Formula E – São Paulo entrega mais uma grande corrida, com vitória nos metros finais
Neste fim de semana, a Fórmula E chegou ao Brasil para a quarta etapa da temporada de 2024, marcando o segundo eP de sua história, em São Paulo. Com um sol para cada um no sambódromo, que foi transformado em circuito em 15 dias, os carros finalmente aceleraram pela pista nesta sexta-feira (15), com os primeiros momentos do treino dominados pela Jaguar.
Mas, no final, quem celebrou a vitória foi a McLaren, com Sam Bird conquistando a vitória de maneira emocionante, ultrapassando Mitch Evans nos metros finais da prova.
No primeiro treino livre, Jaguar na frente de novo
Mitch Evans, vencedor da prova em 2023, liderou o treino com o tempo de 1min12s555, seguido por seu companheiro de equipe e atual líder do campeonato, Nick Cassidy, em segundo lugar. Edoardo Mortara surpreendeu ao colocar a Mahindra em terceiro.
A sessão transcorreu sem grandes incidentes, exceto por uma breve bandeira amarela de testes da direção de prova no início. Evans continua demonstrando sua habilidade nos treinos livres, liderando pela terceira vez nesta temporada e mostrando força logo nos primeiros movimentos.
Mas no segundo treino, foi a vez da McLaren de Sam Bird mostrar serviço. Bird e Evans já davam uma amostra do que o fã iria curtir na corrida. Ele liderou com destaque, registrando o tempo de 1min12s773. Ele foi seguido pelo pole position de 2023, Stoffel Vandoorne, e pelo pole da última corrida em Diriyah, Oliver Rowland.
O segundo treino livre foi interrompido por uma bandeira vermelha nos minutos finais, devido a problemas enfrentados por Edoardo Mortara em sua Mahindra, que precisou ser resgatado da pista após parar na saída da curva 3. Mitch Evans também teve dificuldades, com a Jaguar investigando uma falha no eixo de transmissão dianteiro do seu carro.
Decisão de pole por apenas 0.002 segundo
Nos treinos, foi Pascal Wehrlein, com sua Porsche, quem garantiu o lugar mais nobre da largada, porém com uma diferença digna de um piscar de olhos. Pois derrotou seu rival, Stoffel Vandoorne, por incríveis 0.002 segundo. Na Fórmula E, os pilotos disputam as melhores posições através de duelos de quartas, semi e final, com o piloto da Porsche superando outros pilotos no processo.
Um momento curioso da classificação foi a queda de um balão no meio do circuito. Mesmo ainda em março, longe das festas juninas, o balão foi rapidamente removido e a bandeira vermelha acionada, apenas por segurança.
Na sessão classificatória, Jean-Éric Vergne garantiu a terceira posição, enquanto Maximilian Günther lideraria a segunda fila se não fosse por uma punição que o levou para o fim do grid.
Mitch Evans e Sam Bird, embora tenham liderado os treinos livres, terminaram em quarto e quinto, respectivamente. Edoardo Mortara e Nico Müller, da Mahindra, surpreenderam e completaram o top-7. Nick Cassidy, líder do campeonato, terminou em oitavo, enquanto o atual campeão Jake Dennis largou em décimo.
Os brasileiros não tiveram um desempenho tão positivo, com Lucas di Grassi partindo do 15º lugar e Sérgio Sette Câmara apenas da 19ª posição.
Na disputa pelas quartas de final, Vandoorne venceu Evans e Vergne avançou após Nico Müller ser desqualificado. Wehrlein superou Mortara e Günther derrotou Bird. Nas semifinais, Vandoorne venceu Vergne e Wehrlein superou Günther para garantir a pole position na final.
Na batalha final pela pole, Wehrlein e Vandoorne trocaram milésimos até o último momento, com Wehrlein conseguindo a pole por uma margem mínima de apenas dois milésimos.
Vitória nos metros finais: mais um grande E-Prix em São Paulo
Mais uma vez, o E-Prix de São Paulo proporcionou uma emocionante corrida da Fórmula E. Se na primeira edição brasileira vimos três pilotos chegando praticamente juntos, desta vez testemunhamos uma batalha épica entre Sam Bird e Mitch Evans pela vitória. O talentoso neozelandês da Jaguar liderava até as últimas três curvas, quando foi ultrapassado pelo britânico Bird, que retornou à glória após 38 corridas e entregou à McLaren sua primeira vitória desde sua entrada na categoria.
Este triunfo certamente deve ter sido especialmente gratificante para Bird, que foi dispensado pela Jaguar ao final da última temporada para dar lugar a Nick Cassidy, que acabou batendo e abandonando a prova em São Paulo, mas ainda assim manteve a liderança do campeonato.
A luta pelo último lugar no pódio também foi intensa: Jake Dennis e Pascal Wehrlein protagonizaram uma emocionante disputa nas últimas curvas, apenas para serem superados por Oliver Rowland, que conquistou seu segundo pódio consecutivo e fez a Nissan seguir feliz em 2024. E feliz em dobro, pois os japoneses também oferecem trem de força para o time inglês.
António Félix da Costa garantiu o sexto lugar, somando seus primeiros pontos da temporada após um começo difícil. Os carros da DS Penske seguiram em seguida, com Jean-Éric Vergne em sétimo e Stoffel Vandoorne em oitavo. Maximiliam Günther terminou em nono após largar do último lugar e realizar uma impressionante corrida de recuperação, com Sébastien Buemi completando os dez primeiros.
Infelizmente, os brasileiros não tiveram um desempenho satisfatório em sua corrida em casa. Lucas Di Grassi terminou em 13º, seu melhor resultado na temporada, enquanto Sérgio Sette Câmara ficou em 16º lugar em São Paulo.
Sam Bird assumiu o protagonismo quando tomou a liderança no início da prova, na frente dos dois Porsches. Enquanto liderava, buscou o modo ataque, quando lidou com o azar de desperdiçar esta potência extra devido à entrada do safety car, que entrou para a retirada de destroços. Mesmo sem potência, Bird brigou com Evans para recuperar a liderança na relargada.
Mas o que era azar se transformou em sorte, com uma “boa ajuda” da Jaguar: Cassidy bateu, chamando de novo o safety car e jogando fora mais modos ataques dos outros pilotos. O que fez com que Bird ficasse mais confortável, já que todos os concorrentes pela vitória agora estavam na mesma.
Com o final da corrida se aproximando, Evans e Wehrlein pressionaram Bird, mas não conseguiram encontrar espaço para ultrapassá-lo. Na última volta, Bird realizou uma manobra impressionante, ultrapassando Evans na curva 10 para garantir sua primeira vitória em 38 corridas e a primeira vitória da McLaren na Fórmula E.
São Paulo, mais uma vez, entregou uma corrida excepcional. No contexto da Formula E, é interessante ver que, pela segunda vez seguida, tivemos uma chegada de tirar o fôlego, além da qualificação que também foi bem emocionante. Como São Paulo tem mais três anos de contrato, esperamos, no mínimo, mais três corridas eletrizantes nos próximos anos.
Já a Formula E se prepara para estrear em Tóquio, com a corrida acontecendo nas ruas japonesas em 30 de março.