Estúdio de Scorn anuncia o adiamento do game de forma bem agressiva no Kickstarter
Já faz bastante tempo desde que Scorn foi anunciado. O FPS de terror que parece saído diretamente da mente de H. R. Giger foi anunciado lá em 2016, sendo esperado para sair já em 2017, o que obviamente não aconteceu. E recentemente foi adiado para 2022, de uma forma bem… agressiva.
Desde seu anúncio, muito pouco do game foi apresentado, fora seu trailer de anúncio, um trailer de 10 minutos de gameplay de uma demo que foi distribuída para criadores de conteúdo, e um trailer que anunciava o game para PC e para o Xbox Series X. E no começo do mês passado, ficamos sabendo que o game seria adiado para 2022 através da Kepler Interactive, uma nova publisher fundada por 7 estúdios independentes, incluindo a Ebb Software, criadora de Scorn.
E essa semana, tivemos o anúncio oficial da própria Ebb sobre o adiamento do game através da página do game no Kickstarter. A postagem anunciando o adiamento é bem longa e explica em detalhes e de forma muito sincera o porquê do adiamento.
A postagem menciona o que o estúdio esteve fazendo durante o período de 1 ano de silêncio desde o último trailer do game (que você pode ver acima), que basicamente foi trabalhar no game sem parar. Eles ainda mencionam Cyberpunk 2077 como um exemplo a não se seguir, pois os desenvolvedores não tiveram tempo para criar o game de forma adequada pois o estúdio os fez focar mais em marketing e trailers. Eles mencionam também o hype, que é perigoso para as expectativas dos jogadores. Além de falar que, obviamente, dinheiro é importante e eles precisam de dinheiro para o game sair.
E então o texto tem um virada bastante… intensa quando o estúdio comenta sobre “Development Hell”, Ou “Inferno de desenvolvimento, que é quando tudo está dando errado e os envolvidos literalmente sofrem para tocar o projeto adiante. O texto diz (tradução livre):
“Development hell é um termo que é atirado por aí com bastante frequência. Ele deveria ser usado em projetos que mudam suas ideias principais ou escopos no meio do desenvolvimento e não conseguem se ajudar a isso. Isso não se aplica a nossos produtos na maior parte. Em nosso caso, muitos erros foram cometidos e nós cometeremos mais no futuro, mas isso é um processo normal para uma equipe nova e inexperiente. Tudo o que foi feito até a metade de 2018 foi retrabalhado, 90% foi completamente descartado. Trata-se de criar isso do jeito que nós queremos que seja, não lançá-lo só porque nós demos uma data de lançamento arbitrária. Se não está pronto, então não está pronto. Por que as pessoas iriam querer algo que os desenvolvedores acreditam ainda não estar a par das expectativas?“
A declaração foi totalmente honesta e sincera, de uma forma que não vemos nenhum outro estúdio fazer hoje em dia. Porém, na parte final do texto, quando o estúdio discutiu sobre planos de lançamento, as coisas ficaram mais intensas:
“Pra deixar claro, sim, o game foi adiado para 2022 e nós teremos uma confirmação oficial do adiamento no dia 10 de dezembro. Era pra isso já ter sido anunciado em outubro, mas circunstâncias fora de nosso controle atrasaram isso. Se no fim não for no dia 10 por vontade nossa ou de outro alguém, não fiquem muito chateados conosco.
E para finalizar, um pequeno conselho amigável: Se a falta de comunicação é tão irritante assim, apenas peçam pelo reembolso e se livrem disso. É apenas um game. Vocês poderão jogá-lo quando ele for lançado se ainda estiverem interessados.
Novamente, foi uma declaração bem honesta e sincera, mas claramente movida a pressão e sentimentos. E, como era de se esperar, muitos dos apoiadores do projeto no Kickstarter não gostaram nem um pouco da postura do estúdio, que não estava comunicando sobre os progressos do game para os apoiadores, e de repente reaparecem falando “se não gostaram, peçam reembolso”. E muitos reembolsos foram pedidos!
Com isso, a quantidade de dinheiro para bancar o projeto, vinda do Kickstarter, começou a diminuir. E essa diminuição aparentemente considerável no dinheiro foi o que finalmente fez o próprio CEO da Ebb Software, Ljubomir Peklar, veio a público assumir a autoria do texto e pedir desculpas sobre o tom agressivo usado, explicando que ele e os desenvolvedores do game estão se sentindo cansados, confusos e frustrados com eles próprios por conta do andamento do game, e que isso não justifica descarregar esses sentimentos nos jogadores.
Foi uma situação atípica (mas não única, pois já rolou com outros estúdios antes, como com os criadores de Ooblets), e o desenvolvimento de Scorn segue adiante, com previsão para 2022, mas ainda sem uma data de lançamento confirmada. Lembrando que o game terá versões para PC e XBox Series X.
(Via: Kotaku)