Especial Arkade Melhores Jogos do Ano – Brothers: A Tale of Two Sons (PC, X360)
Num ano cheio de jogos de ação, aventura e similares, Brothers: A Tale of Two Sons (atual ganhador do prêmio de melhor jogo de Xbox 360 no VGX Awards 2013) parece uma flor do campo solitária, despontando por entre uma profusão de cores e formas selvagens. Não foi muito notado, mas sua presença, sem dúvida, é mais que marcante.
Brothers, produzido pela Starbreeze e dirigido pelo premiado diretor sueco Josef Fares, tem um tipo de jogabilidade, aparentemente, simples e fácil, utilizando-se de poucos comandos e exigindo “apenas” uma certa coordenação do jogador nos triggers. Você joga com dois irmãos ao mesmo tempo, isso mesmo, dois irmãos em uma busca de vida ou morte, desbravando lugares desconhecidos. Ressalte-se que, conforme há avanço no game, você começa a reparar que cresce a exigência de atenção e de estratégia necessárias para resolver os problemas de cada ambiente.
Com puzzles razoavelmente bons e uma boa sintonia entre história e ambientação, não há como deixar esse jogo passar em branco. Uma viagem que passa por masmorras, áreas montanhosas, florestas obscuras, campos silvestres e rios cobertos de gelo conta uma história sem falas ou legendas. Apenas gestos e uma escassa linguagem irreconhecível constroem a interpretação necessária para acompanharmos a jornada dos dois irmãos por cenários, por vezes, deslumbrantes.
O irmão mais velho é protetor e esperto. É o mais forte, porém, mais pesado. Já o irmão mais novo, de pequena estatura e compleição física, apesar de sua constante dependência em relação ao mais velho, é o único que pode realizar determinadas ações no jogo. Dessa forma, older brother e younger brother, em um trabalho conjunto, vão avançando rumo a um desconhecido local, no qual podem encontrar a cura para um mal devastador (para suas vidas).
Algumas side quests também podem ser encontradas e estão ligadas a achievements do game. Elas variam desde brincadeiras inocentes com animais até ações mais sérias e com um sentido mais perturbador. Não influenciam na sua jornada, mas são como “paradas para tomar fôlego”, ou, quem sabe, ligam-se de uma forma velada ao desenvolvimento de nossos personagens.
Chegando ao desfecho com um acontecimento aterrador e inesperado, Brothers lhe confia uma tarefa árdua e chocante. O jogador se vê forçado a realizar suas últimas ações de uma forma claramente vinculada à mensagem do jogo. Uma mensagem de compreensão e amadurecimento, digna de alçar esse game não só a um dos melhores do ano, mas a um dos melhores de sua categoria.
Experimentá-lo pode ser uma viagem a uma nova perspectiva do significado de atribulações e problemas que todos podem ter de enfrentar alguma hora na vida.