Especial Arkade Melhores Jogos do Ano: Bioshock Infinite (PC, PS3, X360)
Bioshock Infinite chegou em 2013 com a difícil tarefa de honrar o clássico Bioshock original. A Irrational Games não apenas cumpriu essa missão, mas também nos entregou um dos melhores games do ano.
Lançado em março, Bioshock Infinite trouxe de volta o estilo cheio de reviravoltas, mistérios e façanhas surreais que marcam a série. Desta vez, porém, os magos da Irrational, liderados por Ken Levine (System Shock 2), resolveram mudar de ares: da claustrofóbica metrópole submersa de Rapture o jogo passa para a vislumbrante Columbia, uma gigantesca cidade voadora que se separou dos Estados Unidos no início do século XX.
Infinite coloca os jogadores na pele de Booker DeWitt, um homem atormentado por um passado obscuro que tem a missão de resgatar uma garota – Elizabeth – da cidade. “Traga-nos a garota e livre-se da dívida” é o mote de sua jornada, que vai levá-lo ao coração tumultuado de uma sociedade steampunk xenófoba, racista e fanaticamente religiosa.
Ele parte em uma aventura violenta pelos quarteirões flutuantes da cidade, enfrentando inimigos e perigos surreais. O combate é herdado do primeiro Bioshock, com o combo armas de fogo + Vigores (poderes especiais como jatos de fogo e gelo, que no original se chamavam Plasmids), em conjunto com o novo Skyhook, conferindo uma jogabilidade polida e dinâmica.
No olho do furacão está Elizabeth, uma das personagens mais carismáticas dos últimos anos. Ela não é só uma “donzela em perigo”: a moça tem personalidade e a forma como a Irrational a usa no jogo é exemplo de como se dar vida a um NPC.
O drama da garota se mistura à sangrenta disputa de poder em Columbia e, mais adiante na história, à questões de derreter o cérebro sobre o tempo e o espaço – ela tem o dom de manipular estas “regras” do universo, algo que leva o game a um final arrebatador, tanto do ponto de vista emocional quanto do ponto de vista da ficção.
Apesar de deixar algumas pontas soltas, a conclusão de Bioshock Infinite é incrível, do tipo que você faz questão de repetir para tentar absorver melhor. Mesmo após fechar o game, me vi vasculhando fóruns e seções de comentários na internet e batendo papo com amigos que também o zeraram. Para mim, isso é o melhor que se pode pedir de um jogo singleplayer linear: uma experiência rica, marcante e que te faz continuar pensando nela mesmo após desligar o PC/videogame.
Com um visual fantástico, sistema de combate eletrizante, belo enredo e uma conclusão de cair o queixo, o game é certamente um dos melhores do ano – e de toda a sétima geração.