Journey começa a sua turnê de 50 anos, com músicos brigando na Justiça e Arnel Pineda em dias de “Steve Perry”
O Journey, histórica banda que é conhecida principalmente por causa de “Don’t Stop Believin’” e “Anyway You Want It”, mas que possui uma história riquíssima no mundo do rock, está completando 50 anos de vida em 2023. Para celebrar, a banda iniciou uma turnê comemorativa, com o Toto como banda convidada.
O primeiro show desta turnê, chamada de 50th Anniversary Freedom Tour, aconteceu em 27 de janeiro, em Durant, Oklahoma, com a sua história sendo reproduzida em forma de músicas, em especial o período onde a banda teve maior sucesso, que foi durante os dias de Steve Perry como vocalista, entre 1977 e 1987 (o cantor ainda participou da banda por mais dois anos, entre 1996 e 1998). Para somar na noite, o Toto, que possui uma qualidade musical ímpar, trouxe seus sucessos abrindo o show, como “Home of the Brave”, “Rosanna” e, claro, “Africa”.
Para cantar a história do Journey, Arnel Pineda segue nos microfones, sendo ele próprio um capítulo interessante. Pois o cantor das Filipinas foi incorporado ao grupo em 2007, após a banda encontrar vídeos de covers do cantor no Youtube. E justo quando o grupo procurava um novo cantor para assumir os vocais. Pineda foi introduzido ao grupo, aceito pelos fãs, e segue até hoje cantando, participando até de discos novos, como o que foi lançado em 2022, o Freedom.
De acordo com o The Music Universe, a banda tocou várias músicas de seu repertório, como “Walks Like a Lady” e “Wheel in the Sky”, além de seus “hinos”, como as já mencionadas “Don’t Stop Believin’” e “Anyway You Want It”. Mas o mais curioso é ver o grupo comemorando seus cinquenta anos, tocando suas músicas em uma boa forma, e com Arnel entregando muito talento, como nos dias de Steve Perry, é saber que o grupo toca com dois membros brigando na justiça.
Segundo matéria entregue pelo jornalista Igor Miranda, Neal Schon e Jonathan Cain, dois dos membros mais antigos do grupo e ainda ativos, estão com conflito na justiça. Neal Schon, um dos membros fundadores do Journey, processa Cain, o tecladista que entrou em 1980 no grupo, mas assumiu função de sócio do grupo, alegando que o colega usou o cartão corporativo do grupo para movimentações sem seu conhecimento, além de impedir acesso aos dados de compra.
É extramamente curioso ver a banda tocando em uma turnê comemorativa nestas condições, somando outros pontos polêmicos como uma segunda confusão entre os músicos, com Schon pedindo de forma extra-judicial para que Cain, apoiador de Donald Trump, pare de usar “Don’t Stop Believin’” em comícios do ex-presidente dos EUA. Obviamente, os músicos apenas “cumprem seus papéis” no palco, sem muito contato, restando a Pineda atrair a atenção com seu carisma. E é muita sorte do Journey em ter Arnel como seu vocalista, ainda mais nestas condições.
O clima “festivo” ainda teve Steve Perry, lendário cantor do grupo, com ação judicial contra a banda por questões envolvendo direitos autorais e merchandising, mas que já foi retirada.
Mas, de acordo com reviews de fãs deste e de outros shows, os show estão acontecendo de forma extremamente competente, “levando os fãs de volta aos anos 80”. A turnê deverá seguir pelos próximos dias, e conta com interesse por parte de Neal Schon, de trazer o Journey e o Toto ao Brasil, embora ainda não exista nada de concreto a respeito. Apenas sabemos que, em cinquenta anos de sucessos e “conversas na Justiça”, o Journey vai seguir “Don’t Stop”!