Lars Ulrich comenta sobre o Metallica “ser abraçado por crianças” após Stranger Things
Com mais de quatro décadas de estrada, o Metallica continua firme como um dos titãs do Metal. Recentemente, o lendário baterista Lars Ulrich trouxe algumas reflexões sobre a trajetória da banda e a influência do apoio fervoroso dos seus fãs, além de citar a profunda conexão que tem sido estabelecida com a nova geração, por “culpa” de Stranger Things.
Conforme reportado pelo Big Rock N’ Roll, em um bate-papo com Jim Kerr, apresentador da estação de rádio Q104.3 de Nova York, Ulrich, que está atualmente em turnê com os colegas para promover o álbum “72 Seasons”, disse “estar assustado” diante da contínua reverberação da banda. Ele destacou a notável presença de uma audiência mais jovem e até crianças que têm abraçado o Metallica após a participação marcante na trilha sonora de Stranger Things:
“É realmente surreal. Quarenta e dois anos depois, ainda é uma sensação maluca. Já devo ter dito isso mil vezes, mas ainda parece que estamos no começo, que estamos explorando tudo e continuamos brincando com a ideia de, pelo menos para quem está à nossa volta, nos tornarmos mais ‘profissionais’ em algum momento.
A dedicação e o apoio incessante dos fãs ao longo das décadas são verdadeiramente incríveis. E, claro, esses fãs não são todos os mesmos; há uma constante renovação, uma nova geração de jovens que aparecem em todos os shows. Atualmente, sou reconhecido por crianças de dez anos na rua, tudo graças ao fenômeno de Stranger Things, sabe?
A presença do Metallica em Stranger Things, que veio após uma mudança de postura histórica da banda, fez a banda ver seu clássico “Master of Puppets” (1986) ganhar um novo vigor após ser destaque em uma cena memorável do seriado.
Nessa cena específica, a música acompanha o personagem Eddie Munson (interpretado por Joseph Quinn) tocando guitarra com precisão e paixão para distrair um enxame de morcegos provenientes do Mundo Invertido. No final do ano passado, Lars Ulrich elucidou a decisão da banda de ceder a música para a série da Netflix.
Impulsionado pelo sucesso da música na série, o Metallica voltou ao Top 40 no Reino Unido após 14 anos e fez sua estreia na Billboard Hot 100, com a música alcançando a 35ª posição.
Na entrevista, Ulrich aprofundou sua reflexão inicial, relembrando os primórdios da carreira do Metallica e como, naquela época frenética, era difícil captar plenamente a magnitude de suas realizações. Estavam imersos em um ritmo veloz de produção e apresentações:
Por muitos anos, quando tínhamos vinte e poucos e trinta e poucos anos, estávamos repletos de uma energia agressiva, e talvez nunca tenhamos diminuído o ritmo o suficiente para realmente absorver alguma coisa. É uma característica típica quando você está em um turbilhão. No entanto, agora, na nossa fase mais madura — e eu ainda não consigo acreditar que James tenha completado 60 anos [na data da entrevista] — é surpreendente que ainda haja esse amor pela música pesada e pelo que fazemos.
Com 42 anos decorridos, essa jornada continua surpreendendo, e é algo realmente alucinante. Os shows que temos programados no MetLife neste fim de semana são os maiores que já fizemos na região que abrange Nova York e Nova Jersey, nos três estados. A diferença em relação a, digamos, 20 ou 30 anos atrás, é que agora estamos administrando nosso tempo de maneira mais consciente, permitindo-nos apreciar o carinho, a generosidade dos fãs e o quanto somos afortunados por compartilhar nossa música e sentir que continuamos presentes.
Por enquanto, há especulações de que o Metallica fará uma passagem pelo Brasil em 2024, como parte da turnê do “72 Seasons”. Enquanto aguardamos um anúncio oficial, exploramos o que os fãs podem esperar dos aguardados shows da banda em solo brasileiro.