Indie or Die: A Ascenção independente do Multiplayer Competitivo de Sofá

22 de junho de 2014

Indie or Die: A Ascenção independente do Multiplayer Competitivo de Sofá

Você sente falta de ir na casa de seu amigo e zerar um jogo em uma unica noite? E jogando Marvel Vs. Capcom 2 com a única pessoa que tinha um Dreamcast? Na Indie or Die da semana vamos detalhar alguns dos novos indies que homenageiam estes bons tempos.

O multiplayer está se tornando um mundo dentro do universo dos videogames. Hoje em dia (por bem ou por mal) mais — ou todos os — jogos estão fornecendo alternativas para combates até a morte e a ideia de um jogo que traz apenas uma campanha singleplayer está cada vez mais defasada.

O grande motivo disso é a conectividade que todos tem acesso hoje desde modos cooperativos, multiplayers competitivos e até aplicativos especiais para smartphones que são utilizados como ferramentas adicionais durante uma batalha, funcionalidade vista no recente Watch_Dogs e o tão aguardado The Division, ambos jogos que colocam os usuários de smartphones comandando o suporte ao jogador.

Como se não bastasse o multiplayer competitivo se tornou um esporte, que todos preferimos chamar de e-sport. Campeonatos de Dota e League of Legends distribuem milhões de dólares, além de vários torneios de jogos em primeira pessoa, como Call of Duty, Battlefield e até os mais antigos, como Quake e Unreal Tournament. Sem falar do berço onde tudo se originou com jogos de luta e o imenso evento que EVO se tornou com passar dos anos.

Indie or Die: A Ascenção independente do Multiplayer Competitivo de Sofá

Todo este mérito é dado exclusivamente para quem é realmente um bom jogador no game disputado, uma especie de recompensa para quem estudou, jogou muito e fez aquele jogo uma parte especial de sua vida, descobrindo todos os segredos, golpes e contra-ataques que ganhariam de qualquer concorrente.

Mas vamos voltar um pouco mais atrás e fugir do atual estado de competição que temos em nossa cultura, indo para a época do Player 2, onde você ia na casa de um amigo para jogar Super Street Fighter II: Turbo e ver como Ryu mudou desde a ultima versão da série, afinal, aquele seu amigo era o único do bairro que tinha um Super Nintendo.

Esta época tem um ponto significativo na vida de qualquer um que viveu este tipo de situação, especialmente quando hoje em dia isto não acontece mais. Não tinha nada mais legal que sentar no sofá de seu amigo — ou ser o anfitrião — e ficar horas jogando, da saída da escola até o fim da noite com sua mãe indo te buscar feliz — ou não.

Nos não temos mais esta experiência pela consequência da conectividade que temos atualmente, para que ir na casa do meu amigo se eu posso jogar uma partida de Battlefield 4 com ele no mesmo servidor, no mesmo esquadrão e com o Skype ligado para ficar conversando.

Indie or Die: A Ascenção independente do Multiplayer Competitivo de Sofá

Porém existe esta fatia em nossa cultura que está desaparecendo toda vez que um jogo focado no multiplayer online surge e ganha toda a sua popularidade merecida. E é para isso que estamos aqui, usando a Indie or Die para apresentar ótimos jogos que preenchem esta lacuna do multiplayer competitivo de sofá, e o melhor, todos eles acabaram saindo do mundo independente, mostrando mais uma vez que o mundo indie abraça todos os tipos de gêneros e formas, se tornando um refugio para experiências únicas e especiais para todos nós.

Agora, vamos para a lista!

Towerfall: Ascension

Começando com Towerfall: Ascension, criado pelo Matt Makes Games, uma empresa composta somente por um desenvolvedor, Matt Thorson. E no caso de Towerfall: Ascension ele decidiu chamar Alec Holowka para a trilha sonora e o Studio Miniboss, dos brasileiros Pedro Medeiros e Amora Bettany, para a arte.

Sua premissa é simples, você escolhe um de oito personagens diferentes, cada um com suas vantagens e desvantagens, e entra numa partida contra um ou até mais três jogadores em diversas modalidades.

O maior fator que Towerfall: Ascencion tem é a sua diversão caótica entre os amigos, todos os cenários te forçam a lutar contra seu oponente e impede que qualquer camper fique em seu canto tentando matar a longa distância para fugir do conflito.

Além de seus cenários, visuais e impressionante trilha sonora, Towerfall: Ascension faz de tudo para colocar a estratégia em primeiro lugar, desde calcular perfeitamente a trajetória de sua flecha para acertar o alvo em movimento, enquanto este mesmo jogador está pensando como pode contra atacar pegando a flecha que irá acerta-lo e revidar no ponto certo para ganhar a partida.

Samurai Gunn

Indie or Die: A Ascenção independente do Multiplayer Competitivo de Sofá

Outro jogo que entra nesta mesma corrente sanguínea cheia de adrenalina é Samurai Gunn, criada pelo Teknopants.

