Harry Potter e as Relíquias da Morte – Pt. 1 – CineReview
A história que começou nos cinemas em 2001 está chegando ao seu final. Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 1, sétimo filme da série, estreou mundialmente nesta sexta-feira, iniciando a conclusão da saga do bruxo inglês.
O filme começa com o trio de protagonistas – Harry (Daniel Radcliffe), Hermione (Emma Watson) e Rony (Rupert Grint) – se preparando para iniciar sua jornada em busca das horcruxes (artefatos que contém pedaços da alma de Lorde Voldemort, interpretado mais uma vez pelo excelente Ralph Fiennes). Logo de começo, já somos agraciados com uma cena que sequer existe no livro, na qual Hermione apaga as memórias de seus pais para poder fugir. Aliás, o tom sombrio da cena já dita o ritmo pro filme inteiro.
Se você gosta dos personagens secundários do filme, como Hagrid, os Weasleys ou Severo Snape, já vá preparado: 80% das 2h20 de filme acompanha os três personagens principais, que passam o filme todo isolados do mundo por serem procurados pelos Comensais da Morte (bruxos leais a Voldemort). A sorte é que Radcliffe, Watson e Grint estão no auge de suas carreiras e fazem suas melhores atuações até então. A relação dos três amadureceu e mesmo com diversas brigas e discussões durante o filme, fica clara a amizade, carinho e confiança que um tem pelo outro.
David Yates, que comanda seu terceiro filme da série, faz também deste o seu melhor trabalho. Por poder contar a história de HP7 em dois filmes, ele e o roteirista Steve Kloves aproveitaram boa parte das passagens dos livros, mostrando praticamente tudo que a escritora J.K. Rowling descreveu no livro. Às vezes, eles vão até um pouco além do necessário, como na cena (inexistente no livro) em que Harry dança com Hermione para tentar animá-la.
No entanto, isto vem com um preço: se o número de passagens é maior, elas acabaram ficando mais curtas. Dois exemplos notáveis são no Largo Grimmauld, onde Harry, Rony e Hermione se escondem no começo, e a invasão ao Ministério da Magia. No Largo, eles passam dias e mais dias no livro, enquanto que no filme a impressão é que eles apenas pernoitaram no lugar. Já a invasão – que no livro é metodicamente planejada pelo trio, levando dias até ser realizada – é tratada como se fosse uma das coisas mais fáceis do mundo. Além disso, parece que o filme foi editado por Jack, o Estripador e Freddy Krueger, pois tudo parece ser uma colcha de retalhos, com poucas transições e passagens de tempo.
Os cenários grandiosos mais uma vez estão presentes em HP7 e aqui há de se destacar o bom trabalho da produção. Como neste livro não existe o background da escola de Hogwarts, a equipe necessitou de várias localidades diferentes para retratar as viagens de Harry & cia. A música e os efeitos visuais também mantêm a tradição da série, já conhecida por seus belíssimos gráficos e suas excelentes músicas.O destaque aqui vai para animação que conta a história das Relíquias da Morte, que foi muito bem feita e possui um estilo visual único.
A Parte 1 de Harry Potter e as Relíquias da Morte é, sem dúvidas, um dos melhores filmes da série, onde os pontos positivos (gráficos e trilha muito bons, atuações incríveis, fidelidade ao livro) superam os negativos (edição brusca, alguns exageros). Se o final é um pouco estranho por não haver uma cisão clara na história, fica aquele gostinho de “quero mais”, de querer ver o confronto final de Harry Potter contra Lorde Voldemort. O jeito agora é esperar até 15 de julho de 2011, que é quando a Parte 2 chegará nos cinemas.