Crítica: O Predador diverte com ação “anos 80” e muitos pedaços humanos
O retorno do Predador aos cinemas foi fruto de grande expectativa pelos fãs. Temos um personagem querido por um grande público, mas que estavam receosos, por causa dos últimos filmes, alvos de muitas críticas.
Por outro lado, a experança de reviver os bons e velhos tempos existia entre a comunidade. E, para a alegria destes esperançosos, é exatamente isso que O Predador oferece. Apesar de ver o filme em IMAX, tecnologia 3D, e todas as outras tecnologias atuais do cinema, a sensação que temos, é a de ver um típico filme da sessão da tarde.
Ação desenfreada made in anos 80!
Começando pela “falta de história”. O filme tem lá o seu enredo, que envolve relação familiar, amigos que se unem em um bem comum, pessoas com seus interesses e, claro, o caçador que fica invisível e corta pessoas no meio. Mas, quem quer ver “história”, teorias e complexidades, quando o filme oferece bons minutos de ação desenfreada?
É isso o que temos em O Predador. O longa não perde o fôlego, trazendo ação dos anos 80, típica de filmes envolvendo o Rambo, Exterminador do Futuro ou qualquer outro filme desta época, incluindo os que envolvem o caçador alienígena. Situações acontecem e você não fica querendo saber “as razões”, até porque elas seriam as mais absurdas possíveis. O fato do filme não se levar a sério, apesar da temática sombria, e dos órgãos humanos que vira e volta aparecem, são fundamentais para fazer do longa algo bem divertido.
Temos, ao passar do filme, um grupo bem interessante, e que ajuda bastante o desenrolar do filme. Temos o valentão brucutu Quinn McKenna (Boyd Hoolbroock), que mais parece ter saído de um filme Sharknado; a Dr. Casey Brackett (Olivia Munn), que domina a tecnologia alienígena e “do nada” se mostra uma boa soldado, atirando feito doida; e o pequeno Rory McKenna (Jacob Tremblay), que é a boa surpresa do filme. Pois mostra uma evolução bem diferente a um personagem tipicamente tímido e vítima de bullying.
A “Tropa de Elite” caçadora de Predador
Além deles, temos também um “unidade de loucos”, que ajudam a somar na ação do longa, levando assim, bom humor para as cenas. Não estou falando de um humor pastelão, exagerado, colocado de propósito apenas para deixar o clima mais leve. E sim de personagens carismáticos, engraçados por si só. Que permitem diálogos e situações bem diferentes, ajudando e muito nas “pausas” que o filme dá para a próxima leva de ação.
Isso faz com que o filme tire sarro de si mesmo ás vezes. O filme questiona o nome que deram de Predador para o alienígena, compara a criatura com personalidades e trazem diversas referências a toda a franquia, fazendo com que os fãs de velha data sempre recebam algo que lembre algum dos clássicos.
E, por fim, violência. Muita violência. Surpreendentemente, é interessante ver que os recursos atuais permitem ver sangue, pedaçoes e tripas a todo momento. E de uma maneira tão bem feita, graficamente falando. Ao mesmo tempo, não é violência apelativa. Afinal, se um caçador alienígena equipado com armas e lanças saísse por aí caçando humanos, era exatamente assim que os pobres humanos ficariam após o encontro. Até por isso que a Classificação Indicativa foi para 18 anos.
Matando saudades da Sessão da Tarde
Com clima de Sessão da Tarde, um belo de um “dane-se” para a construção de enredo e tonelada de ação, O Predador faz com que o fã fique satisfeito, pessoas que nunca viram um filme da franquia acabem gostando da ação (e entendendo, uma vez que o filme é bem acessível). Assim, segue sendo uma boa opção para quem quer apenas um filme para ligar e curtir. Sem ficar preso a querer questinar enredo e teorias, entre outras coisas mais complexas.
O Predador estreia hoje, nos cinemas de todo o país.