Killzone 3 (PS3) – Review: O melhor jogo da série

3 de março de 2011

Killzone 3 (PS3) - Review: O melhor jogo da série

Killzone 1 foi um jogo bom, mas com alguns defeitos, o que fez com que sua sequência, Killzone 2 fosse uma das surpresas mais agradáveis de 2009, se firmando como um dos melhores jogos para o PlayStation 3. Com o lançamento de Killzone 3, ficava a pergunta: qual dos dois jogos nós revisitaríamos? O que vimos no PS2, com gameplay fraco e história boa, ou o que vimos no PS3, com gameplay excelente e história ruim? A resposta: “replay” de KZ2.

O terceiro Killzone não se trata de uma cópia do segundo jogo, mas segue o mesmo estilo. O gameplay continua excelente, trazendo algumas boas novidades, ao passo que o enredo continua sofrível, apesar do potencial estar ali. Desta vez, Sev, Rico e o restante das forças da ISA foram largados em Helghan após a morte do imperador Scolar Visari. Por isso, todos os soldados Helghast foram mobilizados na tentativa de dominar o universo – o que quer dizer que Sev & cia. dependem apenas de si mesmos para saírem de lá com vida.

Apesar desta situação de vida ou morte, a Guerrilla Games pouco faz para tornar seus personagens mais carismáticos. É difícil se identificar com os heróis da ISA a não ser pelo fato deles serem verdadeiros tanques humanos sem emoções – o que pode ser divertido se for apenas um ou outro personagem, mas não todos. Nem mesmo os vilões escapam disso: não há um único Helghast que se destaque no meio da multidão.

Killzone 3 (PS3) - Review: O melhor jogo da série

A dublagem em português, por sinal, pouco faz para ajudar neste quesito. Por ser uma dublagem única tanto para o Brasil quanto para Portugal, a linguagem utilizada na tradução é um pouco estranha, principalmente para os brasileiros acostumados com um linguajar mais informal. Os dubladores não colaboram, trazendo performances “quadradas” e com pouca emoção. Mesmo assim, não deixa de ser um “agrado” para os brasileiros ter um jogo como Killzone 3 quase que totalmente traduzido para nossa língua materna.

A jogabilidade, entretanto, foi muito bem lapidada pela Guerrilla. A empresa sabe, como poucas, criar uma experiência em primeira pessoa memorável ao invés de um mero jogo em primeira pessoa. Os controles são muito bem feitos e sólidos, mas o que chama a atenção mesmo em KZ3 é o fato que tudo que você faz parece ter uma certa energia, uma adrenalina diferente – seja subir uma escada ou jogar uma granada no meio de vários Helghast. Até mesmo atirar com diferentes armas é algo notável, já que foi levado em conta o peso e o poder de fogo de cada arma no desenvolvimento do jogo.

Killzone 3 (PS3) - Review: O melhor jogo da série

Killzone 3 ainda faz um excelente trabalho de mesclar a campanha single-player entre fases à pé com fases em veículos, o que garante um bom ritmo ao jogo. Cada parte é tão repleta de ação e violência que é fácil esquecer que a história é ruim e apenas aproveitar tudo que KZ3 tem de melhor para oferecer: gráficos, sons e jogabilidade. No aspecto técnico, por sinal, os desenvolvedores da Guerrilla Games não pouparam esforços para criar um dos jogos mais belos que os gamers de PS3 já viram.

As animações do jogo também merecem destaque. Cada inimigo (ou aliado) que é arremessado de uma plataforma ou recebe um tiro vindo das alturas se mexe de maneira única, condizente com o que se esperaria na vida real. Os cenários então são tão assustadores por parecerem extremamente realistas – não se tratam dos cenários alienígenas de Halo, mas sim de lugares onde humanos viveram e onde agora eles morrem em um combate incessante. É difícil imaginar que concreto e destroços possam ser bonitos, mas neste game, eles com certeza são.

Killzone 3 (PS3) - Review: O melhor jogo da série

Se o single-player consegue se sustentar apesar da história, é o multiplayer que mostra o verdadeiro fator replay do jogo. Todos os modos são divertidos de jogar, desde o tradicional Team Deathmatch até mesmo o inédito modo Operations, que faz com que os melhores jogadores possam se ver em cutscenes próprias. Além disso, o novo sistema de leveling é uma modificação mais do que bem-vinda, pois, ao invés de juntar pontos para liberar uma classe, você junta seus “suados” pontos para liberar as habilidades, armas e itens que você quiser.

A Guerrilla Games ainda traz um modo cooperativo local bastante interessante, que recria a campanha singleplayer, mas a ausência de um cooperativo online é notável. Além disso, é possível que em algumas partidas maiores você experimente um pouco de lag e algumas pequenas quedas de taxa de frames, mas nada que tire o brilho deste divertido modo multiplayer – desde já um dos melhores disponíveis para o PS3.

Killzone 3 ainda traz compatibilidade com televisores 3D e com o PlayStation Move, mas isto nos parece ser mais uma jogada de marketing do que algo que realmente faça a diferença. Entre jogar com o DualShock e jogar com o Move, o controller tradicional do PlayStation 3 será a opção preferida sempre, enquanto que o 3D, por ser limitado à uma pequena parcela dos gamers, não faz diferença na hora do “vamos ver”. Entretanto, se você tem uma TV 3D e um PS Move, prepare-se para a experiência gamer mais imersiva da sua vida.

Em suma, Killzone 3 pode não ser o jogo épico que todos nós esperávamos, mas também está longe de ser uma bomba. É uma das experiências mais interessantes em primeira pessoa que o gamer de PlayStation 3 pode jogar, com uma jogabilidade variada, sólida e um multiplayer divertido. Sem dúvidas, a nova criação da Guerrilla Games e da Sony é um dos jogos obrigatórios para todo e qualquer jogador de PS3.

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