Hammerfall e Helloween fazem show excelente e enérgico em São Paulo
O fã do Helloween pode ser considerado um dos mais felizes atualmente, independente do gênero musical. As razões são simples: a banda tem quase 40 anos de estrada, mas segue em ótima forma. As três vozes da banda agora estão juntas, e em sua atual formação trouxeram um excelente disco no ano passado, que faz com que o grupo não seja apenas mais uma banda “presa ao passado”.
Sorte de quem esteve em São Paulo neste final de semana (ou em Ribeirão Preto, no dia 6), e pôde conferir de perto essa nova fase do grupo, que já havia se apresentado, com essa formação atual (e fixa), em 2017 e em 2019, tanto no Rock in Rio, quanto no festival Rockfest, em São Paulo. Os shows de três anos atrás, que foram extremamente elogiados pela qualidade e boa interação entre os integrantes da banda, fizeram com que a noite do dia 8 fosse muito aguardada.
Mas, antes dos Pumpkins, tivemos o Hammerfall. O grupo sueco subiu às 20h30 (trinta minutos exatos após o horário avisado pela organização), e trouxe um ótimo show, que manteve cativo todos os oito mil presentes no Espaço Unimed, local da apresentação. Apesar da “posição” de banda de abertura, na verdade o show da banda foi encarado como “parte de um festival”.
O que justifica muito bem o “United Forces”, nome da turnê que une as duas bandas, entregando quatro horas de música em suas apresentações. No repertório, tivemos uma boa variedade na escolhas das músicas. O show começou com Brotherhood, música do novo álbum, Hammer of Down. E se espalhou por 60 minutos com músicas como The Metal Age, Renegade e a Hearts on Fire, que fechou a apresentação, que foi curtida e apreciada por todos.
Em seguida, hora de Helloween, que subiu ao palco pontualmente, às 22h, para começar sua apresentação. A música escolhida para a abertura foi Skyfall, o primeiro single do disco de 2021, que também se chama Helloween, e foi muito bem recebida quando foi lançada. No show, a recepção foi tão calorosa quanto, com o público cantando a plenos pulmões a longa canção.
Skyfall, além de ser uma excelente música, também serve de cartão de visitas para a atual fase do Helloween. O agora septeto, que conta com quase todos os membros originais (com exceção de Ingo Schwichtenberg, falecido em 1993), traz todos aqueles com os quais os fãs aprenderam a admirar com o passar dos anos. Incluindo as três vozes de Michael Kiske, Andi Derris e Kai Hansen, em uma mesma canção.
Depois, foi hora de fazer Espaço Unimed ficar ainda mais alvoroçado com Eagle Fly Free, clássico que fica ainda melhor ao ouvir Kiske cantando-o com a mesma qualidade de 1988, quando a música foi lançada. O Helloween já havia ganhado o público, e o ambiente já estava completamente fervoroso, como um bom show de power metal deve ser.
As músicas foram sendo tocadas, e a energia do palco, além do carisma de todos os integrantes, faziam a noite se tornar cada vez mais especial. Andi Deris e Michael Kiske juntos no palco garantem ao Helloween a possibilidade de passear por todo o seu repertório, sem medo de ser feliz. Os shows da banda, assim, ficam muito mais atrativos e enérgicos. Além do público ir muito mais feliz a um show, saindo extremamente satisfeito.
Como em Future World, música “de Kiske” e Power, “música de Deris“. Ambas cantadas, mais uma vez, a plenos pulmões. Foram apenas cinco músicas até aqui, mas se a banda parasse, o público já iria para casa feliz. Felizmente, foram, contando paradas para bis, duas horas e meia de boa música.
A qualidade musical do grupo, somado ao carisma de seus integrantes, manteve um show impecável. Dr. Stein também fez parte da setlist, em um show que era fácil de se ver a alegria dos membros da banda em estarem juntos, se divertindo e demonstrando, sem máscaras, que realmente estão felizes juntos.
E feliz ficou mesmo o fã, pois ganhou dois bis do Helloween. Teve Perfect Gentleman, Keeper of the Seven Keys e, para fechar uma grande noite, I Want Out, que terminou o show com um resultado mais do que esperado: o sorriso no rosto de cada um que esteve ali presente, e curtiu cada momento de uma grande noite de metal.
A fase atual do Helloween, inclusive, com todos os membros originais possíveis, tem feito muito bem ao grupo. Vale lembrar que a banda “roubou a cena” no Rock in Rio três anos atrás, já que, por ser um evento televisionado, acaba servindo como cartão de visitas até para quem não é um apaixonado pelo metal, mas que pode acabar gostando do grupo, pela qualidade técnica, pelo carisma, ou pelos dois.
E, três anos depois, poder ver, mais uma vez em um mesmo palco, qualidade técnica, grandes músicas (de ontem e de hoje), e um grupo que sorri e se diverte enquanto toca seus clássicos, é uma sensação boa demais. O fã de Helloween, assim, continua sendo um dos mais felizes do mundo.
Setlist Hammerfall
- Brotherhood
- Any Means Necessary
- The Metal Age
- Hammer of Dawn
- Renegade
- Last Man Standing
- Hero’s Return / On the Edge of Honour / Riders of the Storm / Crimson Thunder
- Let the Hammer Fall
- (We Make) Sweden Rock
- Hammer High
- Hearts on Fire
Setlist Helloween
- Skyfall
- Eagle Fly Free
- Mass Pollution
- Future World
- Power
- Save Us
- Metal Invaders / Victim of Fate / Gorgar / Ride the Sky / Heavy Metal (Is the Law)
- Forever and One (Neverland)
- Solo de guitarra de Sascha Gerstner
- Best Time
- Dr. Stein
- How Many Tears
- Perfect Gentleman (bis 1)
- Keeper of the Seven Keys (bis 1)
- I Want Out (bis 2)