Como escolher e configurar sua TV para games

4 de abril de 2012

Como escolher e configurar sua TV para games

Você já deve ter se perguntado: qual a melhor TV para instalar um videogame? Como configurar uma TV moderna para melhor usufruir dos seus games? O que é melhor: plasma, LED ou LCD? Se você já caiu nestes dilemas, fique tranquilo: a Arkade preparou um guia completo, com dicas para você escolher e/ou configurar a sua TV da melhor forma possível!

As TVs de alta definição já estão populares há um bom tempo no mercado, e explodiram de vez com a chegada dos videogames da atual geração e dos leitores de blu-ray.

Mesmo assim, muitos jogadores ainda têm dúvidas na hora de escolher uma TV, ou não se preocupam em configurar corretamente a tela para a jogatina. Este guia lhe dará algumas dicas valiosas na escolha da uma TV ou, para quem já tem uma , poderá saber como melhorar a qualidade visual dos seus jogos.

1 – Qual TV escolher?

Como escolher e configurar sua TV para games

As tecnologias disponíveis atualmente são: LCD, LED e plasma. Confira a seguir os pontos fortes e fracos de cada tipo de TV:

LCD: essa se tornou muito popular pelos tamanhos pequenos de tela, possibilitando preços mais baixos. As vantagens do LCD em relação às TVs de plasma são o peso reduzido, menor consumo de energia e tela com baixo nível de reflexividade.

As TVs de LCD são melhores para ambientes bem iluminados. Um dos maiores problemas do LCD é a possível aparição de pixels mortos ou presos, assuntos que abordaremos mais adiante.

LED: não é exatamente uma nova tecnologia. Usa um painel de LCD como os modelos acima, mas a iluminação do painel é feita por LEDs, ao contrário das LCDs convencionais que usam luz fluorescente. Desta forma, o nível de preto é melhor. Basicamente, LED é a evolução do LCD.

As TVs de LED têm maior contraste, consome menos energia, e as TVs são mais finas. O que conta aqui é o preço. Se puder pagar por uma TV iluminada por LED, não pense duas vezes, a não ser que tenha medo dos pixels presos ou mortos, que ainda aparecem.

Plasma: por conter plasma, esse tipo de TV conta com gases nobres dentro do aparelho. Este é o motivo de não existirem TVs pequenas de plasma, pois a produção ficaria cara. A vantagem é que nos tamanhos maiores o custo varia muito pouco. Desta forma, mesmo os maiores tamanhos podem sair mais baratos que LCD ou LED.

A grande vantagem do plasma é que, em imagens escuras o gás “se apaga”, criando um nível de preto absoluto que nenhuma TV com painel de LCD (que é retroiluminado) pode alcançar. Isso gera um contraste de imagem muito maior. Outra vantagem é o tempo de resposta quase nulo. Várias TVs de LED e LCD simluam fraquências de 120 hertz ou mais para tentar diminuir esse efeito. Na plasma isso não é necessário.

Por fim, o que não faz com que plasma seja sempre a melhor escolha, é o fato de serem mais pesadas e possuírem um vidro de proteção na tela que gera reflexos, então ela é ideal para ambientes escuros. O consumo de energia também varia bem mais. Imagens escuras gastam menos energia, mas o consumo aumenta em imagens muito claras.

Conclusão: sempre existem variações entre cada marca e seus recursos. Algumas LCDs podem ser melhores que LEDs, enquanto plasmas podem ser melhores ou piores que TVs de LED ou até algumas LCDs. Mas no geral, por estarem evoluindo cada vez mais, as TVs de LED são as mais interessantes para se comprar no momento, mas se você deseja qualidade absoluta de imagem, então nada supera as TVs de plasma.

2 – HD ou Full HD?

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O ideal é usar uma TV que tenha nativamente a mesma definição da resolução da imagem. Como atualmente raríssimos jogos rodam 1080p nativos, TVs com resolução HD (720P) terão melhor qualidade de imagem.

Ao contrário de monitores CRT que possuem resolução dinâmica, onde os pixels mudam de tamanho conforme a resolução de entrada, TVs de LCD e plasma possuem resolução estática. Desta forma, os pixels da imagem terão que se esticar para encher resoluções maiores como Full HD, resultando em uma qualidade comprometida.

Note que o termo “resolução dinâmica” se aplica também à resolução que a TV atinge em imagens em movimento, porém usamos o termo para definir o tamanho dos pixels, que varia nos monitores para se adequar ao vídeo, mas não na TV.

3 – Cabos

Existem 3 cabos de imagem para videogames: vídeo composto, vídeo componente e HDMI. Ainda existe a conexão S-Video (intermediária entre composto e componente), mas que raramente é usada, e poucas TVs possuem entrada para essa conexão.

