Doom completa 18 anos de muito sangue, violência e polêmicas!
Hoje, um dos jogos mais sangrentos de todos os tempos chega à maioridade. No dia 10 de dezembro de 1993 chegava às prateleiras Doom, um dos precursores do gênero FPS, que conseguiu se tornar um dos primeiros jogos à gerar polêmica por conta de seu conteúdo violento e seus inimigos diabólicos. Relembre com a gente um pouco deste clássico dos PCs na sequência!
Doom foi idealizado por John Carmack, um dos fundadores da id Software. Ele criou praticamente sozinho todo o motor gráfico do jogo, e embora o roteiro inicial – escrito por Tom Hall, que se desentendeu com a equipe e deixou a empresa – não tenha sido totalmente aceito, serviu de base para o desenvolvimento da trama. curiosamente, o título do jogo vem de uma diálogo do filme A Cor do Dinheiro, de Martin Scorcese.
Em uma época onde não tínhamos super cenas em CG para desenvolver o roteiro, a interessante trama de Doom foi relegada à um texto no manual do game, com pouco desenvolvimento no jogo em si. O que é uma pena, visto que a história do game era muito bacana, misturando ficção científica e terror de maneira exemplar.
O jogador assume o papel de um fuzileiro espacial sem nome, que foi deportado para Marte após contrariar questionáveis ordens superiores e atirar em seu comandante. No espaço, nosso fuzileiro sem nome é forçado a trabalhar para a UAC ( Union Aerospace Corporation), uma organização que está fazendo testes sigilosos envolvendo portais de teletransporte.
Os testes são feitos entre as luas de Marte, Phobos e Deimos. Tudo vai bem, até que um dos testes dá muito errado, e de um dos portais começam a emergir centenas de criaturas vindas diretamente do inferno. Os demônios trucidam os humanos, tomam conta da base de Phobos e a outra lua, Deimos, desaparece misteriosamente.
Como único sobrevivente da base de pesquisas de Phobos, a missão do jogador é basicamente sobreviver à carnificina enquanto tenta descobrir o que deu errado na experiência e manda novamente para o inferno todas as criaturas que aparecerem pelo caminho.
Nesta missão, o jogador vai passar por um total de nove fases, divididas em três capítulos (posteriormente, um quarto capítulo foi adicionado): o primeiro capítulo se passa na própria base de Phobos. No segundo, o jogador vai parar na base da lua desaparecida, Deimos, onde descobrimos que o satélite está – literalmente – flutuando sobre o inferno. O último capítulo se passa no inferno propriamente dito, e só depois de sobreviver à tudo isso é que o jogador ganha o direito de voltar para a Terra.
Curtiu o roteiro? Pois é, pena que ele não recebe a devida atenção no decorrer do game (como já dissemos, a história só era contada no manual do jogo), que é muito mais voltado para a ação intensa e para a carnificina, com monstros surgindo de tudo quanto é canto e muito, mas muito sangue sendo derramado.
Na época em que foi lançado, Doom revolucionou o recém criado gênero FPS. O game apresentava diversas melhorias se comparado a Wolfenstein 3D (também criado pela id Software), como texturas em todo o cenário (Wolfenstein 3D não possuía texturas no chão nem no teto) e variações na iluminação dos cenários (no game anterior, todos os ambientes eram totalmente iluminados).
Doom também inovou com seu vasto arsenal, que misturava armas reais com tecnologia futurista. Da pistolinha inicial à clássica metralhadora giratória e a super poderosa BFG 9000 (BFG = Big Fucking Gun!) com suas rajadas de plasma.
Para combinar com o clima pesado do jogo, a trilha sonora assinada por Bobby Prince era marcante e bem pauleira, inspirada por clássicos do heavy metal da época. Repare como a música tema da primeira fase lembra a famosa Master of Puppets, do Metallica:
Com cenários labirínticos repletos de áreas secretas, a ambientação de Doom remetia ao clássico filme Alien, com portas automáticas e corredores escuros e claustrofóbicos. O objetivo em cada fase era basicamente ir até a saída, mas o caminho nunca era tão simples, pois além das centenas de criaturas infernais assassinas, o jogador tinha de encontrar cartões de acesso para abrir portas e revelar novos caminhos.
Doom marcou época por sua violência explícita e por mostrar tão abertamente demônios e outras criaturas sombrias. Como tudo que é polêmico, o game fez um enorme sucesso, pois todos queriam experimentar um game tão visceral. Mesmo anos após seu lançamnto, Doom se envolveu em outra polêmica quando dois jovens desequilibrados (e “jogadores assíduos de Doom“) perpetraram o massacre de Columbine, em 1999.
Doom foi ainda um dos primeiros games que aceitaram mods e expansões produzidas pelos próprios jogadores (pois o código do jogo foi disponibilizado pela id), o que fez dele um sucesso também entre desenvolvedores indies.
Além de tudo isso, Doom foi também o primeiro FPS a permitir partidas multiplayer. Utilizando alguns servidores exclusivos, grupos de até quatro jogadores podiam participar de partidas cooperativas ou PvP. Até hoje alguns fãs saudosistas mantém servers ativos para partidas online.
De 1993 para cá, Doom já ganhou duas sequências oficias, dezenas de expansões e conversões para várias plataformas, um filme produzido em Hollywood e muito mais.
Mas, para nós, fãs de games, o que fica é o legado e a importância de Doom na história dos games, afinal foi sua tecnologia (e sua controversa violência) que ajudou na popularização dos PC games na década de 90 e cunhou os alicerces dos modernos jogos de tiro em primeira pessoa que são sucesso até hoje!
Parabéns Doom, por seus 18 anos, e parabéns à id Software, por trilhar com sangue e ousadia sua trilha de sucesso no gênero FPS!