Darksiders (PC, PS3, X360) coloca o jogador entre anjos e demônios
Publicado pela THQ, Darksiders já havia se mostrado um jogo interessante desde o seu anúncio em 2009 até seu lançamento para PlayStation 3 e Xbox 360. Agora, com o jogo finalmente nos PCs, nós notamos que, mesmo depois de nove meses de prateleira, o jogo se mantém divertido e interessante.
Em Darksiders, o jogador assume o papel de War, um dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse, que vem à Terra para dar início ao fim do mundo. Porém, War chega e percebe que o Apocalipse já começou antes do que deveria e uma batalha intensa entre anjos e demônios já se iniciou. O cavaleiro então é julgado e condenado pelo início prematuro do Apocalipse. O herói então deve voltar à Terra para buscar respostas, descobrir quem começou antes o Apocalipse e porque ele foi culpado. A história é boa, misturando religião e fantasia, e vai ficando melhor conforme o jogo passa e os fatos vão se revelando.
Os gráficos são muito bons em todas as três versões. Os personagens são detalhadamente modelados, desde os anjos de baixa categoria até os chefões mais intimidadores. O jogo tem um visual colorido e vivo, inspirado em quadrinhos dos anos 90, o que garante utilizar bem os trilhões de cores que sua TV ou monitor suporta. O áudio também é bem feito, tanto os efeitos quanto a trilha sonora foram muito bem incorporados e a dublagem das vozes também segue a mesma linha. Destaque para a dublagem de Mark Hamill, o mesmo dublador do Coringa em Batman: Arkham Asylum. Em Darksiders, ele faz a voz do “The Watcher“, um sarcástico demônio que acompanha o personagem principal.
As batalhas lembram muito God of War, com combos intermináveis e interligáveis que dão fluidez ao combate, e, se você gosta de enfrentar chefões poderosos e monstruosos, se prepare, pois neste jogo há uma grande variedade deles. Há também uma grande diversidade de ataques, o que pode deixar o jogador confuso no começo, mas nada que um pouco de paciência não resolva. Entretanto, os novatos sempre podem apelar ao button smashing, pois isso funciona muito bem em algumas partes. O combate tem sistema lock-on e os controles são ótimos quando se acostuma com eles. Além do combate normal, War ainda tem cenas de luta em seu cavalo chamado Ruin e também no ar. O cavaleiro ainda pode se transformar num demônio imenso muito parecido com um Balrog de O Senhor dos Anéis. Se você achava ele forte até essa hora, é aqui que ele se torna realmente MAU.
Os puzzles, totalmente ao estilo Zelda, são elaboradas dentro de uma certa linha de dificuldade: não são totalmente elementares, mas também não são dificeis ao ponto de deixar o jogador perdido. Durante o jogo War encontra itens e que o ajudam tanto nos puzzles quanto nas batalhas.
Além do gameplay ser um pouco confuso em algumas partes, o jogo possui alguns pequenos glitches, falhas na câmera e quedas de frame rates, principalmente na versão do Xbox 360, mas nada muito significativo e as vezes imperceptível. A questão que se pode levantar é que Darksiders incorporou muitas características de outros jogos e não inovou, mas se pararmos para pensar, como pode um jogo que mistura God of War, Zelda e Warcraft (notem as semelhanças entre War e Arthas) não ser excelente? Darksiders realmente não inova, mas os bons elementos de outros grandes títulos são utilizados de maneira sólida.
O jogo garante cerca de 15 horas de gameplay, mas pode chegar até a 20 ou mais se você gosta de explorar todos os extras, que não são poucos. Destaque para a Abyssal Armor, uma armadura composta de 10 pedaços escondidos pelo jogo, que deixa War quase imortal, e, ao contrário de God of War, você pode utilizá-la no modo hard – finalmente acharam uma utilidade para estes itens bônus. Na versão para PC, o jogo ainda vem junto com um outro game. Na Steam, por exemplo, quem compra Darksiders ganha junto Titan Quest, game de 2007 também da THQ.
Se você gostou de God of War e Zelda, mas achava o primeiro muito “esmaga-botões” e o segundo muito infantil, Darksiders foi feito para você. Não hesite em comprar ou pelo menos alugar este jogo, e faça você também sua contribuição com o apocalipse. Você não se arrependerá!
Este review foi publicado originalmente na edição 07 da Revista Arkade.