O problema da história dos cabos é que muita gente acredita que o jogador deve escolher o cabo apenas pensando na resolução da TV. Não é bem assim. Confira abaixo os detalhes de cada um desses cabos:

Vídeo composto:

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Cabo padrão de consoles da geração passada e DVD players. Possui apenas uma conexão para a imagem (ponta amarela) e duas conexões de áudio. É o pior de todos os cabos, deixa a imagem borrada e não aceita alta definição nem progressive scan (480i). Mesmo as TVs de tubo e DVD players mais modernos já possuem entradas de cabo video componente, o que tornou este cabo praticamente obsoleto.

Vídeo componente:

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Os consoles atuais e os da geração passada (com excessão dos modelos mais novos do Gamecube) suportam essa conexão. Basicamente, a imagem que antes ia toda para o cabo amarelo é dividida em três cabos (geralmente um azul, um verde e um vermelho), o que dá uma refinada na imagem.

O ponto mais importante neste tipo de cabo, é que todas as TVs de tubo, ou que não sejam de alta definição, também têm entradas componentes (a não ser que sua TV seja muito velha, mesmo!). Com esta conexão, a imagem fica bem melhor do que usando um cabo composto, mesmo que a resolução da imagem seja a mesma.

As bordas ficam mais finas, as cores melhores, e os textos mais definidos, mesmo em imagens na resolução 480i. O  vídeo componente suporta alta definição, mas neste quesito ele perde para o HDMI na qualidade de cores, então só deve ser usado para este fim quando o jogador não tiver de fato um cabo HDMI.

HDMI:

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Cabo extremamente popular hoje em dia. Áudio e vídeo digitais em alta definição, tudo em apenas 1 cabo, o que acaba com a embolação e transmite cores melhores e mais vivas que o componente. Se você tem uma TV de alta definição e um console com saída HDMI, este cabo é obrigatório para uma melhor experiência.

Observações:

Alguns jogos da geração passada suportam 480p, mas o formato widescreen é uma opção distinta. Eles podem suportar progressive scan, mas não suportam o formato widescreen.

A maioria dos jogos do Nintendo Wii suportam 480p e widescreen. Note que uma imagem 480p não é padrão 16:9, como acontece nas resoluções 720p e 1080p.

A imagem abaixo ilustra a diferença de tamanho entre os formatos mais comuns:

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A resolução 480p, ou progressive scan, só pode ser alcançada com no mínimo um cabo componente, e a TV precisa suportar. Como é muito difícil existirem TVs com resolução nativa de 480p, geralmente essa resolução é usada em TVs HD ou Full HD em consoles que não suportam 720p, como é o caso do Nintendo Wii.

Muitas gente fica decepcionada ao ligar consoles da geração passada em TVs atuais de LCD ou plasma. O que acontece é que o cabo composto deixará a imagem muito mais borrada do que em uma TV de baixa definição, devido à resolução estática da tela ser muito mais alta, como explicado anteriormente.

Mudar para um cabo componente (se possível) melhora bastante a imagem e deixa a qualidade razoável, mesmo sem um recurso de progressive scan.

4 – Pixel preso e pixel morto

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Geralmente são usados os termos em inglês “dead pixel” e “stuck pixel”. O pixel morto é um pixel que queimou, portanto não acende mais e fica sempre preto. O pixel preso é um pixel que não consegue mudar de sua cor primária (que pode ser azul, vermelha ou verde). Este pixel está trancado.

Esse problema infelizmente é bem comum, e pode atingir qualquer dispositivo com painel de LCD, como monitores, TVs, tablets, e videogames portáteis. Até mesmo o PSVita com sua tela OLED (neste link você vê um PS Vita com MUITOS pixels mortos).

Se você encontrou um pixel morto, infelizmente nada pode ser feito. Algumas fabricantes afirmam que de 3 a 4 pixels defeitusosos não é um defeito, portanto a garantia não cobre isso. Se você pegou um TV nova com esse problema, tente fazer a troca na loja. Isso também vale para pixels presos.

Mas para os “stuck pixels”, existem alguns procedimentos que podem fazer o pixel voltar a funcionar. Porém, não é garantido que irá fazer efeito. Os procedimentos são:

Mudança rápida de cores: existem vários programas, ou até mesmo vídeos que mudam as cores primárias rapidamente para tentar desprender o pixel. Algumas pessoas conseguem sucesso em pouco tempo, outras precisam de várias e várias horas para funcionar, e em outros casos isso não funciona. Vai da sua sorte e da sua paciência.

