Conheça Hong Kong 97, o pior jogo de todos os tempos
O que você leva em conta para dizer que determinado game é ruim? Gráficos, controles ou animações? Bom, em meio a tantas listas de piores de todos os tempos que existem por aí, a Arkade encontrou de fato o pior game de todos os tempos por reunir tudo o de pior que se pode ter: Hong Kong 97. Uma “pérola” ao contrário para Super Nintendo que você tem agora o prazer de conhecer.
Era comum filmes e games baseados no ambiente de Hong Kong nos anos 90. Sucessos como Police Story com Jackie Chan e Dragon: a história de Bruce Lee faziam o local ser bastante explorado, até mais tarde com o clássico Shenmue e, mais recentemente, Sleeping Dogs. Receita de sucesso então? Não foi bem assim… Lançaram um game que consegue ser pior que os topos de “piores da história” como Superman 64 e Mortal Kombat Advance.
Em meio a este cenário, eis que surge a Happy Software, uma empresa fundo de quintal do Japão que trouxe ao mundo, em 1995, o nada feliz Hong Kong 97. Ao ligar a fita em seu SNES, já de cara aparece a primeira surpresa: um convite ao jogador para vender seus games para a desenvolvedora e outro para que os lojistas vendam os seus games, oferecendo descontos para quem comprar mais de 50 peças. Sim, acredite, o início do game traz uma proposta de venda por atacado.
Pra não dizer que é mentira, veja com seus próprios olhos os produtores vendendo o game dentro do próprio game.
Passada a “propaganda”, entra a história com sprites recortados do paint, e entre eles o Jackie Chan, o “herói” do game. A trama envolve comunistas, a transferência de poder em Hong Kong que foi devolvida para a China pelo Reino Unido e o Jackie – recortado toscamente da capa do filme Detonando em Barcelona – no papel de assassino de 1,2 bilhão (é sério! mais de 1 bilhão, não errei no texto) de comunistas. Críticas ao governo? Propaganda comunista? Não dá pra saber mesmo!
“Assassino de UM BILHÃO de comunistas” faz do Jackie Chan o maior genocida da história!
Deng Xiaoping era secretário geral do Partido Comunista Chinês e foi um líder político da China. Mas no game ele já era um cadáver que estava passando por experiências para ser uma potente arma de destruição em massa – e bem antes da Umbrella. O curioso é que o game é de 1995, só que Xiaoping estava vivo na época do game, morrendo apenas em 1997, que é o mesmo ano do acordo de devolução de Hong Kong a partir dos britânicos – que efetuaram de fato a devolução em 2000. E aí das duas uma: ou acertaram vários fatos de uma só vez no melhor estilo mãe Dináh possível ou os Illuminatis (sempre eles) tem o pior estúdio de desenvolvimento de games de todos os tempos.
O fato é que o governo contratou Jackie para matar ainda mais “comunistas feios” – nas palavras do game – já que “Hong Kong está arruinada”. E aí o jogo começa… ou mais ou menos isso.
Isso é um cenário do game e essa cabeça é um chefe. E aquilo “morto” do seu lado é um inimigo derrotado.
O que aparece na tela é uma tentativa de jogo de tiro quase como os games “de navinha” da época, mas o lance é que quem atira é o próprio Jackie Chan em um cenário de propaganda da Coca-Cola (entre outros cenários bizarros) cheio de sprites mal feitos e talvez sem querer, com a maior dificuldade de todos os tempos, superando até Dark Souls. Aparece de tudo na tela, de carros sem movimento passando de lá pra cá até fichas de cassinos. Parece um pesadelo!
Matando os ícones, aparece no lugar deles a imagem de um homem morto. E falando em homem morto… fique sabendo que aparece uma foto de uma pessoa assassinada de verdade quando você leva Game Over, com a data da morte e tudo: 6 de agosto de 1992. Parece uma de nossas Creepypastas, mas o pior é que não é algum tipo de glitch ou modificação, isso realmente tem no game.
Nem Resident Evil tem tela de Game Over tão macabra quanto esta: Tem até a hora e a data da morte, 6 de agosto de 1992 às 17:31h!
Música? Sim, tem música no jogo. E é um hino infantil muito popular na época que diz: Wǒ ài Běijīng Tiān’ānmén | Tiān’ānmén shang tàiyáng shēng (Eu amo o Tiananmen de Pequim | O sol nasce sobre Tiananmen). E esta frase é tocada e repetida… o jogo inteiro!
Mas com tudo isto dito, vamos ser sinceros: este tipo de game tem seu charme. É aquele típico jogo do qual nunca ouviríamos falar, foi lançado da maneira mais obscura possível e hoje, graças a Internet e seus emuladores, muita gente no mínimo pode encarar cinco minutos desta “raridade”, mesmo eliminando o arquivo logo depois ou entrando em pânico pelo mundo tenebroso que o game oferece mesmo sem querer. Se você gosta de desafios e estes desafios envolvem jogar um dos, se não o pior game de todos os tempos, fique à vontade para procurar no emulador mais perto de você e compartilhar conosco o que achou.
Se não tiver coragem, pelo menos assista ao vídeo abaixo e saiba que este game não é lenda nem tentativa de Creepypasta, ele realmente existiu:
(Via: GameFAQs)
