Funcionários da Activision Blizzard querem um sindicato, mas a companhia tenta “desmotivá-los”
Semana passada, um enorme número de funcionários da Activision Blizzard saiu em protesto após a demissão de vários funcionários da Raven Software, em resposta a mais uma atitude que vai contra as exigências feitas por seus funcionários desde que todo o escândalo de abusos sexuais dentro da companhia veio a tona.
Após isso, entre o grupo de funcionários protestantes cresceu a ideia da criação de um sindicato para combater as práticas da Activision Blizzard, com alguns sendo procurados pela Communications Workers of America (CWA), o sindicado dos veículos midiáticos do país, em busca de assinaturas. Além disso, internamente, os grupos de funcionários organizaram entre uma arrecadação de fundos pelo site GoFundMe, com o objetivo de criar um sindicato próprio dos funcionários da Activision Blizzard.
E no dia seguinte a isso, a alta cúpula da companhia divulgou um e-mail para todos os seus funcionários, comentando especificamente sobre a hipótese da formação de um sindicato. O e-mail foi enviado pelo Chefe Administrativo da companhia, Brian Bulatao, em forma de ameaça.
No conteúdo da mensagem, Bulatao aleta sobre as “consequências” de assinar um petição de sindicato, dizendo que a melhor forma de se resolver problemas e alcançar as melhorias exigidas para a companhia é “através de diálogos entre os líderes e os empregados”.
O e-mail comenta especificamente das assinaturas da CWA, reforçando que há consequências em assinar e oferecer documentos legais para a entidade, mas não entre em detalhes sobre o que são essas consequências. Ele também reforça que a melhor forma de se criar um ambiente de trabalho saudável é através de uma relação transparente dos empregados com a companhia.
Certamente, esse não parece ser o caso, principalmente após as demissões da Raven Software. E também levando em conta que a Activision Blizzard tem relações próximas e inclusive contratou o escritório de advocacia WilmerHale para fazer uma auditoria interna após as denúncias de abuso. A WilmerHale é conhecida nos Estados Unidos como uma “destruidora de sindicatos”, representando inclusive a Amazon em suas várias ações trabalhistas.
O site The Washington Post consultou uma professora de advocacia para saber sua opinião sobre o e-mail. Segundo ela, seu conteúdo beira a ilegalidade, pois mostra que a Activision Blizzard indica que irá ativamente impedir a formação de um sindicato, algo completamente ilegal. Além de mostrar que a postura da companhia para trabalhar em busca de melhorias é dependente de um ambiente sem sindicatos. Em outras palavras, na interpretação da professora, a possibilidade da formação de um sindicado faz com que a Activision Blizzard não queria trabalhar por essas melhorias, a menos que seja estritamente dentro de seus próprios termos.
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(Via: VG24/7)