Jogos feitos no Brasil foram destaque da Super Game Power de setembro de 1997

10 de janeiro de 2019

Jogos feitos no Brasil foram destaque da Super Game Power de setembro de 1997

Se hoje nós temos uma participação importante no mercado de games, é bom olhar para o passado e ver as primeiras iniciativas. Os videogames sempre foram queridos entre os brasileiros. Então não é de se espantar que, desde os anos 90, com Tectoy e Playtronic, algumas coisas interessantes aconteciam.

Para jogarmos hoje 99 Vidas – O Jogo, Horizon Chase, ou Dandara, entre outros, houveram iniciativas interessantes antes, que, de uma forma ou de outra, serviram de preparo para um mercado que, se hoje faz bonito, tem potencial para ir ainda mais longe pelos próximos anos.

Uma destas iniciativas foi o Street Fighter 2 brasileiro. Feito pela Tectoy para o Master System, com a autorização da Capcom, o game extrapolou os limites do 8-bits da Sega. Oferecendo assim, 8 Megabits. E, mesmo com muitos cortes, como a própria Tectoy revela em material disponível em seu blog, o jogo agradou, e encontrar um cartucho nos dias de hoje é tarefa pra quem pode desembolsar uma média de 400 dólares nele.

A Central Brasil de Games

Jogos feitos no Brasil foram destaque da Super Game Power de setembro de 1997

Maurício Guerta, e o seu kit de desenvolvimento: um PC, uma TV, o console e um cartucho regravável

A Super Game Power #42, de setembro de 1997, deu destaque para as investidas da Tectoy. Com o título “A Central Brasil de Games”, a matéria destaca a adaptação de Street Fighter 2. Mas também lembra outros projetos encabeçados pela empresa. Como, por exemplo, Mônica no Castelo dos Dragões, e Phantasy Star que são games que receberam um carinho especial. Como a adaptação do Wionder Boy. Ou a localização completa de Phantasy Star em uma época na qual isso não era comum. E nem fácil.

Nesta época, a equipe responsável pelos games contava com três artistas e quatro analistas de software, de acordo com a publicação. Eles trabalhavam com adaptação, tradução, conversão e também com o desenvolvimento completo de um jogo. Sobre o desenvolvimento, a matéria explicou os processos do trabalho.

Primeiro, de acordo com a reportagem, eles procuravam um personagem adequado. Achando-o, eles conheciam todos os detalhes de sua história, como personalidade e elementos de seu universo. Os desenhistas começavam a definir os traços do personagem e dos cenários, quando enfim, os analistas montavam o game.

O primeiro jogo feito desde o zero pela Tectoy foi Férias Frustradas do Pica Pau, para Mega Drive e Master System, e logo em seguida, Street Fighter 2 para o Master System, com sua mistura de conversão e desenvolvimento. Na matéria, Edson Nakaya, assistente de desenvolvimento e desenhista na época, disse que “quando a gente desenvolve um jogo do começo ao fim, o prazer é maior”. Sensação esta que diversos desenvolvedores brasileiros sentem ao divulgar seus projetos para o público.

Os primeiros passos de uma brilhante indústria

Jogos feitos no Brasil foram destaque da Super Game Power de setembro de 1997

Edson Nakaya, na ocasião, trabalhando no jogo da TV Colosso

Esta SGP de 1997 já mostrava um pouco do talento que o brasileiro já tinha com videogames. Mais do que jogadores, nosso país começaria, aos poucos, a criar desenvolvedores. E, em um cenário que contava com empresas como a Tectoy, que ofereciam propostas ousadas para um mercado ainda em ascensão, não houve terreno melhor pra começar.

E só para lembrar, Street Fighter 2 ganhou review na mesma edição. O game levou nota 4/5 e agradou o lendário Baby Betinho. Ele gostou do visual, achou boa a velocidade e curtiu as vozes digitalizadas. Mas e você? Jogou o game? O que achou desta conversão?

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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