e as arrumava quando enrolavam com uma caneta. O dispositivo era plugado na entrada de cartuchos, onde um fio permitia a ligação na saída de áudio de qualquer gravador. Era “dar o play” na fita e jogar.
A proposta, enfim, era semelhante ao que a SEGA fez com o SEGA CD, e a Nintendo tentou com o Playstation. Vários games foram adaptados para o dispositivo, como Frogger, Pac-Man e, também o Dragonstomper.
O RPG surgiu especialmente para o Super Charger. Trazia um tema de fantasia, no qual você é um cavaleiro que deve lutar contra um dragão e recuperar um amuleto roubado, assim como os jogos de RPG de mesa da época. Era possível coletar ouro, anéis, poções e outros itens. Além disso, era possível visitar vários locais, como cidades e edifícios, enquanto o personagem luta contra monstros e, claro, o dragão vilão.
O visual, obviamente, é bem simples para os padrões atuais, mas bem completo, para um game da época. Há um menu, e locais que fazem referência aos edifícios de visita. Seu “pontinho” que é a representação do herói, se transforma em cavaleiro na hora do combate. E é muito interessante ver elementos que se tornaram comuns hoje, sendo utilizados ainda nos dias de Atari 2600, olha só:
Parece qualquer jogo de RPG que surgiu depois, mas estamos falando de um game de 1982! Era possível visitar um hospital, uma loja de magia e uma loja de itens. E, falando ainda de elementos inimagináveis para a maioria dos games de Atari, Dragonstomper ainda tem dois atributos para evoluir: força e destreza. Era, afinal, um RPG típico indo para a tela dos games.
O gênero seguiu fazendo sucesso nos computadores, enquanto começaria uma rica jornada na era 8-bits, com Phantasy Star, Final Fantasy e Dragon Quest sendo os grandes nomes em um gênero que nos anos 90 nos ofereceriam verdadeiras jóias. O mundo dos games mudou, e isso inclui os RPGs, mas ao menos, é um dos gêneros os quais a visita ao passado ainda oferecem muita coisa boa para se conhecer e se divertir. Inclusive, o primeiro RPG feito para os videogames.