Suas similaridades com Towerfall: Ascension são grandes, desde sua velocidade no tempo de resposta, a rápida duração de um combate frenético e até seu estilo visual baseado em sprites. A grande diferença se situa em suas armas, diferente de Ascension e suas flechas, Samurai Gunn decide unir katanas e armas de fogo para mesclar o combate a distância e ao corpo-a-corpo.

Samurai Gunn faz um ótimo trabalho em capturar sua vibe oriental, mesmo com pixels o jogo consegue demonstrar uma batalha cheia de tensão entre dois espadachins enquanto o sol se põe de uma forma tão perfeita que pode se tornar uma pintura. Além de disopnibilizar diferentes modalidades e formas de criar uma estratégia infalível contra o seu oponente.

Nidhogg

O terceiro jogo que temos em nossa lista é Nidhogg, um jogo que se baseia em uma ideia extremamente simples e o que muitos podem pensar que seria repetitiva, porém sua criadora, Messhoff, conseguiu pavimentar o caminho certo para divertir com bons controles.

Nidhogg é um dos jogos mais simples graficamente desta lista (sim, ainda tem um que ganha em sua simplicidade nos gráficos), sendo uma partida de mano-a-mano onde o objetivo não é matar o seu adversário o maior número de vezes possível e sim ultrapassa-lo para que você chegue até a ultima tela onde o grande monstro da mitologia nórdica, Nidhogg está para mata-lo. E é assim que você ganha a partida: morrendo.

Além de ter uma jogabilidade esperta e rápida, Nidhogg foca em seu combate com espadas de esgrima com várias habilidades, como a de tirar a espada de seu inimigo, joga-la para acertá-lo a distância ou correr o mais rápido possível para fugir dele em uma brincadeira de pega pega.

A maior diversidade que ele apresenta é o numero de variáveis que podem ser implementadas na partida, como Gravidade Baixa, restringindo os golpes deixando somente a habilidade de lançar sua espada e diversos modos que aumentam o tempo de vida deste jogo o bastante para que as partidas não fiquem repetitivas.

Sportfriends

Para finalizar nos temos a coletânea Sportfriends, um projeto que nasceu no Kickstarter pelo grupo Die Gute Fabrik. Sporfriends se consiste nos seguintes jogos: Johann Sebastian Joust, BaraBariBall, Super Pole Riders e Hokra, cada um deles com sua própria ideia original para reinventar esta sub-cultura de jogos focados no multiplayer local.

Johann Sebastian Joust é um dos mais conhecidos desta lista pela sua originalidade, é um jogo onde não se utiliza a tela e sim os próprios jogadores. Ele funciona da seguinte forma, cada jogador utiliza um controle do PS Move (ou um controle de Playstation 4) e o objetivo é fazer com que o seu oponente mova o seu próprio controle o bastante para perder a partida, assim quem mover/ter movido o seu próprio controle, seja porque o seu oponente te empurrou ou você acabou movendo demais tentando mover o controle de quem estava o seu lado, perde a partida até que todos percam e sobre somente o vencedor.

Para regular o seu movimento, Joust adiciona música clássica como pano de fundo, enquanto ela estiver lenta poucos movimentos podem fazer o jogador perder e quando a música acelerar é o momento que tudo se torna uma bagunça entre empurrões e formas de procurar uma estratégia de sair ileso no meio da partida.

Indie or Die: A Ascenção independente do Multiplayer Competitivo de Sofá

Os próximos três jogos focam em diferentes modalidades. BaraBariBall coloca um jogador contra o outro para que ele pegue a bola que está no meio do cenário e jogue no campo do inimigo para ganhar, Hokra utiliza gráficos minimalistas para criar uma partida que é uma especie de basquete com quatro jogadores, e por ultimo temos Super Pole Riders, do mesmo criador do popular/simulador de raiva QWOP, seguindo esta mesma linha de jogos em que a diversão principal é não conseguir joga-los corretamente.

Todos estes jogos independentes mostram mais uma vez como a nossa indústria está aberta para todo o tipo de gênero, seja criando novas possibilidades e ideias originais ou até revisitando jóias do passado enquanto adiciona uma nova mistura contemporânea nele.

Desde Towerfall: Ascension até Super Pole Riders, o único objetivo destes todos jogos é se divertir com seus amigos em uma festa, em um pequena reunião de amigos ou simplesmente chamando aquele seu melhor amigo para digladiar até a morte em uma tarde de sábado.

Indie or Die: A Ascenção independente do Multiplayer Competitivo de Sofá

E você, experienciou algum jogo desta lista? Responda nos comentários e dê a sua opinião. Aproveite e nos conte a sua história de quais eram os seus jogos favoritos que você e seus amigos mais gostam de batalhar um contra outro! Ou sugestões de multiplayer divertido que poderia ser lançado hoje. Vai que um desenvolvedor lê a matéria e…

Henrique Gonçalves

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