Pressão na tela: massagem nas áreas próximas ou toques sobre o pixel preso podem ajudar a “desprendê-lo”. Tenha cuidado apenas para não arranhar a tela (utilize um pano de proteção), e não aplique muita pressão para não danificar outros pixels  ao redor. Nem sempre esta técnica é eficaz.

Vale ressaltar que conforme a resolução aumenta, a chance de aparecer um pixel defeituoso também aumenta. No geral um pixel preso só é bastante perceptivel em imagens muito escuras, enquanto o pixel morto aparece em imagens claras.

Se você não quer correr o risco de ter esse problema, a escolha de uma TV de plasma pode ser decisiva, ou se optar por LCD, uma resolução menor é mais aconselhável, já que a maioria dos jogos atuais de consoles não rodam os jogos em 1080p nativo.

5 – Configurando a sua TV

Como escolher e configurar sua TV para games

Ok, você comprou sua TV nova, agora é só ligar e jogar, certo?

Não exatamente. Mesmo na melhor das TVs, você ainda pode alterar algumas configurações para melhorar ainda mais sua experiência de jogo.

Confira abaixo os detalhes sobre o que deve ser configurado na imagem de sua TV para que a qualidade seja aproveitada ao máximo:

Contraste: quanto mais alto, mais vivas as cores ficam. Porém, contraste muito alto faz com que as cores comecem a borrar, saindo das bordas dos elementos e dos textos. Uma boa maneira de regular isso é colocando o contraste no máximo, e ir baixando até o momento em que as cores não estiverem mais estouradas.

Cor: esse é o mais básico, e o principal nível de controle é a cor vermelha. Aumente até que tenha um vermelho vivo, mas não berrante.

Brilho: controlar o brilho também é fácil. Aumente o máximo que puder, mas sem deixar a cor preta começar a ficar cinza. Muitos jogos oferecem sua própria regulagem de brilho, mas manter o brilho da TV ajustado é sempre a melhor opção.

Nitidez: eis aqui o elemento que poderá fazer toda a diferença na imagem. Normalmente como imagens de videogames não geram ruídos, a primeira coisa a se pensar é colocar a nitidez no máximo para deixar a imagem o mais definida possível. Mas na verdade o que acontece é que nitidez muito alta gera linhas brancas nas bordas dos elementos, deixando a imagem pior, e parecendo de baixa resolução.

Para colocar a nitidez correta, você deve primeiro baixar o nível para o mínimo possível. Agora você verá que a imagem ficará borrada. O que você deve fazer agora é aumentar lentamente até que você note que a imagem deixou de ganhar mais nitidez e começou a clarear as bordas. Na maioria dos casos o nível de nitidez correto fica entre 20 e 30%, mas pode variar de marca para marca.

Redutor de ruído: os famosos “fantasmas”e interferências. Como videogames não geram ruídos de imagem, essa opção deve ser desligada, pois o que ela faz é borrar a imagem. Não existe milagre para sumir com os ruídos.

Uma dica é configurar tudo isso rodando algum jogo, para que você perceba na hora

6 – Opções avançadas

Além das opções padrões, existem alguns ajustes mais avançados e muito importantes:

Contraste dinâmico: desligue. Sabe aquela história de vendedor falando de TVs com nível de contraste com um número absurdo, como 100.000.000:1? É puro marketing. Isso é contraste dinâmico, e o contraste dinâmico pode inicialmente parecer bonito, mas olhando atentamente você pode perceber que ele estraga as cores. Como ele vai ficar desligado, esqueça esses números na hora de comprar uma TV. O que conta é o contraste estático, dificilmente divulgado pelos fabricantes.

Super branco: em algumas TVs simplesmente não dá diferença. Em outras, o branco fica mais forte, porém com aspecto azulado. Então, deve ficar desligado.

Nível de preto: aqui outra opção inútil. Você muda, e o preto fica bem mais forte. O que acontece é que o brilho foi abaixado, então daria na mesma você controlar o brilho manualmente, conforme já foi explicado. Mexer nesta opção irá acabar com todas as configurações feitas anteriormente, então tome cuidado.

Existem algumas outras opções, mas que não são tão relevantes. O gosto também pode variar para cada jogador, mas os conceitos básicos para se configurar uma imagem são sempre os mesmos.

Então, antes de ligar a TV de qualquer jeito e sair jogando, saiba que uma boa configuração pode fazer uma diferença gigantesca na qualidade da imagem!

Feitos todos os ajustes possíveis, aí é só colocar o seu game preferido para rodar, e aproveitar toda a glória que a alta definição pode nos proporcionar! Boa jogatina!

Este artigo foi elaborado por Fernando Paulo, membro da equipe de colaboradores da Arkade.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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